Aviao 734 - Capitulo 06

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Carla

Os dias se arrastam, parece que eu entrei em um limbo de dor que não passa por nada. Tô fazendo terapia, como o Arthur falou que faríamos e eu confesso que tô fazendo mais por ele, que por mim. Ele tem sido muito parceiro todos esses dias, eu já sabia que ele era assim, desde quando errou comigo lá no bbb ainda, ele mudou muito, ele se esforça pra isso e eu só me apaixono ainda mais por ele, todos os dias.

Mesmo com ele aqui, mesmo com todo o cuidado e amor, meu coração está vazio, penso no meu filho o tempo todo, sei que ele era o meu Lucas, mesmo que Arthur diga que ainda era novinho pra saber o sexo, eu sinto que era ele e eu o queria tanto. Eu sonhei tanto com ele.

Arthur: linda?! (Ele chega no quarto e fica parado em pé me olhando) ei, não chora! (Ele se abaixa e enxuga minhas lágrimas)
Carla: por que a gente tinha que sofrer tanto? Eu só queria ficar em paz contigo, viver a nossa vida e ser feliz. Mas parece que é demais pro universo pensar na gente feliz. (Ele vem deitar comigo e eu me viro pra ele)
Arthur: não fala assim amor. A gente ainda vai ser muito feliz! Confia em mim?!
Carla: eu tô cansada de esperar esse tempo em que a gente vai ser feliz. Eu tô com tanta dor que eu não consigo imaginar felicidade nenhuma agora, eu só queria nosso filho aqui (enterro meu rosto em seu pescoço)
Arthur: eu sei minha vida, isso tá doendo muito mesmo, mas a gente vai ficar bem. (Ele me abraça ainda mais forte)

Dormimos abraçados como estávamos. No outro dia, recebi uma ligação da portaria, estou na casa do Arthur, dormi aqui, ele foi me buscar ontem. O porteiro informou que era a irmã dele, que por mais que tenha uma chave, queria saber se ele estava em casa.

Assim que ela abre a porta e coloca a Manu no chão, eu a vejo correr pro meu colo, a gente ainda não tinha se visto pessoalmente,  mas toda vez que a Thais ligava pra o Arthur e eu estava junto, ficava babando na Manu e ela gostava muito de conversar com o tio, o que acabou fazendo ela gostar de conversar comigo.

Manu: titi! (Eu a pego no colo e distribuo beijos)
Carla: oi meu amor, a titia tava morrendo de vontade de conhecer você! (Eu a beijo um pouco mais)
Manu: din-duuu (ela faz esforço pra descer do meu colo) Tutu! (Olho para os dois, ela agarrada no pescoço do dindo e meus olhos marejam)

Thais: oi Cunha! (Ela me abraça e eu me prendo a ela e começo a chorar) calma, vai ficar tudo bem.
Carla: aí Cunha, eu não sei não. Cada dia que passa, parece que a dor só aumenta (Falo enxugando as lágrimas e a soltando)
Thais: bem, como alguém que já passou por isso eu lhe digo que vai passar, ainda vai doer por bastante tempo, você ainda vai se culpar muitas vezes e achar que poderia ter feito algo pra garantir que seu filho ficasse bem, mas você não podia. É Deus quem escolhe como a vida começa e quando ela termina e só ele sabe os motivos que tem pra levar as pessoas daqui, mesmo aquelas que nem chegaram a conhecer esse mundo, nos resta confiar que Ele sempre sabe o que faz. (Ela faz um carinho leve em meu ombro)
Carla: obrigada, por ter vindo e por dizer tudo isso.
Thais: tá vendo aquela pequenininha ali correndo enquanto o dindo dela corre atrás, ela chegou na minha vida meses depois de eu ter perdido o irmão dela e foi apavorante, eu ainda estava cheia de dores e traumas e achava que aconteceria o mesmo, mas aí, aquele garoto ali chegou e me disse que ficaríamos bem, que apesar de todo o sofrimento, Deus tinha nos dado uma alegria e que eu tinha que ficar feliz por isso. Foi então que eu resolvi celebrar a vidinha que estava dentro de mim, não sabia se ela duraria ali, mas eu não queria ficar sofrendo por algo que poderia nem acontecer e não aconteceu, a Manu nasceu bem, saudável, linda e tão canceriana quanto o irmão e o tio dela. (Rimso juntas após essa constatação) vai ficar tudo bem Carlinha, você vai ver.
Carla: obrigada mais uma vez! (Nos abraçamos de novo)

Manu: mamãe, Nunu, tetê. (Ela estava no colo do Arthur ainda, mas se jogava pra mãe)
Thais: vem meu cheveirinho! (Ela pega a pequena e a coloca pra mamar) que foi? Você já viu essa cena milhões de vezes seu Arthur (ela faz careta pro Arthur e eu sorrio)
Arthur: eu sei, mas precisa ficar pelada na frente dos outros, com a Carla não vai sr assim não, né vida?
Thais: ah tá, deixa de ser idiota Arthur, isso aqui é só alimento da criança, vocês homens que são uns tarados.
Carla: vocês são bem irmãos mesmo né? Parem de implicância gente. E respondendo sua pergunta meu bem, com certeza farei, meus filhos serão alimentados quando e onde quiserem e você que lute com esse seu ciume besta.
Arthur: aí meu Deus, já tô vendo que vou ter que triplicar a terapia.

Caímos na gargalhada, ficamos um tempinho ainda conversando, depois Arthur levou Thais e Manu a um dos quartos de hóspedes, porque a pequena dormiu e Thais também precisava descansar e eu vim tomar banho, chorei enquanto imaginei minha barriga crescendo e me assustei quando vi Arthur entrar no Box.

Arthur: ele seria o garoto mais feliz do mundo só por seu filho e nós vamos sempre poder lembrar dele com carinho, porque apesar de não ter segurado ele, eu o amei muito, desde o segundo que soube que ele já existiu. Obrigada por isso, mesmo com toda dor, nosso amor deu fruto e se você quiser e quando quiser podemos tentar de novo, porque agora que eu sei qual a sensação de ter formado um filho com você, eu preciso sentir ela mais vezes.
Carla: ainda tá doendo muito lindo, mas depois de conversar com a Thais, eu quero mais, não agora,  não sei como reagiria a descobrir uma gravidez tão perto dessa, mas eu quero ter mini cópias suas,  é lindo demais ver o seu cuidado com crianças, a Manu é apaixonada por você e eu quero muito saber como é a sensação de ter uma pessoinha minha, que também vai ser apaixonada por você.
Arthur: eu que sou apaixonado por você!

Ele começa a me beijar devagar, depois tomamos banho juntos e vamos preparar algo para comer junto com a minha cunhada e sobrinha mais nova.














0ie pessoas, isso é hora de postar fic? Não ? Mas ...

E agora o que teremos?

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