Capítulo 71

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Juliana narrando...

Enquanto eu ouvia os médicos gritando por mim, dizendo pra mim fazer força que faltava pouco, eu sentia o suor descendo pelo meu rosto junto com algumas lágrimas.

Cara a pessoa passa a vida inteira reclamando da dor da menstruação, dizendo que não pode existir coisa pior do que isso mas só quem já teve filhos pode explicar a dor do parto, porra dói pra caralho!

Eu mesma não estava mais aguentando, por mais que eu fizesse força parecia impossível, minha Maria Júlia era teimosa, passou 9 meses junto comigo e ainda quer ficar mais tempo dentro mim!

Cara eu queria muito desistir, não estava aguentando mais gritar, Kaique me olhava com firmeza no olhar, me dava forças, me encorajava e isso certamente me ajudava bastante!

Kaique: Continua morena, tu consegue porra faz força — beija minha mão —

Fecho os olhos, respiro fundo e começo a fazer força de novo, e mais uma vez, e outra vez!

Médico: Continua Juliana, a cabeça dela está saindo — diz —

Foram vários minutos fazendo força, gritando de dor, querendo desistir, chorando e transpirando mas no momento aonde eu ouvi os médicos batendo palmas e Kaique gritando que sua princesa nasceu eu senti um alívio enorme no coração, eu consegui!

Escutar aquele choro fino e delicado me fez desabar ainda mais, chorei sim, chorei de alegria, finalmente iria ter minha filha comigo, nos meus braços, meu anjo!

Certo ela é fruto de um estupro, ser mãe não estava nos meus planos, deveria ter tirado ela no primeiro dia que eu descobri, devia jogar ela no lixo pra nunca mais pensar naquele filho da puta que me violou como algumas mães fazem mas eu não consigo, eu tenho coração e cabeça pra pensar.

Do que serve abandonar uma criança inocente, fazer ela pagar pelos erros de um monstro, embuste, pó a criança não têm nada haver com isso, ela não pediu pra nascer...

Não importa o que acontecer mas nada nem ninguém vai mudar a minha ideia de querer cuidar da minha filha, lhe amar, sei que não estou sozinha nessa e Kaique já me demonstrou isso várias vezes!

Minha visão estava turva e eu tinha dificuldades em enxergar por conta das lágrimas que desciam mas mesmo assim pude ver os médicos me darem aquela coisa pequena e rosa enrolada em uma toalha rosa, Maria Júlia ainda chorava bastante.

Peguei ela nos meus braços e dei graças a deus por tudo estar bem, por eu ter uma filha, senti Yuri abaixar a cabeça e beijar a testa da nossa menina em seguida ele me deu um selinho demorado!

Kaique: Pprt, vocês são tudo nessa minha vida — diz e uma lágrima desce pelo rosto dele —

No fundo eu estava com medo dessa minha nova etapa na vida, cuidar de uma criança e manter uma relação, mas era isso que eu coração estava mandando, era essa a paz que eu queria para mim e para minha vida.

Aceitei em registar ele como pai da minha filha, ele esteve presente em cada etapa da minha gravidez, cada ecografia, cada consulta.

Sempre vi um charme nele, a maneira como ele trata as mulheres, como ele fala, bem diferente desses traficantes do Chapadão, talvez eu e ele fossemos um para o outro...

Meu Novo RecomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora