A favorita do rei

Capítulo 16

Autora narrando...

Mansão Clauford
Oxford

Brian estava sentado na poltrona do seu gabinete pensativo olhando para o nada.Ainda não acreditava no que acontecera.Havia sido roubado dentro da sua própria casa enquanto estava fora com sua esposa que acabara de casar.
Não tinha explicação para o sumiço das pedras,e como haveria de ter?
Estavam bem escondidas,num lugar onde somente ele tinha acesso.
Quem ousou?
Brian pensava indignado.
Não se conformava,aquelas pedras seriam sua liberdade de um casamento forçado.Só precisava da terceira pedra e já estava planejando invadir o palácio para pegá-la...
Mas do que adiantaria a terceira pedra se já não tinha mais as outras duas?
Ele não podia sair perguntando para as pessoas,pois ninguém sabia do seu plano.
Brian só podia lamentar,mas jurou vingança,pois era fato,quem encontrasse o ouro do rei Luís,governaria Irlanda e povos vizinhos.Era um boato que se espalharia pelos quatro cantos da terra.Então pegaria o ladrão...

Uma mão delicadamente pousou em seu ombro despertando-o.Jane o rodeou e parou a sua frente fitando-o fixamente.Ele retribuía o olhar, porém,não tão doce e meigo como o da esposa.

—Não vai se recolher,meu marido?

—Estou sem sono.
Respondeu seco.

—Está preocupado com algo?Desde quando voltamos da França está assim.Quase não sai daqui.Sempre pensativo.

—Só estou tentando organizar a cabeça.Por isso fico só.

—Eu...posso ajudar?

—Não,não pode ajudar.

—Algo que eu possa fazer...nada...

—JÁ DISSE QUE NÃO!SERÁ QUE NAO ENTENDEU?QUERO FICAR SOZINHO!
Jane arregalou os olhos para ele assustada com os gritos.Sua voz embargou e de imediato saiu dali segurando o choro.
Em questão de segundos,estava em seu quarto.Fechou porta e desabou em lágrimas.

Brian não lhe dava a devida atenção,só tocou-lhe algumas vezes, nas noites de núpcias quando estava embriagado.Fora isso,passava o dia inteiro sem ao menos ver a esposa.Mas Brian não havia bebido desde quando voltaram...
Jane percebeu que algo não estava bem.Brian andava nervoso,misterioso,cauteloso e muito desconfiado.Mal se ouvia sua voz pela mansão,nem se via sua sombra,tampouco do seu sogro.O Sr
Lionel mal parava em casa.
Jane estava se sentindo só,não tinha com quem conversar,sentia falta de casa,da família,das amigas...
Tudo que ela queria era apenas um pouco de atenção do marido.Mas só recebia seu desprezo.E não entendia o motivo.
Será que não se agradou de mim?
Pobre Jane.

Oxford
Gabinete do magistrado Austin

George Lionel permanecia inquieto revirando-se na poltrona enquanto o magistrado juntava as peças tentando fazer a leitura.
Não era nada fácil, porém o Sr.Austin tinha o dom de decifrar códigos.Já estavam mais de meia hora ali,naquele silêncio,naquela inquietação.
Ele não acreditava na lenda do tesouro do rei Luís,achava que as pedras não existiam,até o boato de que uma delas estava bem segura no palácio do rei.
Mas seu interesse surgiu mesmo quando descobriu que seu filho Brian possuía duas pedras,só precisava de um bom plano para ter a terceira.E foi montado um exército corajoso para enfrentar os guardas reais,invadir o palácio e pegar a pedra.
Quanto as outras,era só uma questão de tempo... George aproveitou a oportunidade enquanto Brian estava longe.
Ele já estava casado com a filha do homem mais rico da cidade,nada lhe faltaria.Controlaria toda a herança da esposa,ele não precisava.
Já George estava falido,seu nome na lama,devia milhões em impostos.
George tinha que ter aquele ouro...caso contrário,seu destino seria morte.

—E então,magistrado?
O jovem senhor olhou para ele e o ficou olhando por alguns instantes.

—O tesouro está mais perto do que imagina!
Respondeu o magistrado.
George soltou um sorriso de canto a canto.
Logo serei o homem mais rico de toda Irlanda.
Mas,como Brian reagiria quando descobrisse que seu próprio pai o roubou...?

Palácio Grahan
Londres

Alaric estava sentado no trono impaciente e ainda muito nervoso.Não aceitava ser ignorado por nenhuma mulher,muito menos por uma camponesa que não tinha onde cair morta.Passou o dedo de leve no canto da boca e gemeu baixo ao sentir a pequena ferida que Alana havia lhe causado.

—Desgraçada!
Disse para si enfurecido.
Um dos seus servos entrou na sala do trono e se aproximou trazendo-lhe o cálice de ouro com o vinho que ordenara.

—Saia!saiam todos vocês!—ordenou aos demais que estavam ali.
Imediatamente o obedeceram.
Alaric acabara de dar um gole no seu vinho quando sua mãe chegou enraivecida.

—Alaric!O que pretende fazer com aquela moça?—ele olhou para ela com os olhos estreitos.—vi quando os guardas a levaram para a prisão.Qual foi seu crime?

—Melhor não se meter mãe.

—O que foi que ela cometeu de tão grave?

—Ela me desafiou,deve ter o que merece.

—Desafiou você?Só por que ela não é como as outras?Chegou aos meus ouvidos que ela te rejeitou.
Alaric franziu o cenho para sua mãe.
—Vai puní-la por isso?

—Não sabe de nada, mãe.Ela ousou a tocar no rei.Duas vezes!Vai pagar pela ousadia.

—Meu filho,não é assim que se faz justiça.Seu pai...

—Meu pai está morto, mãe.Eu sou o rei agora.E vou punir todos que ousarem a me desafiar.Sem perdoar ninguém...ouviu,mãe?

—Está me ameaçando?Sou sua mãe.Exijo respeito!

—E EU EXIJO QUE ME DEIXA EM PAZ!SAIA DAQUI!EU SOU O REI!E FAÇO O QUE BEM ENTENDER!E NAO HESITAREI EM MANDÁ-LA PARA O EXILO SE TENTAR ME REPREENDER DE NOVO!FUI CLARO?
Elizabeth não disse nenhuma palavra mais,apenas o olhou por alguns instantes e saiu logo em seguida.

—Droga!
Alaric jogou seu cálice para bem longe enfurecido.
—Guardas!—em um segundo estavam lá.—Só pão e água para a prisioneira,uma vez por dia!Entendido?
Eles assentiram saindo em seguida.
Alaric respirou fundo satisfeito.
Estava cego de ódio.Quanto mais era afrontado,mais Alana pagava as consequências...