Isabella narrando...
Eu estava sentada na cadeira da recepção com a cabeça abaixada deixando as inúmeras lágrimas rolarem pelo meu rosto, enquanto os segundos passavam meu coração apertava cada vez mais...
O pânico e o medo tomaram conta do meu corpo, faz mais de 1 hora que Ágata deu entrada na emergência e ninguém ainda veio nos dar notícias de como ela está
Por um momento de lembrei de meses atrás em São Paulo quando eu dei entrada no hospital com a Bárbara nas mãos e quase que meu coração para de bater, agora novamente eu sentada na cadeira de um hospital por causa de uma bebê... Uma bebê inocente que passou mal e mesmo ela não sendo minha filha eu senti meu coração acelerar e o pavor na minha alma.
Tudo aconteceu de repente e bastante rápido, depois da gente chegar do parque Juliana e Márcia foram tomar um banho de piscina com a Bárbara para se refrescarem e eu fiquei tomando conta da Ágata porque Dona Paula não trabalha nos feriados.
Quando chegou a hora de dar a papinha dela eu a levei comigo até a cozinha e deixei ela sentada no seu carinho de bebê por enquanto fazia a sua comida, foi questão de segundos para ela começar a tossir chamando logo a minha atenção.
Peguei ela no colo para ver se passava mais Ágata começou a ficar roxa então deduzi que ela não estava conseguindo respirar e como se não bastasse tudo isso ela vomitou bastante o que me preocupou ainda mais foi ter visto sangue junto e ela começar a tremer logo em seguida.
Gritei pedindo socorro para as meninas e por pura coincidência na hora do acontecido Matheus chegou em casa procurando Wesley, urgentemente ele pegou Ágata no colo e voou com a Márcia em direção do hospital que ficava na entrada da favela.
Eu fui atrás do pai dela deixando minha filha na responsabilidade da Juliana que assim como eu já derramada lagrimas.
Ver aquela pequenina nesse estado partiu meu coração, era como se alguém estivesse arrancando alguma parte de mim, por incrível que pareça eu me apeguei nela e no seu jeitinho marrento.
* * *
Márcia saiu para ir buscar um lanche para comer pois já havia anootecido, Matheus teve que ir embora para resolver alguns assuntos que Wesley pediu e infelizmente naquela sala de espera só tinha eu e ele.
Desde que ele chegamos aqui no hospital simplesmente trocou algumas palavras com os médicos e as enfermeiras mas depois manteve em silêncio durante essas horas todas, sem desmontar um único sentimento em relação à sua filha Wesley apenas abaixou a cabeça e a escondeu com o capuz do seu casaco.
Mas no meio desse silêncio todo eu conseguia ouvir sua respiração acelerada e pesada, como se ele estivesse controlando toda a raiva que estava sentindo, eu sei como ele está se sentindo porque também já passei por isso...
Márcia: Fiquei na duvida de vocês tinham fome, então decidi trazer dois sanduíches — ela diz —
Ela me entrega um sanduíche mas eu nego, mesmo gostando imensamente de comida e estar com fome não conseguiria comer numa hora dessas e parece que Wesley é a mesma coisa pois o mesmo recusou seu sanduíche também.
Um homem vestido de branco com uma plaqueta na mão adentra a sala de espera, seu cabelo era loiro meio platino, seu olhos azuis bem claros e chamativos, ele tinha uma barba rala e bem feita, olhando para sua cara ele devia ter 25 ou 27 anos... Para um médico ele é muito charmoso e bonito!
Médico: Parentes da pequena Ágata Morais — Wesley levanta à pressas e caminha até ele, eu e Márcia fizemos a mesma coisa —
Wesley: Quero saber aonde minha filha está! — ignora totalmente a pergunta e responde friamente mas com a voz embriagada —
💬 Ele estava chorando ou tinha chorado? 💬
A voz do médico me tirou dos meus pensamentos...
Médico: Bom como devo deduzir o senhor não gosta de entonações então vou direto ao assunto... A pequena está estável — assim que ouvi essas palavras soltei um suspiro de alívio, como se todo o peso tivesse saído das minhas costas — Mas não posso afirmar que o estado dela não seja grave nem preocupante, ao dar entrada nas emergências infelizmente ela teve uma convulsão e graças a deus com ajuda de alguns medicamentos nós conseguimos tomar o controle da situação...
Wesley: Solta a voz de uma vez, tá rodeando, rodeando mas não tá falando porra nenhuma — diz estressado —
Médico: Tivemos que induzi-la ao coma — sua expressão muda de repente e sua respiração acelera cada vez mais —
Isabella: O quê que isso... Significa doutor? — minha voz sai fraca e embriagada só de imaginar a possibilidade da Ágata estar sofrendo —
Médico: Tivemos que a colocar em coma, para que o cérebro dela possa descansar e se recuperar o mais rápido possível sem atrair problemas à saúde da pequena para que quando ela acordar ter o mínimo de sequelas possíveis, sinto muito — diz —
No momento senti um bolo se formar na minha garganta e inúmeras lágrimas descerem pelo meu rosto, isso não podia estar acontecendo, não com ela! Não é possível que o mundo seja tão cruel ao ponto de fazer uma criança inocente de apenas 2 meses de vida passar por tudo isso.
E o pior de tudo isso é imaginar a dor que Wesley estava sentido, mesmo não demonstrando eu sabia que por dentro e atrás desse homem frio ele estava sofrendo com isso tudo conseguia descifrar a raiva misturada com o medo no seu olhar, afinal a única pessoa que ele tratava bem e sorria ela com a sua filha e do nada ela não está mais lá e sim num hospital.
Wesley: Pprt o que fez minha filha ficar desse jeito? — sua voz sai mais rouca possível por enquanto ele passa a mão no rosto —
Márcia deu um passo e me abraçou de lado com os olhos avermelhados, parece que no momento só meu corpo estava ali presente porque a minha mente estava longe, bastante longe.
Médico: Olha com as informações dadas na ficha juntamente com alguns exames que foram feitos na UTI, só têm una coisa que causaria essas reações na filha de vocês. — falou ao alternar o olhar entre mim e o Wesley —
Wesley: Fala logo PORRA — gritou a última palavra já impaciente quanto eu —
Médico: É... Uma mistura de remédios e ervas inadequadas para bebês, como seu estômago ainda não está totalmente evoluído isso pode causar alguns danos.. Resumindo sua filha foi envenenada — ele diz —
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Meu Novo Recomeçar
Ficção AdolescenteDesde pequena foi humilhada e massacrada pelos seus pais, ela cresceu no meio da violência e foi exposta à mal tratos... Sua salvação foi o amor da sua vida Rodrigo, um homem rico e elegante mas como dizem por aí todo mundo têm um lado podre! Isabe...