59- Sentimentos

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Smiley abre seus olhos, sua visão estava meio embaçada, dificultando a percepção do seu ambiente. Ele levanta a cabeça com certa dificuldade, olhando para sua frente, sua visão desfocada dificulta para ele ver oque exatamente está acontecendo, apenas consegue ver duas pessoas de roupa branca soltando seu irmão.

- Nahoya...- Smiley ouve ao longe uma voz abafada o chamando, era como se ele estivesse submergido na água, não conseguia ouvir nada direito.- Nahoya, cê ta me ouvindo?....

Nahoya solta um grunhido baixinho de dor, virando sua cabeça para a esquerda, de onde acha que a voz está vindo, vendo alguém alto, usando roupas vermelhas e de cabelo preto ao seu lado. Ele tenta identificar quem era aquela pessoa, ela passa alguns segundos o encarando, até que finalmente consegue enxergar com clareza, identificando quem era que estava ali.

- Take...michi...- Nahoya murmura em um fio de voz, se sentia fraco e seu corpo doia.

- Não se preocupe vai ficar tudo bem..- A voz de Takemichi parecia calma, enquanto o Hanagaki o pegava no colo, certamente Nahoya não conseguiria andar.

Naquele momento, durante um estado de fragilidade, Nahoya se permite abraçar Takemichi, deixando suas lágrimas rolarem por seus olhos. Estava transbordando em sentimentos, medo, dor, preocupação, culpa, ansiedade e alívio; sentia tantas coisas de uma só vez, que era como se estivesse sobrecarregado.

- Shhh... Se acalme, você e seu irmão vão ficar bem, e eu vou garantir que ninguém mais toque um dedo se quer em vocês...- Takemichi diz, caminhando com Smiley em seu colo.

Ouvindo isso, Nahoya começa chorar ainda mais, como uma criancinha assustada, buscando conforto nos braços de Takemichi. O corpo inteiro de Nahoya tremia, soluços altos escapavam de sua garganta, se sentia fraco, um inútil que não foi capaz de defender quem mais ama.

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Após deixar os gêmeos em um hospital próximo, Takemichi estava nos fundos do hospital, com aqueles três homens a sua frente de joelhos olhando para o chão.

Takemichi estava apoiado na parede de concreto, enquanto fumava e olhava para os três garotos de forma séria.

- Achei que tivesse sido bem claro quando disso para não exagerarem... - Takemichi diz tirando o cigarro dos lábios e soprando a fumaça.

- Nos desculpe, senhor mas...- O arroxeado começa a falar, logo sendo interrompido por um chute de Takemichi em seu rosto.

- Cale a porra da boca, seu merda...- Takemichi diz e se agacha na frente do mesmo, segurando fortemente em seu cabelo o forçando a olhar diretamente em seus olhos em um tom tão escuro de azul que mais parecia preto.- Quem te deu permissão para falar?

- N.ninguém..- O arroxeado diz, o olhar de Takemichi o dava medo.

- Exatamente, então não fale ao menos que eu diga que você pode falar..- Takemichi diz e solta o cabelo do homem e se levanta. - Eu deveria ensinar a vocês uma lição... Quando eu digo para fazer uma coisa, quero que façam a risca oque eu ordenei, não gosto de ser contrariado nem que nada sai fora dos meus planos...- Takemichi apaga o cigarro na parede do prédio logo deixando a bituca cair no chão, olhando para os três com um sorriso perverso em seus lábios.- Mas... Eu gostei do que fizeram... Por isso os deixarei sairem impunes desta vez...- Takemichi se vira, começando a andar em direção a um dos lados do prédio.- Manderei a próxima ordem por mensagem, fiquem atentos, e arrumem mais gente para ajudar, os outros não são tão faceis de lidar quanto os gêmeos...- Takemichi diz e logo some da visão dos três.

Assim que Takemichi adentra no prédio, é recebido por Inui que se põe de pé a sua frente. O uniforme branco do mesmo com algumas manchas de sangue, ele que havia carregado Souya para fora do lugar onde os gêmeos estavam.

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