Capítulo 76

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Eu acordei,estava muito gelado,abri meus olhos vendo neve.Se continuar assim minha perna ficará preta,se a coloração dela mudar eu vou ter que amputar.

Olhei para minha perna vendo que neve estava em cima dela,eu limpei a perna,eu finalmente tive coragem de checa-la melhor.Eu respirei aliviada vendo que a bala não estava alojada em mim.Eu a enrolei em pano novamente firme para ter certeza de que não iria morrer de infecção.

Eu olhei para frente,não há nada a ser feito,Henry,Tara,Enid,Frankie,DJ,Ozzy,Alex e Siddiq,todos mortos,e o que vai acontecer depois,eu já não sei.Meus olhos se encheram de lágrimas,eu não acredito,todos estão mortos e eu não sei como voltar para casa.Está nevando,eu tenho uma calça rasgada e ensanguentada,e metade de uma blusa fina de mangas longas,o que eu posso fazer é apenas rezar para que Daryl esteja me procurando já que eu mesma não tenho forças pra encontrar ele.

—Então você está aí.—Me arrepiei ao escutar uma voz masculina forte atrás de mim,eu virei a cabeça vendo o Beta.Eu me estremeci,tentei me levantar mas quando dei o primeiro passo acabei caindo,eu soltei um grunhido de dor enquanto tentava me afastar,eu não tenho forças pra ficar de pé,eu caí na neve gelada.Eu tenteie arrastar mas estava tão lenta que o Beta não precisou sair do lugar pra me acompanhar.—Já chega.—Ele disse e eu senti ele agarrar meus dois pés e começar a me puxar.

—Não!—Juntei minha forças para gritar mas então ele tampou minha boca.

—Cala a boca!—Ele gritou comigo.Então eu senti seu peso em cima das minhas costas.

—Não por favor.—Eu pedi,ele botou minha cara contra a neve ficando em cima das minhas costas.—Por favor.—Eu pedi com uma voz trêmula,eu estava prestes a cair no choro,e apenas escutei sua risada.

—Não chora.—Ele falou e eu senti o Beta acariciar minha cabeça,então sua mão saiu da minha cabeça indo pras minhas costas em seguida passado até chegar na barra da minha calça.

—Não.—Eu pedi com uma voz fraca.Ele não disse nada e com um movimento rápido ele desceu minha calça.Eu senti que estava prestes a desmaiar,estava com frio e dor,eu só quero ir pra casa.—Eu faço qualquer coisa.—Eu pedi.E então ele parou.

—Eu quero a Lydia.—Ele disse com sua voz grosseira.

—Quer a Lydia,tudo bem eu faço isso.—Eu disse e então ele tirou as mãos de mim me deixando ali sozinha.

—Você tem pouco tempo.—Ele disse.—Se não conseguir a Lydia eu vou jogar bombas na sua comunidade.—Com isso os passos dele se afastaram.Eu não conseguia ficar de pé,como ele acha que vou até Hilltop nessas condições?

O pior passou,mas eu senti que,os toques daquele homem deixaram um rastro de sujuem mim,olhei para meu corpo,mas não,nada de rastros de sujeira,eu já senti isso antes,mas faz tanto tempo que,que eu não me lembrava mais como era a sensação

Eu tentei ficar de me novamente,me apoiei na árvore sentindo dor.Eu serrei os dentes para não gritar de dor,era quase impossível.Soltei um som de dor quando tentei dar o primeiro passo,eu caí no chão,a dor é insuportável.Eu estava desejando que o Daryl esteja atrás de mim nesse momento,e que ele me encontre.

Eu tentei novamente quando vi um pedaço de galho grande e resistente que pode servir de bengala para chegar até em casa,eu não vou entregar a Lydia a ninguém,aquela garota merece muito mais,ela merece ter uma vida "normal" mesmo em um mundo tão ferrado como o nosso.

Eu estiquei a mão para pegar a bengala,eu consegui,e então eu finalmente fiquei de pé,dei o primeiro passo,logo o segundo e quando vi já estava andando,mancando e com muita dor,mas andando!

