Capítulo 22

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Autora narrando...

Palácio Graham

Alaric caminhava de um lado para o outro inquieto. Completamente preocupado com o que havia acontecido com Alana.
Ela desmaiou em seus braços, viu quando foi adormecendo devagar e se ele não a tivesse segurado, teria caído no chão.
Naquele momento o médico do palácio estava lá atendendo-a em seus aposentos, eram apenas minutos que pareciam uma eternidade.

—Mas por que demora tanto?
Perguntou olhando para a porta fechada.

—Não tem dez minutos que o médico entrou.
James respondeu.
—Procura se acalmar.
Alaric bufou sem dar a mínima.
—Não entendo tanta preocupação com essa senhorita. Nunca te vi assim por nenhuma mulher.
Alaric olhou para o primo com um olhar sereno.

—Essa é especial, Jay.
James franziu o cenho não crendo no que ouvira do rei. Olhava para Alaric curioso.

— Alaric, não vai dizer que...
As portas do quarto se abriram e o médico saiu de lá fechando a porta atrás de si.

—E então? O que ela tem?
Alaric nem esperou o médico respirar.

—Foi apenas um desmaio. Nada para se preocupar. É normal para o estado dela. Agora ela precisa de repouso.

—Só um desmaio? E como assim normal para o estado dela?

—Vossa excelência, a senhorita Dewit está esperando um bebê.
Alaric arregalou os olhos incrédulo. Ficou uns segundos imóvel tentando absolver a informação.

—Ela está o quê?
Perguntou por fim.

—Grávida. Aproximadamente oito semanas.
Alaric olhou para James que também estava chocado com a notícia.

—Oito semanas?

—Parabéns, majestade.
Alaric o fuzilou com olhos vermelhos de raiva. Logo em seguida girou o corpo e saiu em passos firmes seguido por James.

—Desgraçada!
Alaric entrou na sala do trono descontrolado. Derrubando tudo que via pela frente assustando os servos que trabalhavam no local.
—SAIAM TODOS DAQUI!
Em questão de segundos saíram todos, ficando apenas James.
—MALDITA! MALDITA!!

—Calma, Alaric.

—Me enganou. Se fazia de difícil quando na verdade...Está esperando um filho, James. Um filho de outro homem. E eu estava disposto a conquistá-la. Maldita.

—Não entendo essa reação. Ela não seria a primeira desonrada.

—Você não entende James. Ela é diferente. Agora não mais. É como todas as outras, mas as outras eram as virgens loucas para se entregarem ao rei. Alana é uma bruxa maldita desonrada que me jogou um feitiço para tentar me enganar. Para me deixar comendo em sua mão.

—E ela estava conseguindo pelo visto.
Alaric lançou um olhar rápido para o primo e se direcionou ao trono se sentando em seguida.

—A desgraçada conseguiu. A única que conseguiu enfeitiçar o rei. Uma feiticeira maléfica. Se fingindo de ingênua, mas a verdade é que tudo não passava de um plano. Ela só não contava que seria descoberta. Desmaiou nos meus braços. E sua máscara caiu.

James foi até a mesa onde estava a bebida e serviu dois cálices. Entregando um ao rei que pegou de imediato.

—E agora que sabe da verdade. O que pretende fazer?
Alaric deu uma longa golada no vinho e saboreando-se dela, ficou olhando para o cálice de ouro reluzente.

—Vou fazer da vida dela um inferno.

—E quanto ao filho que ela espera? E o tio que está se recuperando? Já pensou no que vai fazer?
O próprio rei se levantou para se servir do vinho, em seguida levou a jarra para servir James.

—Tenho planos para o bastardo. Quanto ao tio...pensarei em algo bem terrível. Eu estava disposto a tratar Alana como ela queria. Mas agora, ela vai conhecer meu lado ainda mais sombrio.

A conversa fora interrompida quando lorde Botton entrou na sala do trono sem ser anunciado. Os guardas tentavam impedir, mas ele estava disposto a falar com o rei.

—O que acontece, lorde Botton?
Alaric perguntou um tanto irritado.

—Majestade, tentamos impedir...

—Saiam seus incompetentes.
Ordenou aos guardas que saíram de imediato.

—Vossa majestade. Perdoe-me o atrevimento.

—É de grande coragem invadir a sala do trono dessa forma, lorde Botton. Não sei onde estou com a cabeça que não lhe coloco daqui para fora á pontapés.
Alaric se sentou em seu trono encarando friamente o jovem senhor atrevido.

—É que é sério o que tenho que falar, majestade.

—É mesmo? Então espero que seja mesmo, lorde Botton. Fale logo o que tem a dizer e suma da minha frente.

—Majestade, os sócios querem saber o que vossa excelência está fazendo para descobrir quem roubou a pedra do rei Luís.
Alaric estreitou os olhos, se antes estava nervoso, naquele momento estava furioso.

—Como é que é?
Lorde Botton arregalou os olhos e começou a ficar nervoso.

—É que... temos negócios com a Irlanda, majestade...E podemos perder muito se...

—COMO OUSA VIR ATÉ A MIM E COBRAR SOBRE O ROUBO DAQUELA MALDITA PEDRA?

—Majestade.
James tentou o acalmar.
—Londres tem sociedade com a Irlanda. E não sabemos quem roubou a pedra. Certamente dentro de pouco tempo irá encontrar o ouro e se tornar o líder da Irlanda. E tudo pode mudar. Nossa sociedade pode ser rompida quando...

—Eu entendo, James. Porém eu não estou com cabeça para pensar nisso agora!

—Mas podemos perder muitas moedas se a sociedade for rompida.

—Lorde Botton, não sei o que ainda faz aqui. Tenho problemas demais por hoje.

—É importante saber que...

—É IMPORTANTE SABER QUE EU SOU O REI E DECIDO SE VOCE DEVE VIVER OU MORRER HOJE.SE INSISTIR NESSE MALDITO ASSUNTO. Temos outras sociedades lorde Botton. Irlanda é apenas mais uma. Ninguém vai morrer ou passar fome se for rompida. Agora saia!
Lorde Botton deu uma olhada rápida para James que confirmou educadamente com a cabeça.
—SAIA!
Não precisou falar de novo.

—Não seria melhor ouvir o que tem a dizer?
Alaric bufou sem dar a mínima.

—Não me interessa.

—Como conselheiro real é meu dever aconselhar vossa excelência...

—Como meu conselheiro real é seu dever não me aconselhar quando eu não te pedir conselho, Jamie.
James estendeu as mãos em rendimento.
—Depois eu entro nesse assunto. Agora não. Estou furioso demais para ouvir cobranças.

—Então, o que quer fazer?
Alaric pensou por uns instantes.

—Tem uma coisa que eu quero muito fazer, James.

—E o que é?

—Beber!
Não era de bom porte um rei se embriagar, mas Alaric não se importava nem um pouco. E naquela noite, Alaric bebeu...bebeu...e bebeu.... 

A favorita do reiOnde histórias criam vida. Descubra agora