Capítulo 46

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Faltam poucos indivíduos a serem enviados de Tussen para Argos para não chamar atenção no vilarejo no começo desta operação uma assembleia de moradores foi feita e Petras juntamente com Elias decidiram contar parte da verdade para todos os moradores, que já sabiam sobre um dos motivos do vilarejo ser escondido e do porque ser difícil chegar até ele, ou seja, para impedir que outras pessoas se aproveitem novamente dos moradores, foi dito para eles que os feéricos que residiam na região mais afastada finalmente voltariam para as suas casas e famílias, de encontro a sua terra natal, mas para isso o processo seria feito aos poucos para não chamar atenção externa, todos entenderam e sempre que um pequeno grupo era mandado embora, alguns moradores faziam questão de se despedir, alguns, um dia antes, mas tinham aqueles como Bartolomeu que acordam cedo antes da partida para desejar boa sorte a cada um deles, para Bartolomeu por mais que aquelas pessoas se afastassem dos outros moradores, e ficassem mais entre si, faziam parte daquela comunidade e ele tinha ciência dos motivos de tal afastamento, era visível a desconfiança sobre os humanos, não era segredo para ninguém a forma que muitos humanos desprezavam os feéricos, por isso tinha sentido que fossem tão receosos no começo.

Rassvet havia acordado cedo para treinar, mas antes ela se encaminha na direção da porteira lateral para se despedir de algumas das crianças que havia feito amizade, no caminho entre as vielas de uma casa ela avista Snel se esgueirando usando uma capa verde que cobre todo o seu corpo, assim como uma máscara de pano da mesma cor cobrindo a boca e o nariz, mas por algum motivo ao avistá-la Rassvet a reconheceu quase que imediatamente, como um sentimento, uma certeza de que era ela, curiosa com o que aquela nanica estava fazendo, ela decide segui-la, após entrar em algumas vielas, Rassvet se agacha no final de uma delas e observando Snel de longe que havia parado diante de um arbusto próximo à mureta que circundava o vilarejo, Snel se curva diante do arbusto e para Rassvet parece que Snel está conversando com a folhagem.

'' Rassvet - Além de ser uma chata de galocha e nanica, ela é maluca também.''

Até que Rassvet toma um susto e cai para trás, tapando a boca e se escondendo para não chamar atenção, de dentro do arbusto sem aviso surge uma cabeça de uma desconhecida do tamanho da cabeça de Snel com orelhas maiores que as dela e que provavelmente teria a mesma altura, um cabelo castanho-claro desgrenhado e curto, Snel havia olhado para trás vagarosamente para a direção da viela ao escutar um barulho.

Veer - Algum problema? - Snel sorri - . Snel - Não é nada, deve ser só um carrapato do qual eu não consigo me livrar. - Veer fica confusa com a afirmação - . Veer - Eu não entendi? Snel - Não é para entender, agora me responda se entendeu direito. Veer - Eu já sei, eu faço isso sempre, não se preocupe vou estar de olho de longe para assegurar como sempre. Snel - E ainda assim, você comete erros como não cobrir o rosto e a cabeça. - Veer coloca a mão na cabeça percebendo que o seu capuz está para trás e no pescoço descobrindo que não subiu sua máscara de pano - . Veer - Esqueci, desculpa, você se preocupa demais. Snel - E de quem é a culpa? Eu deveria ir. Veer - Você é mais útil aqui, além do mais cada uma de nós tem o seu talento, o meu é não ser notada, agora é melhor eu ir antes que eles partam. Snel - Tome cuidado. Veer - Eu sempre tomo.

Mesmo distante, Rassvet ainda conseguiu escutar parte da conversa, ela tenta olhar mais uma vez, mas não encontra mais ninguém próximo ao arbusto, ela ergue a cabeça e expondo seu corpo quase por completo tentando ver para onde Snel poderia ter ido, mas não encontra nada, ela sai da viela olhando para os lados.

Rassvet - É melhor eu voltar a treinar. Snel - Treinar o quê? - Rassvet toma mais um susto daquela voz vinda de suas costas e pula para frente quase caindo - . Rassvet - Esta tentando me matar? Qual o problema desse lugar? Todo mundo tem passos silenciosos... Snel - Você deveria aprender a ser discreta, a percebi antes de entrar nas vielas. - Snel começa a andar em volta de Rassvet que vai seguindo ela com seus olhos - . Rassvet - Por que não disse nada? Snel - Por que eu deveria? Rassvet - Você apenas parecia suspeita. Snel - Eu? E você que gosta de seguir alguém e se esgueirar? O que você seria exatamente? Rassvet - Eu não sabia que era você, estava toda coberta e ainda estava meio escuro, o que eu deveria pensar ao avistar alguém encapuzado? - Snel para de circundá-la e começa a andar na direção que antes Rassvet tomava, Rassvet a segue quase que naturalmente - . Snel - Tudo bem, nesse caso você tem razão, mas da próxima vez, procure ajuda, uma tripinha feito você não daria conta de nenhum invasor... Vai acabar se machucando. - Rassvet apressa seus passos para ficar ao lado de Snel - . Rassvet - Quem era aquela? Snel - Uma amiga. Rassvet - Eu nunca a vi por aqui. Snel - Ela está sempre por aqui, na verdade, uma parte do meu povo vive aqui. Rassvet - Eu só vi você até agora. Snel - Não somos chamados de'' pés leves'' à toa, se bem que eu estou mais para ''pés rápidos''. - Rassvet fica encarando Snel com um olhar cético - . Rassvet - Sempre achei que os halflings eram amigáveis, alegres e que conseguiam se esconder perfeitamente, e que seus pés eram grandes comparados às outras proporções restantes do corpo. Snel - E o que tem isso? - Um tom bem irritado toma conta da fala de Snel, acompanhado de um olhar afiado - . Rassvet - Você ainda pergunta?

A Vilã Quer Salvar A Santa (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora