Carla
Sinto mãos me tocando novamente, não reconheço o toque, então sei que não é o Arthur. Tento abrir o olho, mas não consigo, falar, também não consigo, então mexo um dos dedos da minha mão esquerda e escuto uma voz grave, tento responder, mas não consigo.
Algum tempo depois e seu que passou o tempo, porque o médico falou, ele volta, e diz pra alguém que já tem a autorização pra me tirar do oxigênio, eles começam a fazer algo comigo e meu peito arde, meu coração bate tanto que sinto que vai parar a qualquer momento e é o que acontece, de repente vou me sentindo mais fraca até dormir de novo.
Abro o olho e percorro todo o local onde estou, parece um quarto, mas tem fios ligados a mim por toda parte, olho para o lado e lá estava ele, andando de um lado para o outro, tento sorrir, mas dói, então tento falar e dessa vez eu consigo, ainda que não tão bem.
Carla: Ar-thur! (Ele corre em minha direção)
Arthur: oi meu amor, você acordou! (Ele está... chorando)
Carla: o que? Como?
Arthur: calma, você não pode se alterar! (Ele acaricia meu rosto e eu fecho os olhos enquanto sinto a sensação de seu dedo tocando minha pele lentamente) o avião caiu, vocês foram encontrados a alguns dias, você passou por uma série de cirurgias e exames e graças a Deus, acordou! Tá sentindo alguma dor? (Ele tá afoito)
Carla: não! (Pego sua mão e aperto devagar) saudade! (Faço bico e ele me dá um selinho rapido)
Arthur: eu também tava morrendo de saudade amor, você não imagina o quanto eu fiquei com medo de perder você (Ele volta a chorar)
Carla: não chora. (Enxugo uma da suas lágrimas)
Arthur: é que pensar sobre você morrendo não é uma sensação muito boa.
Carla: então não pensa lindo, vem cá! (Eu o puxo e ele coloca a cabeça no vão do meu pescoço e fica assim por alguns segundos) eu tô bem agora e só vou ficar melhor, daqui a pouco a gente vai pra casa.
Arthur: nossa parece um sonho ouvir você falando (Ele para e fica me olhando depois sorri e eu sorrio junto)
Carla: eu te amo!
Arthur: eu que te amo garota!
Carla: me beija, eu tô com saudade!
Arthur: aaaah toda carente!E ele me beija, com calma e todo cuidadoso e eu amo cada segundo daquele beijo. Ficamos um tempinho nos curtindo, até amanhecer e minha mãe vir até o quarto, Arthur falou que eles tem um quarto ao lado desse meu e ela estava dormindo lá, porque depois que podia ficar um comigo, eles decidiram revezar. Foi emocionante demais ver ela, o amor que temos é inexplicável e eu quero muito ter com meus filhos.
Arthur
Ver a Carla acordada, falando e cada dia melhor, me faz ser muito grato a Deus, porque eu sei que foi Ele que cuidou dela todo o tempo. Hoje fazem duas semanas desde que tudo aconteceu, desde que ela voltou para a gente, ainda não falamos pra ela sobre o bebê, mas o medico falou que assim que ela recebesse alta, poderíamos conversar com ela sobre, pois ela estaria fora de perigo.
E bom, esse dia chegou. Meu coração está gelado, só de pensar no assunto. Ela já percebeu que há algo errado comigo, já perguntou algumas vezes e eu já disse que quando chegarmos na casa dela a gente conversa. Saímos do hospital e eu já estou entrando com o carro no condomínio dela, tínhamos uma pequena recepção em casa mesmo, só pra dar as boas-vindas a ela, rápido porque ela acabou de sair do hospital.
Tiramos fotos juntos, fizemos stories e pela primeira vez, sem nenhum aviso, ela postou stories e me marcou, meu celular disparou de notificações, eu a olhei, sapeka, encostada no balcão da área gourmet de sua cada e abre uma das notificações, depois corri para os stories dela e lá estava.
Carla Diaz via Instastories
*um boomerang dele dando um beijinho na bochecha dela que sorria
"Meu sorriso é tão feliz contigo" 🤍 @arthurpicoli
Eu sorri e corri pra beijar ela. Estamos sozinhos agora, todos já foram embora, só ficamos nós e os cachorros.
Arthur: eu te amo tanto! (Seguro seu rosto com a duas mãos e distribuo beijos pelo rosto e beijo-a novamente)
Carla: eu que te amo demais! Tava louca pra mostrar por mundo, que isso tudo aqui (ela coloca as mãos por dentro da minha cabeça e começa a apalpar minha barriga o que me arrepia) é meu!
Arthur: tudo somente seu, minha vida! (Volto a beijar ela, agora de forma mais intensa, precisava me acalmar um pouco antes de iniciar a nossa conversa)Entramos em casa e continuamos nos beijando, até eu deitar ela sobre o sofá e a amar ali mesmo, do jeito que eu e ela amamos. Depois subimos, tomamos banho e deitamos em sua cama, ela dorme em meu peito e eu fico a observando dormir, traçando seu rosto com o dedo e imaginando nosso bebê com essa carinha linda dela e acabou chorando, o que acaba acordando ela.
Carla: o que foi amor? (Pergunta preocupada)
Arthur: aí Vida, eu queria não ter que te contar isso (ela se senta na cama, cruza as pernas e fica me olhando)
Carla: contar o que Arthur? (Ela parece brava agora)
Arthur: calma (me sento, a abraço)
Carla: fala logo, eu tô ficando nervosa.
Arthur: você tava grávida. (Ela me olha espantada e já com os olhos marejando)
Carla: como assim, grávida?
Arthur: lá no hospital, o medico disse que quando você chegou ao hospital, tava com hemorragia interna e eles não conseguia achar a fonte, até que constataram a gravidez (ela chora silenciosamente e eu a abraço)
Carla: a gente ia ter um filho? Tinha quanto tempo?
Arthur: você tem certeza que quer saber detalhes?
Carla: eu quero saber tudo.
Arthur: o medico não disse especificamente quanto tempo, ele só disse que era muito novinho ainda, com o impacto da traseira do avião sobre você, ele não resistiu, não dava pra saber se era menino ou menina e isso é tudo o que eu sei.Choramos juntos, abraçados, ela me questiona o porque não falamos antes, eu explico, dormimos agarrados, depois de muito chorar e eu falo que tanto eu, quanto ela faremos terapia, precisamos disso, porque perder um filho, mesmo que você não soubesse da existência dele, destrói qualquer um.
Oie pessoas, voltei hein?!
E aí, doeu aí também? Meus filhos estão sofrendo, alguém faça alguma coisa?!
50 comentários e eu volto!
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