A Vilã Quer Salvar A Santa (Volume 1)

Capítulo 49

Cássia está na da sala de estar da casa de Petras juntamente com ele, ambos são tomados por uma ansiedade visível, nos fundos da casa um pássaro enorme de penugens verdes escuras no dorso e claras no peito, com uma crina em penugens douradas, de olhos vermelhos como rubi, alça voo, alguém bate a porta e Petras olha para Cássia que vai abrir hesitante, ela se depara com Cornélia que está do lado de fora.

Cornélia - Todos estão reunidos. Cássia - Tem certeza que não está faltando nenhum morador? Cornélia - Para falar a verdade, Snel, Antje, Anelise e Behul foram para as colinas para ajudar Rassvet que achou melhor distrair as crianças do que quer que seja que vocês forem falar. Cássia - É melhor assim, eu não tinha sequer cogitado isso, graças a deusa ela está comigo. Petras - Bem, então vamos.

Na colina as crianças mais jovens estão brincando umas com as outras com a ajuda de uma mulher jovem de cabelos ruivos presos em um coque, roupas simples e sardas por todo o corpo, algumas outras um pouco mais velhas estão sendo distraídas por uma história contada por um homem forte e alto de pele acinzentada, ele traja roupas simples, descalço e com um avental de couro, a algumas cicatrizes antigas em seus braços, seus dedos são grossos e sua mão é áspera, sentadas diante da soleira do casebre de Leisg estão Snel e Rassvet, lado a lado, olhando uma para a outra.

Snel - Graças ao velho Leisg temos a chave dessa casa velha para acomodarmos as crianças de colo. Rassvet - A onde Antje colocou os bebês? Snel - Estão em cestos forrados com sacas vazias de farinha. Rassvet - Espero que essas crianças não fiquem doentes. Snel - Elas são fortes, as crianças do nosso vilarejo geralmente são, mas e você? Rassvet - O que tem? Snel - Não deveria estar ajudando? Afinal foi sua a ideia de virmos até aqui? Rassvet - Eu sei, eu queria, mas não consigo... - Elas são interrompidas por uma voz - . Vee - Capitã Snel! - Às duas são surpreendidas, e batem a cabeça uma na outra, Rassvet está se contorcendo de forma contida, enquanto Snel se joga para frente irritada enquanto massageia a testa - . Rassvet - Mas que inferno! Todos os dias isso acontece! Snel - Sua cabeça é feita de aço?! Vee - Perdão capitã... - Rassvet ao olhar para a halfling a sua frente percebe o quão diferente ela é de Snel, além de ser um pouco mais alta, seus pés são maiores e sua orelha mais pontuda, seus cabelos são curtos e negros, bagunçados, seus olhos são enormes e nariz pequeno, sua capa verde esta para trás e ela esta descalça - . Snel - O que você quer? Vee - A senhora não deveria estar na praça? Aparentemente o aviso que virá será importante, como capitã do pelotão Jerboa, a senhora deveria estar presente. Rassvet - Pelotão Jerboa? Snel - Depois eu explico... Você deveria ir Vee, como minha representante. - Vee olha para a sua capitã por uns segundos, que a encara ainda sem graça por ter batido sua cabeça, depois dá de ombros sorrindo - . Vee - Tudo bem, vou tomar isso como uma ordem. Snel - Qual a sua dificuldade com o capuz? - Snel se aproxima ao dizer isso e coloca o capuz de sua subordinada que puxa a máscara retraída de seu pescoço para cobrir a boca e o nariz - . Vee - Eu não gosto de usar essas coisas e elas são desnecessárias para mim.

Vee se retira e de longe ao correr dá uma pequena olhada para trás, mesmo com sua boca coberta, sua expressão calma dá a impressão de estar sorrindo, Rassvet se levanta e vai até às crianças que estavam brincando, Snel a acompanha.

Snel - Resolveu se juntar a elas? Rassvet - Essa pequena distração me acalmou o suficiente, a verdade é que eu não conseguia tirar a minha cabeça da praça central. Snel - Que bom que minha subordinada pode ajudar... Rassvet - Isso me lembra, como assim, subordinada? Pelotão? Snel - Isso é uma história antiga, deixe-me contar onde tudo começou...

De volta ao coração do vilarejo, Petras carrega um caixote de madeira vazio em seu ombro, os dois chegam à população antes em polvorosa se torna quase silenciosa, sussurrando baixinho, pois Petras finalmente chegou, alguns se perguntavam o porquê dele estar sendo acompanhado por Isobel e Cornélia, os três param em meio as pessoas que abrem um pequeno espaço circular ao redor deles, Petras coloca o caixote no chão e Cássia sobe em cima dele, Cornélia se junta a população ficando de frente para ambos esperando qual seria o pronunciamento, Cássia respira fundo.