Capítulo 53

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Eu passei uma semana maravilhosa no palácio com Alaric. Tenho que admitir, foi mágica...Alaric me tratava totalmente diferente de quando antes. Foi carinhoso, atencioso, cuidadoso em todos os detalhes tanto na frente de todos quanto trancados entre quatro paredes...sim. Fizemos amor muitas e muitas vezes durante aquela semana.
Díos.Eu não resistia àquele Alaric...
Só o toque dele me excitava. Arrepiava meu corpo, pulsava meu íntimo que implorava por ele.
A cada dia que passava eu me encantava mais por ele, me perdi nos meus sentimentos. Eu não sabia o que estava sentindo, mas eu o desejava profundamente...
A todo instante reforçava o pedido de casamento, queria me tornar sua esposa e sua rainha.
Madre. Rainha. Eu?
Bem, se eu o amasse, não pensaria duas vezes em responder SIM.
Se eu hesitava, então não era amor.
Mas então por que eu me sentia incomodada com o fato de que grã-duque havia arrumado uma princesa para se casar com Alaric?
E foi por esse motivo que resolvi deixar o palácio...

Acordei meio indisposta naquela manhã. Tio Rick já havia ido para o armazém. Nem me esperou, acordei tão tarde, percebi por que o sol já estava escancarando pelo a janela da cozinha. Não entendia, se dormi bastante, por qual motivo me sentia tão cansada...?

Dias depois...

—Querida, estou no depósito contando os sacos de arroz. Qualquer coisa me chama.

Acenei com a cabeça num gesto positivo para tio Rick que já estava se encaminhando em direção ao depósito. Ele estava muito bem desde quando Alaric nos devolveu tudo o que havia pegado de nós para pagar a dívida que tio Rick contraiu. Bom, serviu para aprender. Ele nunca mais fez uma aposta se quer. Só tomava um vinho de vez em quando, mas em casa, não mais em tavernas. Seu semblante estava reluzente, sua felicidade estava estampada e se percebia ao longe. O armazém estava indo de vento em polpa.

Eu estava debruçada no balcão olhando algumas notas totalmente entretida no que estava fazendo. Senti um cheiro de perfume muito forte, olhei para o cliente que estava olhando a prateleira dos cereais. Que cheiro era aquele?
Uma mistura de madeira com ervas fortes, não sabia dizer. Parecia que ele havia jogado todo o frasco pelo corpo. Eu não estava aguentando, estava enjoada e foi pior quando ele se aproximou de mim me pedindo alguma informação, não suportei. Corri para o banheiro e...
Foi a terceira vez naquele dia, a milésima nas últimas semanas...
Terminado,lavei o rosto e voltei ainda atordoada com a situação.

—Desculpe-me. Não me senti muito bem.

Falei ao cliente me aproximando do balcão, eu olhava para o chão, segurando a respiração para não exalar aquele cheiro tão forte.

—Milady não está se sentindo bem?

Aquela voz...ergui meu olhar e vi Alaric bem diante de mim. Com seus olhos claros, sua beleza cativante. Minhas pernas bambearam que tive que me apoiar no balcão para que ele não percebesse.

—Alaric?

Minha voz saiu embargada. Sim. Era ele vestido com sua roupa real e luxuosa. Era ele. Depois de tanto tempo...

—O que tem?

Olhei para ele sem responder nada. Nem podia...

—É só...um mal-estar. Já passou.

—Sério mesmo?

—Sim. Estou bem. Onde está o cliente que estava aqui?

Olhei ao redor, nem o cheiro dele eu sentia.
Graças a Deus.

—Não vi ninguém quando cheguei.

—Deixa para lá. Mas...que honra recebê-lo aqui. Posso...ajudar em algo?

—Pode sim. Pode ajudar a matar a saudade que eu sinto de você.

Engoli a seco. Soltei um sorriso meio tímido.
—Não consigo parar de pensar em você, Alana.

—Alaric, não devia me dizer essas coisas. Estás de casamento marcado com a princesa Jolie.

Ele baixou seu olhar desencantado.

—Isso não significa que eu não deva sentir sua falta.

Nos olhamos por um instante.

Também sinto a sua falta...

—Eu...só preciso desabafar com alguém em quem confio plenamente. E não pensei em outra pessoa que sempre me escuta e me aconselha tão bem do que você.

—Pronto, querida. Está tudo...

Tio Rick ficou imóvel assim que avistou Alaric parado diante de nós.
—Majestade? Que honra tê-lo em meu humilde estabelecimento.

Se aproximou ainda surpreso e confuso.

—Como vai, Sr.Dewit?

—Estou...bem. Obrigado.

—Eu vim para ver sua sobrinha. Eu precisava conversar com ela. O senhor permite que ela me acompanhe para um passeio?

Tio Rick arregalou os olhos não acreditando no que acabara de ouvir.
O rei da Inglaterra lhe pedindo permissão para falar comigo?

—Minha...claro. Sim. Claro.

—Se ela quiser, é claro!

Ele estendeu a mão para mim. E eu resistia àquele homem?

***

—Estou desesperado, Alana.

Alaric soltou enquanto caminhávamos pelo vale deserto.

—O que houve?

—Recebi uma carta de meu primo Jamie. E o conteúdo dela está me atormentando pelo erro que cometi.

—Foi tão grave?

—Tão grave que não consigo me perdoar. Não sei o que fazer. Por isso precisava te ver.

—O que houve?

Ele deu uns passos à frente e ficou encarando a natureza por uns instantes.

—Você estava certa. O tempo todo. Estava certa.

Franzi o cenho sem entender. Ele me olhou com um olhar cabisbaixo.
—Foi tudo armação do tio Thomas com o rei Francis. Jamie e minha esposa nunca me traíram.

Respirei fundo. Estava nítido que foi uma armação, mas por que sir Thomas condenaria o próprio filho?
—Quando James fugiu, foi pedir abrigo para Thomas. Ele tentou matar o próprio filho. Por sorte ele foi encontrado pelos rebeldes que o levaram para o esconderijo e cuidaram dele. Uns dias atrás um deles veio a mim para me informar dos planos diabólicos deles. Thomas e Francis, estão juntos. Tomaram Irlanda de lorde Leonel o matando. E agora estão avançando para tomar Gênova. E o próximo será Londres. Os rebeldes têm um infiltrado na França e passa toda a informação do que pretendem fazer. Foi quando ouviu os dois conversando sobre a armação que fizeram contra James e...

Interrompeu. Eu não sabia o que dizer para ele. Apenas o observava atenciosamente.
—Percebe o quão grave é o problema, Alana? Entreguei a rainha a corte e a sentenciaram a morte. Salvei James, mas nada pude fazer para salvar a minha rainha. E agora, meu filho. O príncipe herdeiro do trono inglês, está sendo criado num vilarejo próximo, num internato.

Levei minha mão a boca.

—Não sei o que fazer para me redimir a essa pobre criança inocente que rejeitei por ódio.

—Tem algo que possa fazer.

Falei depois de um breve silêncio. Ele me fitou, seus olhos estavam vermelhos, seu rosto transparecia arrependimento.
—Pode ir até lá buscar seu filho. Seu primogênito...o príncipe herdeiro.

De fato. Ele era o filho legítimo do rei.
Seus olhos brilharam esperançosos.

—Você vem comigo?

—O que?

—Buscar o menino. Não conseguiria fazer isso sozinho. Em comigo? Por favor...? 

A favorita do reiOnde histórias criam vida. Descubra agora