A favorita do rei

Capítulo 29

O baile...

Eu caminhava em direção ao meu quarto encabulado com as palavras do rei. Ele não estava falando sério. Certamente era um truque, tudo para me atormentar como adorava fazer. Tudo fazia parte de um plano? Mas o que pretendia fazer?
Isso me causava arrepios. Um pequeno apavoro. Porém Brian estava ali para me proteger. Eu e nosso filho. Embora eu estava me acovardando escondendo minha gravidez. Ele tinha que saber?
E se ficasse muito tempo no palácio? Certamente descobriria.
Ele tinha que saber.
Mas como iria ficar seu casamento?
E o escândalo que seria se descobrissem que o futuro Conde Crawford engravidou uma plebeia?
Pior.E se o rei descobrisse que seu mais novo aliado era o pai do meu filho? O amor da minha vida. O homem a quem entreguei minha inocência por amor...
Argh.Essa história não acabaria bem.
Certamente eu seria condenada à forca e Brian perderia a cabeça.
Eu podia esperar de tudo do rei. Menos perdão...
E ele não me perdoaria...Nem teria compaixão pelo Brian. Mesmo sendo o marido da prima da rainha.
Mas antes de tudo vir à tona, eu já estaria longe com tio Rick.
Tudo o que eu tinha que fazer era me manter calma e paciente, até chegar o momento certo...

—O que é isso, Katrine?
Entrei no quarto e logo vi um vestido exageradamente luxuoso e muito bem detalhado. Digno de uma princesa de contos de fadas.

—O rei mandou entregá-la.
Respondeu Katrine arrumando o vestido em cima da cama.
—Para o baile de hoje à noite.
Me aproximei e toquei de leve no vestido estendido sobre a cama.
Nunca havia visto um igual.
Lindo,simplesmente.

—Eu não vou ao baile, Katrine.

—Alana, não foi uma pergunta...
Olhei para ela que estava me olhando também com as mãos na cintura.
—Ordem do rei.

—Será que esse homem nunca vai entender que nem tudo gira em torno dele?

—Esse homem a quem se refere é somente o rei da Inglaterra. E sim. Tudo gira em torno dele.

—Ele não é o dono do mundo, Katrine. Não pode obrigar a pessoa a fazer o que não quer.

—Enquanto estiver nas terras da Inglaterra, sim. Ele pode!
Quanto mais Katrine falava, mais irritada eu ficava.
Mas no fundo ela tinha razão.
Só que eu não aceitava ser dominada por ele. Aliás, por ninguém. Eu não era uma marionete.

—E seu encontro com o lorde Crawford? Deu para esclarecer alguma coisa?

—Quase nada, Katrine.

—Não se preocupe. Darei um jeito de vocês conversarem melhor hoje à noite.

—Eu já disse o que queria.

—Contou sobre o bebê?

—Claro que não.

—Até quando vai esconder? Acha mesmo que ele não vai ficar sabendo?
Tantas perguntas me deixavam nervosa.

—Não quero falar sobre isso, Katrine.
Caminhei até a janela e lá estava Brian se preparando para montar em seu cavalo, quando seu olhar veio de encontro ao meu. Ficamos nos olhando até um dos oficiais lhe chamar atenção dizendo alguma coisa para ele. Seus olhos se desviaram dos meus para dar atenção ao que o guarda falava.
Uma pequena curiosidade me despertou. O que tanto o guarda falava?
Brian voltou a me olhar, e do jeito que me olhava não era nada bom. O que será que foi dito? Será que foi sobre mim? Por que Brian me olhava assustado, surpreso, decepcionado...?
Alaric surgiu no pátio montado em seu cavalo, cumprimentou Brian que já não me olhava mais e logo seguiram para os portões que já estavam abertos. E foram...

***

Eu não me reconhecia.
Fiquei olhando sem piscar para a mulher que refletia no espelho e não acreditava que era eu.
Katrine fez sucesso no penteado que fez nos meus cabelos, a maquiagem estava perfeita, meus lábios brilhavam num tom rosado, um colar exuberante e luxuoso de cristal dava mais vida ao vestido azul que eu usava, parecia feito especialmente para mim, estava perfeito.