Henry ficaria orgulhoso de mim,ele era um garoto teimoso,mas era o meu irmão.Mas agora,acabou,Henry se tornou saudade, é será muito bem horando,sua morte vai servir de ensinamento,não sobre sua morte ou algo assim,mas sobre a coragem que aquele garoto teimoso tinha.

Quando dei mais alguns passos escutei palmas atrás de mim,eu me virei vendo o Beta,ele não foi embora,apenas ficou ali.Eu pensei que ele fosse burro o suficiente para me deixar ali.

—Bravo.—Ele zombou.Eu estremeci quando ele veio até mim,ele cravou a mão nos meus cabelos e me forçou a andar.Ele estava em um ritmo muito mais afrente que o meu,eu caí e mesmo assim ele não parou,eu gritei de dor enquanto minha perna arrastava no chão batendo em pedras.

Ele parou quando chegou em um local onde mascarados predominam,e por fim eu fui jogada no chão,eu chorei de dor,levei a mão até a perna,e gritei de dor.Estava pulsado como um coração,a essa altura o sangue parou,mas eu ainda me sinto fraca.

—A Lydia vai voltar pra nós.—Beta disse.—É uma troca justa,uma deles por uma nossa.—Ele disse.

—Acha mesmo que eles vão aceitar a troca com ela ferida?—Escutei uma voz masculina dizer.

—Ele tem razão.—Eu olhei na direção da voz vendo a Alpha.—Dê um jeito nela.—Alpha disse e apontou pro mesmo que disse,eu olhei vendo que era um garoto,pelo seu físico aparenta ser um garoto de dezessete anos.

Ele concordou com a cabeça antes de vir até mim,ele me ajudou a levantar com dificuldade,fomos até uma árvore não muito longe,eu me encostei na árvore,eu ainda estava com muita dor.

—Quem é você?—Eu perguntei em um sussurro.

—Meu nome era Klyer.—Ele disse.—Mas agora eu sou um deles.—Ele sussurou.

—Era?—Eu perguntei mas não houve resposta.—Obrigada Kyler.—Eu disse e ele apenas balançou a cabeça,eu o observei desatar o curativo que eu fiz anteriormente ele limpou o local e quando pensei que ele ia dar pontos ou algo assim ele tirou uma faca do lado do cinto,e em seguida um esqueiro.—Ei,o que você vai fazer?—Eu perguntei.

—Shhh,fica calada.—Ele disse.Eu o observei fazer uma pequena fogueira e em seguida esquentar o ferro da faca.

—Kyler.—Eu o chamei com um tom de desespero vendo o que ele estava prestes a fazer.Quando o ferro da faca estava tão quente que ficou vermelho como brasa ele colocou no buraco da bala,eu gritei enquanto ele manteve minha perna firme no lugar.

—Fique quieta você vai atrair mais deles.—Kyler pediu,mas nessas condições seria impossível.

Quando tudo acabou,ele me deu água,eu estava tremendo e senti o local arder,mas não sentia mais tanta dor,agora eu tira duas queimaduras,uma já parte externa e outra na parte interna da perna.

—Está melhor?—Ele perguntou,eu  concordei com a cabeça.Ele encostou em uma árvore na minha frente ficando cara a cara comigo.—De onde você veio?

—Eu não vou dizer.—Eu falei.

—Então me diz,como veio parar aqui?

—Sua líder,ela me trouxe pra matar, mas eu fugi.

—Quis dizer,tentou.—Ele me corrigiu.

—E não consegui.—Eu completei.—Mas eu vou voltar pra casa.

—Seus amigos estão te procurando?—Kyler perguntou.

—Eu não sei.Talvez estejam.—Eu disse torcendo pra que isso esteja acontecendo.—Eu não vou te passar informações sobre quem eu sou,quem são meus amigos e de onde eu vim.—Eu disse prezando pela segurança da minha família.

—Então já é minha hora de ir.—Ele disse e se levantou indo embora.

O melhor amigo da minha mãe|TwdOnde histórias criam vida. Descubra agora