Capítulo 70

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Palácio Chenonceau
França 1814

O casamento do jovem rei Francis II foi maravilhoso. Embora as pobres crianças que estavam se casando não mostraram nenhuma satisfação.

Pudera.
Estavam se casando por obrigação. Alguém tinha que abolir essa lei. Casamento não requer só obrigação. Requer amor,
companheirismo, afeto...Dios. Até na noite de núpcias, o momento único que o casal tem na sua intimidade, tem que haver testemunhas para ver que o casamento foi consumado.

Não passei por esse constrangimento com Alaric, até porque todos já sabiam da minha gravidez.

Enfim, alguém devia abolir essa tradição idiota...

—No que está pensando?

Alaric me despertou apoiando sua cabeça por sobre meu ombro. Eu lhe encarei pelo reflexo no espelho.

—Quantos anos tinha quando se casou com sua primeira esposa?

Ele franziu o cenho desentendido.

—Vinte dois. Por quê?

—Por nada. Só não acho correto duas crianças perderem sua melhor fase para se tornarem reis.

Peguei o pente sobre o móvel e comecei a pentear meus cabelos.

Alaric ficou ao meu lado e se abaixou para me fitar nos olhos.

—Quando me casei meu pai ainda estava vivo. Um dia ele chegou com essa história de casamento porque eu estava sujando o nome da família. Eu o prejudiquei e para se redimir, tive que me casar com Kate. Mas Francis II se casou porque é o único herdeiro que Francis deixou. E a França precisa de um rei e de uma rainha. Embora o garoto seja controlado pelo cardial, com certeza.

—E o cardial pode interferir?

—Em algumas coisas sim.

—Eu não entendo.

Ele sorriu encantado.

—Nem precisa, doce Alana.

Pega a minha mão e a beija.

—Amanhã partiremos cedo. Descanse!

****

Palácio Graham
Londres.

Casa. Finalmente.
Não via a hora de estar com meus meninos outra vez. Nunca fiquei tantos dias longe deles. Eu sabia o tempo todo que estariam em segurança com Katrine e tio Rick. Mas eu os quero sempre perto de mim, onde meus olhos os alcançam.
Assim que atracamos no velho porto de Londres, foram os primeiros que eu avistei. Charles estava segurando a mão de tio Rick enquanto Henrique estava no colo de Katrine. Ambos acenaram felizes ao nos ver.

Fomos recepcionados e reverenciados pelo povo que estavam atrás da linha que os guardas fizeram para que ninguém invadissem nosso espaço. Foi difícil conter a população que esticavam seus braços o mais que podiam para tocar a realeza.
Depois de dar um beijo em Charles, peguei Henrique do colo de Katrine e cumprimentei tio Rick.
Acenamos para todos e seguimos nossa viagem rumo ao palácio escoltados pelo exército inglês.

—Como foram esses dias sem mim, Katrine?

Pergunto enquanto me banho.
—Os meninos se comportaram?

—Seus filhos não sentiram sua falta se quer saber.

Responde num tom irônico.

—Sério?

—Charles perguntou uma vez só quando voltariam. Mas não porque estava com saudades.

—Hum.

—Por favor, me diz como é a França?

A favorita do reiOnde histórias criam vida. Descubra agora