Capítulo 56

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Natali e Persia ainda estavam no quarto, sentadas uma diante da outra, Natali se sentia mais calma e confortável diante da amiga.

Persia - Não deve ter sido fácil se abrir assim, me sinto honrada em ter sido escolhida por você. - Ela sorria gentilmente - . Persia - Sua mãe foi uma mulher incrível, mesmo diante das dificuldades ela não abriu mão de seu dever, e ainda achou uma forma de mandar o seu medo embora. Natali - Eu não sei como ela fazia aquilo, mas escutar a voz dela, obedecer o que ela me dizia, sempre funcionava, eu não entendo exatamente o porquê. Persia - Se eu dissesse que é porque ela era a sua mãe, ainda assim não faria jus a ela, acho que simplesmente era porque ela em si, foi única, era porque era ela. - Escutar alguém falar de sua mãe daquela forma, mesmo sem a ter conhecido, aqueceu o coração de Natali, Persia parecia pensativa - . Natali - E no fim, por minha culpa, ela acabou daquela forma sem poder ter conhecido a felicidade. Persia - Não diga isso, acho muito difícil ela ter te culpado e algum momento, se culpasse, teria fugido no meio da noite deixando você e seu pai para trás, em vez disso ficou. - Natali lembra do sorriso de sua mãe, de como ela sempre se preocupou primeiro com ela, antes de qualquer coisa - . Persia - Sabe, se pensarmos bem nas formas que ela usava para te acalmar, talvez consigamos entender melhor o processo. Natali - Mas por quê fazer isso? Só falar sobre isso nesse momento já me ajudou, eu realmente me sinto um pouco melhor. Persia - Eu só acho que se entendermos bem, pode te ajudar ainda mais, é claro, não vou te forçar. - Natali pensa por um momento, talvez ela esteja correta, se ela conseguir diminuir aquela sensação ruim, um pouco que seja, não seria algo bom? - . Natali - Acho que você pode ter razão, mas como faremos isso? Persia - Pensando no que a sua mãe fazia, um ponto de cada vez, uma parte importante é a respiração, correto? Natali - Sim? Persia - Pela forma que descreveu, era usando a barriga e não enchendo o peito de ar, não sei o motivo, mas é significativo de alguma forma. Natali - Eu sempre fiz desta forma, eu nunca tentei usar o peito para comparar, nunca nem sequer cogitei, mas acho que você está correta. Persia - Agora se pensarmos sobre a música ou sobre a batida com os dedos, talvez ela estivesse tentando retirar sua atenção das coisas que te faziam sentir aquele medo incontrolado. Natali - Isso faz sentido, quando eu escutava a voz dela, minha cabeça muitas vezes quase que imediatamente só pensavam na música ou na voz dela, eu até tentava cantar junto. Persia - Então sabemos que quando algo que te faz sentir esses temores, você precisa focar a sua atenção em outra coisa é só pensar nisso. Natali - Isso já é mais difícil, não pensar sobre, eu muitas vezes acho que não consigo mandar na minha própria cabeça. Persia - Acho que se você seguir uma ordem pode ser possível, respirar primeiro, dedicando um tempo a isso e por fim tentar focar em outra coisa. Natali - Focar? Persia - Sabe, tentar não deixar sua mente ser tomada por inúmeros pensamentos negativos? Natali - Mas eu já disse que não tenho controle sobre isso, eu posso apenas tentar, ainda assim, acho que não vou conseguir. Persia - Sua mãe conseguia te fazer focar em apenas uma coisa, não precisa ser música, você pode tentar pensar em algo que goste, ou que saiba de cor, como uma lista! Natali - Uma lista? Como uma receita? Persia - Isso! Uma receita, com toda certeza você sabe algumas de cabeça. Natali - Pesar em uma receita... Será que funcionaria? Persia - Como disse antes, você só saberá se tentar, mas de certa forma você já tem um plano. Natali - Mas alguma ideia? Eu não sinto confiança em mim mesma para planejar. Persia - Falamos antes sobre a respiração, que você sente como se não tivesse ar, certo? Natali - Acho que posso descrever desta forma. Persia - Já que se deve dedicar um tempo a isso, você precisa tentar ser eficiente, como em uma receita, para evitar que estrague. Natali - Eu entendi que você está tentando fazer uma analogia, só não o que você quis dizer com ela. Persia - Tente me imitar... Vou tentar fazer. Natali - Certo!

Persia fica ereta, coloca uma de suas mão na boca do estômago, a outra na cintura, abre a boca, não muito, mas também não deixa uma pequena passagem, inspira, levanta a mão que estava na cintura diante de Natali com a palma voltada para ela com o punho fechado, e levanta os dedos indicando uma contagem, quando chega a quatro, ela para e segura o ar, com os dedos indica até cinco, então expira soltando todo o ar.

A Vilã Quer Salvar A Santa (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora