Capítulo 57

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Autora narrando...

Palácio Graham

—Já estou decidido, grã-duque. Nada irá me fazer voltar atrás.

—Majestade, perdemos nossos aliados, a igreja católica está prestes a romper com a Inglaterra. Todos estavam esperando a união de vossa excelência com a princesa Jolie. Eles querem saber o motivo que levou o rompimento desse compromisso que vossa majestade havia firmado diante de todos. Como acha que vão reagir quando souberem?

—Não me importo com nada, grã-duque. Só quem for realmente amigo sem esperar nada em troca irá ficar do meu lado.

—Essa é a questão. Se casando com uma simples camponesa, não irá trazer vantagem alguma.

—Não me importo em obter vantagem, grã-duque. Encontrei a mulher da minha vida e eu a quero como minha rainha. Ponto final.

—Pelo bem da realeza e do país, precisa se casar com um sangue nobre. É a lei.

—Então não teremos problemas. Eu sou a lei!

Houve um breve silêncio enquanto grã-duque e Alaric se encaravam. O olhar do rei era decisivo, não importava os argumentos de grã-duque, ele não voltaria atrás.
—Escute bem, grã-duque e a todos que estão aqui e que fazem parte do parlamentar. Eu, Alaric Graham, rei da Inglaterra, não me casarei com uma princesa para obter vantagem, me casarei com um doce e boa mulher por amor.

Houve um borbulho ao fundo.
—Sim. Perderemos aliados, nosso exército poderá enfraquecer, dando uma boa vantagem aos inimigos, mas essa e minha decisão. Aquele que for contra, está convidado para se retirar. Mas aviso logo, quem não estiver comigo, estará contra mim. E terá um grande inimigo. A decisão é de vocês.

Dito isso, viu alguns tomando coragem para se retirar da sala sem dizer uma palavra se quer, apenas se retiraram, dava para contar no dedo os poucos que restaram. E para a surpresa do rei, grã-duque permaneceu imóvel.

—Não vai se retirar também, grã-duque?

Perguntou intrigado.

—Não, majestade. Jurei lealdade ao vosso pai, rei Henrique, por toda a eternidade.

Alaric cerrou os olhos, não acreditando em suas palavras.

—Eu quero estar aqui assistindo essa comédia toda.

Cochichou para alguém que estava ao seu lado que sorriu decidindo ficar também.

—Pois bem...

Suas palavras foram interrompidas quando um dos soldados entrou na sala do trono eufórico.

—Majestade.

O reverenciou assim que se aproximou de vossa excelência.
—Trago más notícias.

—Seja o que for, irá me contar depois. Hoje é o dia do meu casamento.

—É sobre os franceses, majestade.

Insistia o soldado.
Alaric respirou fundo.

—O que quer que seja, pode esperar.

Falando essas palavras, foi saindo sem olhar para trás.

—Rei Francis tomou Gênova!

Alaric parou, mas não se virou para encarar o soldado.

—Já começou, majestade.

Argumentou grã-duque.
—Francis está mais poderoso do que nunca agora. Não terá dificuldades para invadir Londres.

—Sim. Está com um exército poderoso e armado até os dentes.

—Isso não podia acontecer na pior hora. Perdemos nossos aliados, não temos mais apoio de ninguém. Se invadirem Londres, não teremos chances. Me escute, majestade. Case-se com a princesa Jolie e teremos vantagens. Pode ter essa menina como sua segunda esposa, mas o que precisamos agora é de apoio.

—Escute você, grã-duque. Não me importa se eu tiver que reivindicar o trono, perder minha coroa, até o meu país. Para eu ter a mulher que eu amo como minha rainha. Minha palavra final é essa. Vou me casar com Alana Dewit e se alguém tentar me impedir, o sentenciarei a morte. Seja quem for. Não terei piedade. Sem mais.

E então saiu, deixando aqueles que restaram surpresos e apreensivos.

—Ele prefere se render ao inimigo por causa de um rabo de saias?

Questionou um dos nobres.

—Ele está louco!

Completou grã-duque.

****

Em algum lugar distante dali...

Não tinha outro jeito a não ser recuar e fugir dos franceses que já estavam em grande vantagem. O exército genovês estava desprevenido e não tiveram tempo para se defender.
Brian cavalgava em seu cavalo desolado acompanhado pelos seus soldados, ou os que restaram deles, rumo a floresta que todos temiam entrar. Devido a boatos de que ali morava uma feiticeira a quem tinham medo de se aproximar. Na verdade, ninguém nunca viu, mas quem contara as histórias?

Uns trocavam olhares assustados e curiosos, outros olhavam ao redor preocupados, mas Brian não parecia estar preocupado muito menos assustado, continuava seu caminho sem olhar para trás enquanto todos esperavam por uma explicação.

—Majestade?
Perguntou seu general.
—Sei que não é o momento adequado, mas todos estão curiosos para saber para onde estamos indo.

Brian permaneceu calado.
—Aqui é terra onde o homem não pisa. Todos estão desolados por recuar a uma guerra que sabíamos que não teríamos chance alguma...Talvez nos traria paz se soubéssemos para onde estamos indo.

—Estamos indo para única pessoa que pode nos ajudar nesse momento.

O general olhou para frente franzindo o cenho.

—Mas majestade. Aqui é o caminho para a floresta e como diz a lenda...

—São apenas lendas, meu caro general.

Respondeu subitamente.

—Não estamos indo pra...

—Apenas diga aos soldados que logo estaremos bem, cuidaremos dos feridos e traçaremos um plano para retomar Gênova. E aquele que quiser desistir, que dê meia volta. Não quero covardes atrás de mim.

Ouvindo isso, o general deu a meia volta com seu cavalo para transmitir o recado do rei para os soldados. Mas antes que abrisse a boca, foram surpreendidos por homens encapuzados e fortemente armados.
Pararam quando perceberam que estavam cercados, não tinham como prosseguir, tampouco recuar. Todos estavam cansados, praticamente acabaram de vir de uma batalha onde não obtiveram vitória. Não aguentariam mais uma luta.

—Se não é o exército genovês e seu rei!

Disse um dos homens se aproximando de Brian, somente seus olhos estavam à vista. Suas roupas quase esfarrapadas, não tinha como não identificar. Eram os rebeldes.

—Estamos em paz. Só queremos atravessar a floresta e mais nada. Acabamos de vir de uma batalha e não temos forças para mais uma luta.

O sujeito olhou para todos que ali estavam.

—De fato. Percebo a derrota no olhar de cada um.

—França!

Respondeu Brian.
O sujeito cerrou os olhos e num movimento rápido, retirou o pano que cobria seu rosto.

—Se é inimigo da França é nosso amigo. Sou James Podolsky e esse é o meu exército a seu dispor, majestade.

Brian estranhou de princípio, mas logo soltou um sorriso confortável.

—James. Acho que nós dois desejamos a mesma coisa.

—Acabar com o rei Francis!

Respondeu James com um tom agressivo.

—Acho que começamos a nos entender...

Finalizou Brian descendo do seu cavalo e estendendo a mão para James que não hesitou retribuir o gesto...


A favorita do reiOnde histórias criam vida. Descubra agora