Capítulo 41

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Palácio real de Gênova
ITÁLIA 1810

Se me perguntarem se eu estava ali por livre e espontânea vontade a resposta é não...Alaric usou suas ameaças contra meu tio e Charles. O que vinha fazendo sempre, era a maneira mais sensata de eu fazer tudo o que ele queria.
Tudo bem, eu estava em Gênova, e nem queria imaginar como seria quando Alaric descobrir que o neto perdido era nada mais que Brian. Com certeza aumentaria ainda mais sua fúria. Já que seria obrigado a tratar de negócios com o futuro rei de Gênova...

—Quem ele pensa que é? Me fazer sua rainha já é demais!

Questionei com Katrine enquanto ela arrumava minhas coisas para a viagem.

—Ele não pensa...ele é o rei da Inglaterra.

—Não é meu dono, Katrine.

—Ele é apaixonado por você...

Lembrei dessa conversa que tivemos antes de partir.
Olhei para Alaric que estava sentado ao meu lado na carruagem real. Ele olhava a paisagem encantadora do palácio luxuoso de Gênova enquanto seguíamos em direção ao portão que já estava aberto para nossa entrada.

Que maneira de demostrar sua paixão.

Pensei ainda sem tirar os olhos dele. Podia fazer diferente. Ser um cavalheiro, me tratar como uma dama, tentar me conquistar. Afinal, não seria difícil. Ele é bonito, em charmoso...Do jeito certo e com atitudes diferentes, quem sabe...? Poderia me apaixonar perdidamente por ele...

Mas seu jeito rude, suas atitudes extremamente cruéis, suas palavras ofensivas...o tornavam a pessoa mais monstruosa da face da terra. Ele tinha que entender que não se conquista nada a força nem com ameaças.
E era através delas que eu fui obrigada a me conter. Não querer mais fugir, para que nada acontecesse ao meu tio e ao meu bebê...

Ah Charles. Levei meus olhos ao meu pequeno que estava no colo de uma serva. Ele dormia profundamente. Não podia deixá-lo na Inglaterra. Brian tinha que conhecer o filho. Embora eu tinha a sensação de que não foi uma boa ideia...e não foi mesmo...

Olhei novamente para Alaric, dessa vez ele me olhava, seu braço estava encostado na janela da carruagem e apoiava o queixo com a mão. Sorriu. Não soube o motivo do sorriso, eu não estava ali por conta própria, eu não tinha motivos para sorrir.

—Chegamos!

Dei de ombros olhando ao redor. O cortejo parou. Alaric desceu da carruagem assim que o lacaio abriu a porta, estendeu a mão para mim, eu ignorei seu falso cavalheirismo e desci sozinha. Ouvi seu suspiro profundo. A serva desceu com o pequeno Charles no colo e nos seguia. A cada passo que eu dava, meu coração acelerava. Eu estava muito nervosa. Senti a mão de Alaric segurar no meu braço. Olhei em seus olhos, ele me olhava insatisfeito.
Dei um passo para trás e fiquei ao seu lado, apoiando minha mão em seu braço.

—Boa menina!

Sussurrou irônico.
A gente se aproximava da porta de entrada, eu queria correr, sem olhar para trás, mais uma vez olhei para Alaric...
Díos.Como vai reagir?
Pensei.

Assim que as portas se abriram eu deveria continuar caminhando para dentro do salão, mas eu simplesmente paralisei, não conseguia caminhar. Alaric deu um passo para frente e percebeu que eu não o acompanhei. Ele me olhou. Era tarde demais para desistir?

—O que houve?

Ele perguntou. Mas meus olhos estavam atentos a figura de ombros largos que estava de costas para nós. Aqueles cabelos negros. Impossível não saber de quem se tratava.
Brian conversava com alguém distraído, nem havia se dado conta da nossa presença.

A favorita do reiOnde histórias criam vida. Descubra agora