Avião 734 - Capitulo 04

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Arthur

Acordei com meu celular tocando insistentemente, era minha sogra. Encontraram a Carla, o avião caiu em uma parte que tem mais floresta, no litoral do Rio, pelo que entendi, levaram ela e os outros para um hospital no Rio mesmo, porque trazer para São Paulo seria muito mais arriscado.

Agora estamos os dois indo pro Rio, deixei o Chaplin na minha casa junto com a Thais e minha mãe que já chegaram. Olho pra Mara e o rosto dela reflete preocupação, assim como o meu. Eu lhe dou a mão e ela me olha antes de me dá a sua. Rezamos juntos e deixamos de lado qualquer mágoa por causa daquilo que nos une, que é o amor pela Carla.

Chegamos ao Rio e vamos direto pro hospital, assim que chegamos, somos informados que a Carla está em cirurgia, chegou quase sem vida ao hospital e o caso dela é extremamente grave. Cada palavra da enfermeira rasga meu peito de uma forma que eu achei que não seria capaz. O Pedro vem em nossa direção, foi examinado, mas fora o pé que quebrou com o impacto, não tinha mais nada errado com ele, então já com o gesso e a bota imobilizando o pé, ele já foi liberado.

Ele conta como tudo aconteceu e como a Carla tava falando que me ama, depois ele nos fala de como ela foi perdendo o fôlego aos poucos e o quanto ele ficou apavorado. Eu continuo sem chão, me sento em uma cadeira que havia por ali e só sei rezar pra que tudo fique bem com ela.

Mara: eu vou postar um pronunciamento sobre o estado dela, pra acalmar os fãs. Você quer fazer algo em relação a isso? (Me pergunta se aproximando)
Arthur: não sei dona Mara, a gente tinha combinado que não iríamos expor nossa relação, e se ela acordar e não gostar de eu ter falado sobre a gente? (Pergunto nervoso)
Mara: calma meu filho, eu sei que vocês preferiram levar a relação de vocês o mais guardada possível, e estão certos em relação a isso, mas agora já sabem sobre o acidente, já sabem que você está aqui e a gente falando ou não, as especulações e mentiras vão só aumentar.
Arthur: então, eu vou gravar stories. Vou falar o mínimo possível, porque não quero mesmo expor a gente, não até ela acordar. (Ela me abraça e eu pego o celular pra fazer os stories)

Arthur Picoli via Instastories

Fala família, o assunto de hoje não é tão bom quanto eu queria que fosse. Vocês já devem saber que a Carla, sim a Carla Diaz sofreu um acidente aéreo, o avião que ela, um amigo e outros passageiros estavam, caiu sobre uma das ilhas do litoral do Rio essa madrugada, e o que eu tenho a ver com isso? Bom, sem entrar muito em detalhes, a gente ta junto, estamos namorando a 2 meses e tem sido os meses mais lindos da minha vida, até hoje, ter a Carla de novo na minha vida trouxe tudo que eu achava que não precisava, eu a amo e não quero ouvir opiniões sobre a gente, só vim esclarecer as coisas, porque sei como a mídia desse país é e antes que saiam distorcendo tudo por aí, a verdade é essa. Agora peço aqueles que me amam de verdade e que amam minha namorada também, que rezem muito por ela, ela precisa muito da nossa oração. Até qualquer hora família.

Termino os stories e o médico vem novamente nos da notícias, ele fala que a cirurgia da Carla acabou, por hora, que o estado dela ainda é grave, mas que podemos ter um pouco de esperança se ela passar dessa noite, ela foi colocada em coma induzido, apenas pra dar ao seu corpo tranquilidade pra se recuperar de tudo. Meu coração ainda está apertado, mas parece que no final de tudo ficaremos bem.

Médico: você é o namorado dela né? (Fala se voltando pra mim) eu sinto muito (ele toca meu ombro e eu acho estranho)
Arthur: o que foi doutor? O senhor não disse que ela está grave, mas temos que esperar?
Médico: sim, mas não falo por ela (Ele me olha com um ar de preocupação) a Carla ficará bem, desde que passe dessa noite, mas ela perdeu o bebê,  não conseguimos salvar ele, era um feto muito novinho ainda. (Ele vai falando e eu vou ficando ainda mais perdido do que antes)
Mara: bebê? (Minha sogra pergunta) quando vocês ficaram sabendo que minha filha estava grávida Arthur?
Arthur: bem... eu... como assim grávida? Eu não sabia... eu... meu Deus, meu filho! (As lágrimas começam a cair ainda mais desenfreadas que antes)
Mara: você também não sabia (ela vem me abraçar) eu sinto muito!
Pedro: ela também não, a gente bebeu muito champanhe nos coquetéis dos desfiles, ela não faria isso se soubesse que estava grávida.
Médico: bom, como disse antes, eu sinto muito! Agora vou deixar vocês sozinhos, logo mais volto com notícias.
Arthur: a gente pode ver ela?
Médico: a UTI é local que precisa de muito cuidado, então só poderão ver ela amanhã,  no horário de visitas e bem rápido.

Ele sai e ficamos os três ali, alguns minutos depois a mulher do Pedro chega pra pegar ele e então ficamos só eu e dona Mara. Ligo pra minha mãe e conto sobre o bebê, ela tenta me consolar como dá, mas eu só concordo com ela pra evitar que ela venha as pressas para o Rio. A Pocah e a Ju vem ao hospital, converso com as duas que me abraçam e choram junto comigo.

Eu nunca imaginei que sentiria uma dor tão forte, que meu coração se partiria tanto. Eu não sabia que ela existia e agora tudo que eu penso, é sobre ele, se era menino ou menina, se pareceria comigo ou com ela, se ia gostar de futebol e videogame,  ou se ia ser tão vaidoso quanto a mamãe dele. De repente os meus sonhos ficam pequenos, eu perdi o fruto do meu amor com a Carla e posso perder ela também a qualquer momento e eu sequer sei como se respira mais de tanto que meu peito tá doendo.














Oie pessoas, desculpem a demora, eu ainda tava decidindo o que fazer, se parava onde estava, ou se continuava cono pensei desde o começo...

Teremos mais um pouco de emoção e eu espero que estejam gostando!

Pensei em fazer um grupo no WhatsApp com vocês pra ter vocês mais perto, o que acham?

50 comentários e eu volto!

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