Capítulo 45

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—Bom dia? Raio de sol!

Alaric estava bem ali a minha frente. Olhei ao redor, não me lembrei de como fui parar naquele quarto desconhecido.

—Onde estamos?

—Numa estalagem, a caminho de Londres. Se sente melhor?

Fiquei olhando para ele estranhando sua gentileza. Era tão raro vê-lo de tão bom humor.
Levantei meio corpo me encostando na cama, acenei com a cabeça confirmando que estava melhor.

—Que bom.
Ele se sentou ao meu lado segurando uma tigela.
—Uma sopa de legumes para fortalecer.

Me serviu levando a colher cheia a minha boca. Hesitei por um momento, olhei para ele desconfiada. —Vamos Alana. Você precisa comer.

Ainda hesitei. O que ele poderia ter colocado naquela sopa? Veneno?
Ele não teria coragem...ou teria?

—Colocou veneno?

Ele franziu o cenho.

—Acha que eu teria coragem?

Será que o meu olhar me denunciou...?
Ele recuou um pouco, não acreditando.
—Alana, não sou um monstro.

Não...?
—Não a ponto de envenenar você, ou qualquer outra pessoa.

Houve um silêncio por alguns segundos.
Nossa.Será que eu exagerei?
Mas nunca sabia o que esperar vindo do Alaric.

—Claro.

Respondi num sussurro.

—Pode não acreditar no que vou dizer. Mas eu tive medo, quando te vi deitada nessa cama ardendo em febre. Delirando. Tudo por...minha culpa.

Arregalei os olhos olhando para ele sem acreditar. Ouvi bem? O que foi que ele disse?
—Não. Você não está delirando. Eu realmente sinto muito.

Eu fiquei imóvel. Era mais um truque dele, com certeza.

—Sente?

Foi o que consegui dizer no momento.

—Sim. Sinto.

Ele se levantou deixando a tigela com a sopa em cima do criado mudo.
—Pode tomar a sopa, Alana. E quando se sentir melhor, continuaremos a viagem.

Ele saiu sem dizer nenhuma palavra mais. Fiquei indignada.
Foi só um "sinto muito"?
Talvez eu quisesse ouvir mais o quanto se sentia culpado. Embora não estivesse acreditando muito. Mas, sendo verdade realmente, imaginei como deveria ter sido difícil para ele admitir. Aliás, teria que me pedir perdão de joelhos por tudo que me fez. Transformou minha vida num inferno..., mas um sinto muito era um bom começo.

***

Passamos mais um dia e uma noite naquela estalagem, mesmo eu dizendo que já estava bem melhor, Alaric não queria correr risco. Se certificou de que eu realmente estava bem para continuarmos seguir viagem. Até embarcar na carruagem eu ainda não tinha visto o rei, desde a conversa nos meus aposentos. Estranhei quando o vi montando em seu cavalo. Oras, não queria ir à carruagem comigo? Por qual motivo?

Logo me toquei, e por qual motivo me importava?
Subi na carruagem com a ajuda do lacaio, logo a serva entrou segurando meu bebê. Ah, Charles. Mal estive com ele durante o tempo que estava na estalagem, só na noite anterior que a serva o levou para que eu pudesse dar um beijo de boa noite.

—Me dá ele aqui, por favor.

Disse sorrindo estendendo meus braços. O peguei do colo da serva e o segurei no meu colo. Estava crescendo tão rápido. Sorriu para mim reconhecendo o calor dos meus braços.
E então partimos rumo a Inglaterra...

A favorita do reiOnde histórias criam vida. Descubra agora