Outra Realidade - 06

248 20 77
                                    

Arthur

Arthur: como assim ela é nossa Carla? (Me levanto e a puxo pra mim)
Carla: você é o pai dela, Arthú! (Ela me olha e tudo que eu sinto é raiva)
Arthur: e você não achou que eu deveria saber disso? (Pergunto enquanto cerro o punho)
Carla: eu tentei te contar (seus olhos me passam incerteza)
Arthur: não se faz de sonsa, não agora! (Me viro de costas e caminho até a janela)
Carla: você me disse pra ir embora (tento lembrar do que ela ta falando) eu fui até sua casa Arthur, eu ia te contar, mas você mal abriu a porta e já foi logo falando que não me queria mais, que estava cansando de mim e daquela relação fracassada, você gritou olhando dentro dos meus olhos que era pra eu ir embora (eu lembro disso) e aí, eu fui! (A ultima parte sai quase em sussurro)
Arthur: você (Viro se frente e caminho até ela) não passou por sua cabeça que se tivesse me dito ali, eu não teria te mandado embora?
Carla: eu não estava pensando direito, eu estava sensível e você, parecia com tanta vontade de me mandar embora, nem me deixou falar nada
Arthur: você sabe porque eu desisti da gente de vez?
Carla: não, por que?
Arthur: eu sempre soube das suas voltas para o outro lá (ela me olha com cara de nojo) você continuava me tratando como estepe Carla, eu queria você, como nunca quis outra mulher na vida, mas você sempre me deixou em segundo plano, eu cansei, cansei de implorar e depois ver você com aquele cara de novo (não seguro mais as lágrimas que prendia) eu perdoei tantas mentiras e você mentiu ainda mais, mas um filho Carla, um filho? Porra, você me tirou anos da vida dela, isso eu não vou perdoar nunca.

Meu coração está dilacerado, como ela pode fazer tamanha crueldade? Minha filha deve ter por volta dos 3 anos, assim como meu sobrinho, porque eles estudam na mesma sala. Eu perdi tanto da vida dela, como ela teve essa coragem? Eu a encaro sem reação e tudo que eu queria era matar ela, ao mesmo tempo penso na nossa menina, em como ela deve ser, meu Deus eu finalmente tive o que tanto quis, não foi o moleque, mas nossa menininha veio e eu queria muito poder me ajoelhar aos seus pés e lhe agradecer.

Arthur: cadê ela? (Saio meio que procurando)
Carla: ela não ta aqui! (Ela senta no sofá enxugando as lágrimas) e eu não vou deixar você ver ela, assim!
Arthur: você não tem que deixar nada Carla, ela é minha filha!
Carla: não, ela é minha filha. Você, por enquanto é só um estranho pra ela e eu não vou deixar você conhecer ela, sem que eu converse com ela antes (sinto ainda mais raiva que antes)
Arthur: tá, você quer tornar as coisas ainda mais dificeis? (Pego meu celular e ligo pra Thais enquanto ela me olha)

Ligação on

Thaís: oi?
Arthur: Tha, eu preciso que você ligue pro Leonardo e peça pra ele entrar com um processo pra mim (a Carla me olha apavorada e começa a caminhar pra perto de mim)
Thais: contra quem?
Arthur: contra (respiro fundo e volto a chorar) Carla Diaz (a voz sai quase em sussurro)
Carla: para com isso Arthú
Thais: meu Deus, oi Carla (a chamada estava no viva-voz) pera, qual a natureza do processo?
Arthur: pedido de guarda compartilhada!
Thais: calma ai, alguém me explica o que tá acontecendo.  (Ela fala nervosa)
Carla: Arthú para. (Ela me olha com medo)
Thais: ooooo gente? Alguém me responde. Arthur: ela tem uma filha Tha, uma filha minha (a Thais troca a chamada pra uma chamada de video)
Thais: ei, como assim? Vocês dois? A Carla? Quando?
Carla: a poucos mais de 3 anos, eu preciso que ele se acalme pra gente conversar, eu não vou deixar ninguém tirar minha menina de mim, ela é minha, entenderam? (Ela sai e some no corredor, eu fico sem saber o que fazer)
Thais: irmão, que notícia hein? E aí? Quer que eu prossiga com o negócio do processo?
Arthur: não, eu só queria ver se ela para de marra e me deixa conhecer nossa menina.
Thais: aí meu Deus irmão, parabéns! Mas calma, respira e tenta conversar com ela, agora vocês tem uma outra pessoa entre vocês, precisam parar de tanta marra e tento orgulho.
Arthur: eu sei irmã, vou desligar e ir atrás dela.

Ligação off

Carla

Saio da sala porque se continuasse ali iria cometer uma loucura, eu sei que o que eu fiz foi errado, eu não deveria. Eu tinha que ter contado logo, mas não contei. Ouvir que ele queria pedir a guarda da Flora, mesmo que compartilhada fez meu coração sangrar, ele não entende que eu só quero proteger ela, ela tem quase 3 anos, mas é só um bebê. Eu preciso ir com calma pra poder introduzir ele na vidinha dela.

Entro em meu quarto, vejo as fotos que trouxe pra cá e choro, choro tudo que tinha pra chorar. Escuto a porta se abrir e vejo ele percorrendo o quarto com o olhar.

Arthur: essa é ela? (Ele pega uma das fotos, em que Flora está fazendo pose ao lado do Chaplin, quando fez dois anos)
Carla: ela já tá bem diferente dessa foto aí, mas sim, é ela (Ele olha atentamente e eu tento decifrar seus olhos)
Arthur: ela é a cara da Manu!
Carla: é,  eu acho ela a sua cara. (Me aproximo aos poucos)
Arthur: ela é loirinha (assinto) nossa moleca, loirinha!
Carla: ela é perfeita.
Arthur: eu merecia saber Carla!
Carla: eu sei que sim, mas eu não tinha força, depois de tudo que eu ouvi aquele dia, eu só queria ir embora (ficamos alguns minutos nos olhando) vai mesmo entrar com o processo?
Arthur: deveria, porque o que você fez, foi cruel. Mas eu não quero travar uma briga judicial com você. Eu só quero conhecer ela, eu tenho esse direito.
Carla: e você vai, mas eu preciso falar com ela. Ela é só um bebê Arthú!
Arthur: ta bom, então assim que você tiver falado com ela, me fala (ela fala saindo já e eu o acompanho) agora eu preciso ir, mas a gente ainda tem muito o que conversar.
Carla: Arthú!
Arthur: oi? (Ele se volta pra mim)
Carla: me perdoa, por favor.
Arthur: ainda não dá! (Tinha mágoa em seus olhos) tchau Carla e não demora muito.
Carla: tá.

E assim vejo ele sair da minha casa, sem chegarmos a lugar algum, sem conversarmos direito, ele apenas me deu um ultimato e saiu e eu fiquei sem rumo em casa.














Oie pessoas, o primeiro de hoje hien...

Que conversa difícil?!

E ? Acham que a reação dele foi correta?

Estão preparadas para o encontre Flothur?

Meta: 60 comentários e eu volto!

Comentem!

Flechada Certeira 2 - one shotsOnde histórias criam vida. Descubra agora