capítulo 63

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Levei dias para ler todas as cartas que eu havia recebido, porém não chegaram em minhas mãos. Me emocionei com todos os desenhos que meus pequenos fizeram para mim, chorei quando li que a senhora Louvet havia falecido, chorei quando soube que a madre superiora do Colégio onde eu dava aula, também não estava mais entre nós. Alaric me privou de tudo isso. Me prontifiquei de enviar uma carta explicando tudo que havia acontecido comigo durante aqueles anos. E desculpei por não mandar notícias, mas não escrevi que tudo foi por culpa do rei. Recebi a última carta na semana anterior, meus pequenos me parabenizaram por eu ter me tornado rainha da Inglaterra, mas lamentaram por eu não poder retornar a Espanha nem tão cedo.

Durante os dias que estava lendo as cartas, não vi Alaric, e me esbarrei duas ou três vezes com Brian pelo palácio.
Certo dia eu o vi pelo jardim brincando com Charles. Meu pequeno havia se acostumado com ele, claro que ainda não entendia que Brian era seu pai de sangue, mas estava gostando de estar com ele.
Me senti contente com essa reaproximação. Afinal, Brian havia perdido seu filho herdeiro e Charles amenizava um pouco a sua dor.

Enquanto Alaric se preparava para o ataque a França. Raras vezes brincava com Henrique, Katrine me mantinha informada de tudo.
O fato era que Brian estava tentando recuperar o tempo perdido com Charles e enquanto estivesse ali, aproveitaria cada segundo ao seu lado, o que deixava Alaric preocupado. Katrine havia me contado que ele observava de longe Brian brincando com Charles. Olhava com ar de ciúmes, com medo de que Charles se apegasse demais a Brian e esquecesse dele.
Claro que Charles não deixaria de amá-lo, afinal fora ele quem o criou desde quando nasceu. Ele só precisava ter um tempo com o pai biológico. E foi o que teve durante os dias que Brian ficou no palácio. Até uns dias atrás...

***

Chegou o dia...
Rei Juan havia enviado uma carta para Alaric dando o sinal de que já podia enviar seu exército rumo a França. Brian também havia dado ordens ao seu exército juntamente com James e os rebeldes. Em dois dias, todos já estavam prontos. O plano é o seguinte.
Enquanto o exército marcha a França, os espiões espanhóis que já estão lá, darão um sinal quando conseguirem abrir os portões do palácio francês. Não será uma tarefa fácil, já que os soldados franceses estarão bem-postos ao redor do palácio. Eles serão pegos de surpresa. Os espiões terão que fazê-los dormir profundamente para que tudo saia perfeita. A essa altura, os exércitos já devem estar chegando as margens francesa...

***

Dias atrás...

—O que disse?

Perguntei a Alaric muito surpresa.

—Isso que ouviu eu partirei para França.

Não era o combinado. O certo seria ir somente seu exército.

—Não, Alaric. Não pode ir. Por que resolveu me contar só agora?

—Porque você não quis falar comigo durante esses dias.

—Sabe minhas razões. Mas nem por isso eu quero que você vá.

—Não posso ser um covarde, Alana. Mandando meu exército para uma guerra enquanto eu fico aqui. Será uma tremenda batalha. E eu quero estar lá.

—Alaric...por Dios. No.

—Já está decidido, Alana.

—Não se preocupe, Alana...

Brian nos interrompeu.
—Estarei ao lado dele.

Fiquei ainda mais incrédula. Brian também ia. Estavam planejando as minhas costas.

A favorita do reiOnde histórias criam vida. Descubra agora