Sonho- 04

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Arthur

Acabei de voltar da caminhada com os cachorros, mas ao contrário do que achei a raiva e o ressentimento não diminuíram. Ela acha que eu sou quem? Pra vir atrás de mim por piedade!

Coloco água pros cachorros e escuto a campainha tocando. Não tô esperando ninguém, nem foi anunciado nada, será que é algum vizinho?

Abro a porta e nada, mas nada mesmo podia ter me preparado pra essa visita.

A: o que você ta fazendo aqui?
C: porque você tem que ser tão difícil hein? (ela me empurra entrando na minha casa)
A: o que você ta fazendo aqui? (pergunto de novo, fechando a porta e a encarando)
C: vim te ver! Porque você não me atende e fica ai cheio de marra.
A: Carla, eu vou perguntar de novo, o que você ta fazendo aqui? Considerando que a gente não se falava a tempos! Considerando que a gente ja brigou demais e não temos mais nada a ver um com o outro!
C: eu vou te responder, considerando que você foi uma pessoa muito importante pra mim! E eu sei que também fui pra você! Considerando que a gente tem uma história que não me deixa ficar indiferente a você. E considerando que apesar de tudo eu quero te ver bem! Considerando tudo isso, eu tô aqui porque me preocupo com você seu idiota!
A: HA! Engraçado você mencionar a história que a gente teve, sendo que você faz questão de dizer que essa história não aconteceu, que foi uma coisa que só existiu em reality né. Porque essa história inexistente te importa tanto? (não consigo me conter e sinto minha voz trêmula)

Me afasto dela, de costas, não vou deixar que ela me veja chorar.

C: porra, Arthú. (ela sussurra com a voz embargada)
A: vai embora (digo ainda de costas e caminho pra longe dela)

Escuto quando a porta bate. Ela foi embora. Não tenho coragem de me virar e ver que ela não está mais ali. Levo as mãos ao rosto e permito que o choro chegue. Sinto meu corpo inteiro tremer, e me assusto quando sinto mãos me puxando pra si.

Levanto o rosto atordoado. A Carla.

A: o que? (olho na direção da porta) você não foi embora?
C: claro que não (ela fala suave) só bati a porta pra ver se você ia continuar com essa marra se achasse que eu tinha ido.

Meu queixo treme e eu não consigo mais. Ela me puxa para os seus braços e eu choro agarrado a ela. Ela desliza as mãos pelas minhas costas e sussurra no meu ouvido que ta tudo bem, que eu vou ficar bem.

Tento me afastar dela, mas ela não deixa.

C: escuta aqui (ela diz firme ainda me abraçando) eu não vim atrás de você porque to com pena nem nada do tipo, eu vim atras de você porque acaba comigo saber que você ta mal, eu vim atras de você porquê nao suporto a ideia de te ver sofrer por minha causa, e eu sei que fiz isso, sei que te fiz sofrer muito no passado, e é por me arrepender demais que eu to aqui, queria poder mudar o passado, mas não posso! O que eu posso fazer é com o presente, e no presente eu quero cuidar de você!

Só então ela me solta, e eu não sei o que dizer agora. Não sei nem o que sentir em relação a tudo isso.

C: entendeu? (ela pergunta me olhando)

Eu só consigo assentir e a puxo para os meus braços novamente. Deixo um beijo no topo da sua cabeça e ela se aconchega nos meus braços.

C: o que você quer fazer agora?
A: o que? (a encaro quando ela se afasta pra me ver)
C: o que você quer fazer agora? O que você faria pra se acalmar? Quer ver um filme? Sair? Dar uma caminhada? Quer treinar? Eu treino com você!

Ela diz tão empolgada o negócio do treino que eu não consigo não rir.

A: você ta falando sério? (Coloco uma mecha de seu cabelo atras da orelha)
C: tô sim, tô aqui pra você, mesmo (Ela desliza as unhas pela minha barba)

Não consigo não olhar pra sua boca e imaginar se nosso beijo ainda teria o mesmo encaixe. Mas me obrigo a voltar o olhar para os seus olhos.

A: vamos ver um filme então?
C: ótimo!

A levo pra dentro de casa, e deixo ela na sala escolhendo o filme enquanto preparo a pipoca. Quando fica pronto, pego duas latinhas de coca cola e leite condensado pra ela colocar na pipoca e levo até a sala.

C: você tava assistindo O Melhor de Mim?
A: tava (digo enquanto coloco as coisas na mesinha de centro)
C: eu nunca vi
A: serio? (Ela assente) pois vamos ver agora. Coloca ai.

Ela aperta o play e entao repara no que eu trouxe.

C: você trouxe leite condensado pra colocar na pipoca?
A: pra você, eu continuo não vendo sentido nessa combinação (digo rindo)
C: você lembrou que eu gosto? (ela me olha sorrindo) obrigada! (sorrio de volta e sento no sofá).

Ela senta ao meu lado despejando leite condensado em um lado da pipoca deixando o outro lado sem, ficamos próximos pra dividir a pipoca e nos concentramos no filme.

Lá pela metade, a pipoca ja acabou e eu estou recostado no sofá, sinto meus olhos fechando e me assusto quando ela me puxa, me acomodando em seu colo.

C: relaxa (ela disse) você ta todo tortinho da estrela ai, deita aqui.

E eu obedeço, deito em seu colo e ela desliza as unhas pelo meu cabelo. E por mais que eu queira aproveitar esse momento, pego no sono.














Oie pessoas, voltei hein! E , gostaram da conversa? O que será que vem por ?

Meu filho dormindo no colo da minha filha 🥹🤏

Meta: 50 comentários e eu volto

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