Outra Realidade - 21

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Arthur

Acordo novamente, tendo a sensação de ter ouvido a voz da Carla, mas quando abro o olhos ela não está aqui. Meu coração dispara, eu me desespero e vejo algumas pessoas entrarem no quarto, médicos e enfermeiras conversam o tempo todo e eu não entendo nada do que dizem. Eles falam comigo, mas eu não consigo responder, tem um médico me olhando enquanto fala pra eu mexer um dos dedos do pé, ei faço o que ele pedi e ele sorri e passa para o outro pé, eu repito o que fiz antes.

Enquanto ele sorri eu só consigo pensar nos meus pequenos, em como eles estão, na Dani, na Carla, ai meu Deus, será que ela já sabe? Mas se sabe, por que ela não tá aqui?

Alberto: bom, acho que temos bons resultados enfim (eu aponto para o tubo em minha garganta) vamos fazer a remoção, não se preocupe.

Ele sai e eu fico apenas com algumas enfermeiras e um médico, eles fazem a retirada do tubo e a primeira coisa que faço é perguntar pelos meus filhos.

Arthur: me- meus filhos?
Enfermeira: oi senhor Arthur, eu me chamo Laura, doutor Alberto logo volta e te explica tudo.
Arthur: não, fala!
Laura: bem, o garoto já está em casa junto com a mãe dele, os ferimentos deles não foram graves. Já a menina
Arthur: o que foi? O que aconteceu com ela? (Meu coração dispara e o monitor apita sem parar)
Laura: se acalme, senão vamos sedar você. A menina passou por uma cirurgia e segue em observação, ainda não respondeu a nenhum dos estímulos.
Arthur: nãoooo! Diz que é mentira, por favor (sinto minhas mãos tremerem, meu coração palpitar) o que eu fiz? Eu, eu prometi que ia cuidar dela, eu, eu falhei em fazer a única coisa que deveria ter feito (começo a tentar me levantar, mas eles me seguram na cama) me solta, eu preciso ver minha menina, eu, eu...
Laura: você não vai a lugar nenhum, você acabou de acordar depois de 3 dias, passou por duas cirurgias, não está em condições de nada e sua filha não pode receber visitar agora (ela vai falando e eu me debato, mas fico quieto depois de mais algumas tentativas)
Arthur: e a Carla? Ela tá aqui?
Laura: tá, ela veio assim que ligamos pra ela. Doutor Alberto foi avisar sua família que você acordou, se acalme.

Tento não me alterar mais, não quero que eles me sedem, eu quero estar acordado quando Carla vier aqui, eu não sei como vou falar com ela depois disso tudo, eu não tenho nem coragem de olhar pra ela, depois de descumprir a promessa que eu lhe fiz, mas ela vai vir e eu vou precisar ser forte pra encarar ela.

Carla

O médico se aproxima de nós e nos diz que Arthur acordou e eu não sei se foi pela emoção, ou se foi porque eu não comi nada ainda hoje, mas sinto minhas pernas cambaleando, o chão ficando bambo e minhas vistas escurecerem, mal dá tempo de avisar e sinto alguém me segurando. Eu desmaiei de novo, assim que retorno, me lembro do que o médico disse.

Carla: eu posso ver o Arthur?
Médico: pode, mas precisa comer primeiro. Carla, você está grávida, eu sei que essa situação não deve ser nada fácil pra você, mas você não pode negligenciar o bebê que está carregando.
Mara: ela não vai (minha mãe fala segurando minha mão)
Médico: assim que você estiver melhor, pode ir até o quarto do Arthur pra ver ele.

Ele continua explicando como o Arthur respondeu aos estímulos a minha sogra e sogro e eu saio pra comer com a minha mãe, porque ele tinha toda razão, meu bebê não tem culpa de nada do que acontecendo e eu preciso cuidar dele também. 

Quando volto, vou direto pro quarto do Arthur, quando chego ele está falando com a mãe dele e assim que me vê, começa a chora e eu também,  ele desvia o olhar e eu vou até ele.

Arthur: você deve tá me odiando agora! (Eu o faço me olhar)
Carla: não fala besteira Arthú!
Arthur: eu falhei Carla, falhei na única coisa que disse que faria
Carla: foi um acidente amor, não se culpa!
Arthur: não tem como vida, você confiou em mim (ele começa a chorar e o coração dispara, então eu o abraço)
Carla: se acalma, eu não quero que você volte a ficar como estava antes, eu não consigo aguentar tudo isso sozinha, por favor, se acalma (agora sou eu que choro)
Arthur: ei, eu tô aqui e vou ficar (ele me olha e eu tento respirar)
Carla: eu tenho uma coisa pra te dizer (ele me olha esperando) eu tô grávida (ele arregala o olho e fica eufórico) calma, respira!
Arthur: sério? (Assinto) mais um?
Carla: sim amor, mais um!
Arthur: ai meu Deus. (Ele me dá um selinho) eu te amo tanto (me abraça forte) obrigada por me dar tanto (ele comeca a distribuir selinhos por meu rosto)
Carla: obrigada você por voltar pra mim, eu tive tanto medo (falo beijando e cheirando ele)
Arthur: mas agora não precisa mais, eu tô aqui, vai ficar tudo bem!

Eu concordo e continuo ali, com o rosto enterrado em seu pescoço, tentando acalmar o caos que está dentro de mim no lugar em que eu me sinto segura, não tem ninguém no quarto, só a gente, ele me pede pra subir na cama e mesmo sabendo que é errado eu subo, porque eu não durmo a três dias direito e eu precisava do colo dele, então eu descanso finalmente, ainda que eu saiba que minha menininha não acordou, com ele eu sinto que tudo ficará bem.














Oie pessoas, voltei!

Um respiro no meio do caos, sera que agora do teremos boas noticias?

Me digam ai? O que acham que vem pela frente?

Meta: 50 comentários e eu volto!

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Flechada Certeira 2 - one shotsOnde histórias criam vida. Descubra agora