Isabella narrando...
Acordo com uma barulheira enorme no andar de baixo, com o funk quebrando as paredes.
Olho para meu lado e Bárbara não estava lá, podia até panicar mas eu sabia que ela estava grudada na sua titia, mas achei melhor levantar porque a Márcia não bate bem da cabeça vai que tenta né...
Levantei sentindo algumas dores nas costas por ter dormido mal e não ter pregado o olho durante a noite outra vez, caminhei até o banheiro para fazer minhas necessidades íntimas, me olhei no espelho que vi o quanto eu sou linda quando acordo.
Descabelada, com bafo de cachorro morto, olhos inchados e um pouco de baba no quanto da boca, isso parece uma doença pois desde pequena eu babo durante o sono.
Retirei minhas roupas e entrei no banheiro pegando o shampoo e amaciador junto comigo, iria aproveitar e lavar minha cabeça. Abri o chuveiro e desfrutei daquela água morna entrar em contacto com a minha pele, aquilo me trazia paz. Fechei os olhos me entregando mais aquele momento não sei vocês mas eu penso melhor nas minhas soluções para os meus problemas durante o banho.
Não abusei muito da água, apenas o suficiente para me sentir limpa por dentro e por fora embora não estava fedendo. Enrolei uma toalha pequena na cabeça e a outra maior no meu corpo mas antes fui obrigada a viajar no meu passado e a relembrar meus piores momentos da minha vida!
À baixo do meu abdômen do lado direito tinha uma cicatriz entre muitas outras, mas aquela era a mais marcante e a mais dolorosa de me lembrar, só em pensar que não foi nenhum babaca na escola e nenhuma marca de briga mas sim um sinal de sofrimento. Eu não sei como nem quando eles saíram da minha vida , não sei como se senti ao saber que definitivamente eles desapareceram, não queriam mais me ver e no momento foi uma angústia e um alívio tão grande que eu sonhei, sonhei alto sem me preocupar com o tombo para a realidade.
Abano minha cabeça negativamente tentando afastar os maus pensamentos e limpo com as mãos aquela lágrima solitária que descia pelo meu rosto.
Isabella: Não vou deixar o passado acabar comigo! — repito diversas vezes em frente do espelho —
Eu tinha me aprender a gerar meus sentimentos, a lutar com mais garras pela felicidade da minha filha!
Depois da minha recaída no banheiro fui e direção do armário buscar alguma roupa para vestir, ele era tão grande e espaçoso que eu não sabia como fazer para deixa-lo cheio ou talvez eu tenha poucas roupas?
Vesti um macacão jeans e calcei meus chinelos, fiz uma maquilhagem ele para disfarçar essa cara de mosca morta e sai do quarto indo até o andar de baixo.
* * *
Juliana: Repara como a titia faz — ela impina a bunda e quebra até o chão no ritmo do funk — Agora imitia — diz para Bárbara —
Bárbara bota as duas mãos no joelho e tenta recopiar a mesma cena que Juliana tinha feito à segundos atrás mas não consegue e cai de bunda no chão.
Bárbara: Posha titia não consigo — faz um bico enorme —
Juliana: Têm problema flor, até tu virar adolescente vou te ensinar a dançar dormindo — diz — Tu vai matar os moleque da comunidade.
Nego rindo e chamando atenção das duas não sabia se me preocupava com o monte de palavrão que tinha nessa música ou pelo facto de Juliana querer ensinar uma criança de 4 anos como dançar funk?
Bárbara: Mamãe — corre para meu colo e me braça apertado — Titia Juniana tá ensinando dança pra mim — tenta rebolar a bundinha dela mas cai de novo —
Juliana: Um dia ela vai ser que nem eu uma freira da quadra — nego rindo —
Isabella: Deus me livrará desse castigo — ela dá a língua —
Eu pensava que ainda era cedo mas não, já estava na hora do almoço todo mundo já tinha comido menos a minha pessoa, senti aquele cheiro delicioso de carne assada invadindo meu nariz e fazendo minha barriga roncar.
💬 Churrasco 💬
Alguém bate a porta dei um passo para ir abrir mas Wesley passa por mim que nem vento e abre, ele estava apenas de suga, deixando suas diversas tatuagens à monstra...
Devem estar se perguntando como é que eu fiz na noite interior depois dele aparecer aqui em casa né?
Depois de ter escutado o barulho na sala quase tive um AVC de tanto medo, foi difícil sair da cozinha com a Ágata nos braços sem que Wesley percebesse pois o mesmo estava deitado no sofá vendo tv acho eu, do ângulo aonde eu estava não dava para enxergar muito bem. Tive que esperar uma boa quantidade de minutos até ouvir ele ressonar no sofá, dei sorte porque a pequena Ágata adormeceu no meu colo brincando com meus cabelos. Ele me parecia bêbado e drogado ao mesmo tempo, eu sabia muito bem como reconhecer isso... Passei por ele direto subindo as escadas às pressas com a bebê nos braços fazendo atenção para não derrubar ela, voltei a mete-la no berço e sai do quarto.
* * *
Já era por volta das 16:30 e a gente ainda estava na área da piscina curtindo o churrasco, Bárbara já estava passando mal de comer tanta carne sem respirar.
Isabella: Meu amor come mais devagar que a carne não têm pernas — digo —
Bárbara: Mas a titia Macia e a titia Juniana têm mãos — diz correndo dos braços de Márcia —
Juliana e Márcia estavam conversando sobre alguns gatos aqui no morro e os rapazes só falavam de armas, drogas e mulheres por enquanto eu observava minha filha brincar de longe.
Juliana: Tira a roupa e vêm Isa — diz e eu nego —
Faz uma semana ou menos que isso e eu já tinha feito um laço amigável com Juliana ela me parece ser simpática e divertida... Achei engraçado eu que não gosto muito dr amizades novas agora tô até abrindo meu espírito para isso.
Isabella: Vou entrar daqui à pouco — digo me levantando — Fica de olho na Bárbara que eu vou buscar um suco no freezer.
Márcia: Quando tu voltar ela estará com todos os membros do seu corpo — reviro os olhos —
Comecei andar da área de piscina até a varanda que dá na cozinha, fui obrigada a retirar minha camisa pois estava morrendo de calor, só que lá não tive coragem por causa das minhas marcas e acho isso um desrespeito, a única pessoa a ver meu corpo nu ou só com roupas íntimas foi Rodrigo...
Abro o freezer e pego uma lata de mojito sem álcool, estava morrendo de sede e de calor, Rio de Janeiro mata todo mundo com essa temperatura.
Abri a lata e dei um gole na minha bebida, sentindo a frescura do limão descer garganta à baixo, dou um passo para trás e meia volta de maneira a começar andar para sair da sozinha mas de tão desastrada que eu sou escorreguei em algo molhado que estava no chão batendo meu rosto contra uma muralha humana e derrubando a bebida inteira!
Licença que a piranha voltou 💃
Gente queria agradecer todos vocês que estão comentando e votando na história, obrigada também pelos conselhos e comentários construtivos 😘
Vamo bater aquela meta de sempre?
Votem e comentem
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Novo Recomeçar
Teen FictionDesde pequena foi humilhada e massacrada pelos seus pais, ela cresceu no meio da violência e foi exposta à mal tratos... Sua salvação foi o amor da sua vida Rodrigo, um homem rico e elegante mas como dizem por aí todo mundo têm um lado podre! Isabe...