Capítulo 54

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Westminster Abbey
Londres

Não durou nem uma hora e logo chegamos a um palácio imenso e bem luxuoso em Londres mesmo. Então era ali que Alaric mantinha o filho. Pensei que fosse bem longe de Londres. Mas era bem próximo do palácio Graham.
Enquanto caminhávamos pelo jardim nos aproximando da entrada, freiras passavam por nós e o reverenciava surpresas com a presença da realeza, um tanto curiosas quando me viram de braços dado ao rei.
Alaric parecia nervoso, pensei que não aguentaria continuar. Mas permaneceu seguindo a diante.

—Boa tarde.

Cumprimentei uma irmã que estava na recepção assim que entramos. Ela olhou para Alaric completamente desnorteado. Mal me cumprimentou. Entendi.

—Majestade?

Arregalou os olhos espantada.
—Que honra conhecê-lo pessoalmente.

Esbanjou um sorriso educado.
—Seja bem-vindo ao nosso internato. No que posso servir?

Alaric ficou em silêncio observando a irmã cauteloso. Abriu a boca para dizer algo, mas logo desistiu.

—Estamos aqui por causa do menino.

Soltei.
A irmã me olhou com seus olhos claros e franziu o cenho.

—Menino?

—Meu...filho.

Finalmente disse algo.
A irmã foi desfazendo o sorriso meio sem graça.

—O filho da rainha!

—E do rei também.

Corrigi.

—Claro.

Respondeu sem graça.
—Bom, Majestade. Acontece que o menino não está mais conosco.

—Como assim? Para onde levaram o menino?

—Bom, não levamos para lugar nenhum. A pobre criança, infelizmente pegou a peste. E... como era muito novinho...não resistiu.

Levei a mão a boca indignada. Olhei para Alaric que estava olhando para a mão apoiada no balcão.

—Como não avisarem ao rei o que estava acontecendo com o menino?

Ela deu uma olhada rápida para Alaric que ainda estava imóvel.

—Eu...ordenei que não me levassem nada sobre...a criança.

Respondeu por fim, com a voz embargada.

—Sinto muito, majestade.

Um breve silêncio pairou entre nós. Só se ouvia o eco dos passos de pessoas caminhando de um lado para o outro, olhando curioso e reverenciando vossa majestade, o rei, que estava ainda desolado com a informação. Pudera.

—O que foi feito do corpo?

Perguntou quebrando o silêncio.

—O enterramos atrás da capela. Ao lado da... mãe.

Alaric subiu seu olhar claro e me olhou. Parecia querer dizer algo, mas se calou.

—Pode nos levar até lá?

Perguntei a freira.

—Claro!

Olhou para Alaric como se estivesse perguntando se era isso que ele queria. Ele apenas assentiu de leve com a cabeça.

***

Ali estávamos nós diante das lápides, uma do lado da outra. Alaric mal conseguia se aproximar, estava emocionado olhando para as sepulturas improvisadas. Era um momento só dele, então fiquei uns passos afastada ao lado da freira que nos conduziu até lá. Meus pais vieram a cabeça, era como se eu estivesse passando por tudo aquilo outra vez, só que em situação diferente, lógico. Tive pena de Alaric. Pude sentir a dor que ele, obviamente, estava sentindo.
Ele parou e ficou olhando imóvel.

A favorita do reiOnde histórias criam vida. Descubra agora