Capítulo 41

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O corpo de Cássia está rígido, ela segura a cadeira com tanta força ao ponto de suas unhas quebrarem, seus dentes estão rangendo, seu olhar está sério, Rassvet ao perceber que o Conde sabe quem elas são fica tonta, o seu ouvido zumbe e ela coloca as mãos nas têmporas apertando a cabeça, passa a respirar com dificuldade. O conde, por outro lado continua calmo, ele retira de uma gaveta de sua mesa uma caixinha, Cássia fica apreensiva e entra em guarda.

Conde - A sua companheira está entrando em uma crise bem forte, acredito que devam ser resquícios do que ela viveu.

'' Cássia - O quanto ele sabe, a cada vez que esse humano fala parece saber mais e mais, mas não é hora para isso... ''

Cássia olha preocupada para trás e vê Rassvet naquele estado preocupante e não sabe como proceder, se der as costas ao estranho, as coisas podem não acabar bem, mas se ignora-la e algo acontecer a Rassvet nunca iria se perdoar, então tomando sua decisão, ela dar as costas ao Conde e vai até ela, até que um objeto pequeno passa por ela em um rastro, rápido e cintilante, Rassvet cai desacordada no sofá, Cássia se vira rapidamente e o conde segura algumas agulhas, ela avança sem pensar duas vezes e com o peso de seu corpo o imobiliza em sua cadeira, ela segurar a faca de prata a qual pegou tão rapidamente que o conde não percebeu e a pressiona contra a garganta do homem.

Cássia - O que fez? Responda maldito! Conde - Como disse antes, ela estava tendo uma crise, a agulha serve apenas para ela dormir, pode checá-la se quiser, verá que ela está bem, apenas dormindo.- O rosto de Cássia demonstra o quão furiosa e confusa ela está - . Cássia - Para o seu próprio bem, espero que isso seja verdade.

Após Cássia checar os sinais vitais de Rassvet ela se senta novamente erguendo a faca na direção do Conde, que está se recompondo.

Cássia - Eu acredito que está bem óbvio que eu não vou ser muito paciente daqui em diante, então não me faça perguntar novamente, fale de uma vez, como sabe tanto sobre mim? E como sabe o que vim fazer aqui? Conde - Era o que eu planejava, muito bem, poderia abaixa essa faca antes, ela não foi feita para isso e prata não é fácil de limpar. - Ela coloca a faca em cima da mesa diante dela e faz um gesto para ele prosseguir - . Conde - A verdade é que ouvi sobre você pela primeira vez três anos atrás, eu estava no grupo que estava caçando e aprisionando os homens do Marquês Kretin, na verdade, eu estava liderando, aliás não devo mais chamá-lo de marquês, ele perdeu o título. Cássia - Só isso, essa foi a punição que ele teve pelo que fez? Perder sua posição? Conde - Com isso ele perdeu suas terras, poder e influência, as pessoas que o apoiam se viraram contra ele, acho bem difícil que esteja vivo, e ainda que esteja, deve estar vivendo o inferno. Cássia - Ele só viverá o inferno quando eu encontrá-lo, continue. Conde - Quando chegamos as minas de Steinbruch, capturamos os capatazes que estavam nas celas e os interrogamos, após descobrir tudo o que havia acontecido naquele lugar terrível, enviei alguns homens para os lugares que eles indicaram, onde haveriam mais prisioneiros feéricos para serem libertos, mas na maioria dos lugares que chegávamos, estavam vazios, e sempre era a mesma história, eles já haviam sido libertos por feéricos de armaduras brilhantes liderados por uma elfa, a senhora foi se tornando bem famosa entre os meus homens. Cássia - Que já ouviu sobre mim eu entendi, mas não explica como me reconheceu tão rapidamente, ainda mais que o nome que eu dei foi bem diferente, eu nunca me encontrei com o senhor pessoalmente tenho certeza, saber histórias sobre mim não lhe faria ter tanta certeza de que eu era a elfa em questão que estava em Tussen, então pode me explicar, ou vai me dizer que o senhor é dotado de uma intuição mística? Conde - Como disse, fiquei curioso sobre a senhora, eu investiguei com minhas próprias mãos, enviei alguns homens de confiança também, não foi fácil descobrir detalhes sobre, mas pelo que fui descobrindo sobre a senhora, descrição é algo que lhe falta se me permite dar um conselho. Cássia - E abrigou o meu povo pela bondade de seu coração, e ainda os escondeu daqueles que lhes fizeram mau, que coração generoso. Conde - Fiz o que me foi ordenado pelo imperador, mas sim, fiz por mim também, Baronesa, o que faria no meu lugar? Uma das pessoas que deveria servir ao mesmo reino que você é leal, invade o reino vizinho, sequestra pessoas, escraviza e mata, você obviamente se sentiria indignada e enojada, iria querer resolver o assunto com suas próprias mãos, ainda mais que usaram as suas terras para conseguirem invadir quando você se ausenta. A verdade é que estive esperando uma oportunidade para conhecê-la pessoalmente, tem algo muito importante que eu queria fazer. Cássia - Aqui estou. - O Conde se ergue, dá a volta em sua mesa e fica diante de Cássia, então se abaixa apoiando seus dois joelhos no chão e se curva ao ponto de encostar sua testa no chão apoiando-se com suas mãos, ela o ignora olhando para frente - . Conde - Perdoe-me, perdão por tudo o que seu povo foi obrigado a passar, a sofrer e ainda sofre pelas lembranças, por feridas que talvez nem o tempo cure. Cássia - Quem pensa que é? Acha que meu povo é tão fraco assim? Mal algum feito pelas mãos daqueles monstros perdurará sobre os meus, não importa o tempo que leve, eles vencerão.

O Conde se levanta e volta a se sentar.

Cássia - O senhor não age muito como um nobre. Conde - Posso dizer o mesmo de você Baronesa.

A Vilã Quer Salvar A Santa (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora