A favorita do rei

Capítulo 61

Mal desci da carruagem e vi Alaric vindo ao meu encontro com sua vestimenta real impecável e atraente. Mas parecia nervoso, algo sério devia estar acontecendo.
Estendi a mão para ajudar Charles a descer da carruagem, assim que desceu, correu ao encontro do rei que o recebeu em seus braços com um sorriso largo nos lábios o pegando no colo. Olhei para o pequeno Henrique que estava no colo da serva.

—Gema, por favor. Leve os meninos para dentro e lhes dê um banho.

—Sim, majestade.

Dei um beijo em seu rosto soado e com grama até a cabeça. Seu olhar era de satisfação e alegre. Pois nunca havia se divertido tanto como aquele dia. E exausto, não demoraria a dormir.

—Me acompanha até o lago?

Alaric perguntou assim que se aproximou de mim com Charles no colo.

—Claro.

Eu estava exausta. Mas estava curiosa para saber o que Grã-duque havia aprontado.

Passamos pelo jardim florido e bem cuidado e chegamos à beira do lago. Alaric me guiava pelos braços e quando chegamos ao destino, ele se soltou e me encarou sério.

—O mensageiro veio me entregar uma carta escrita pelo grã-duque ao rei Francis.

Fiquei perplexa e atenta em cada palavra.
—Ele pretendia nos trair. Ia contar a Francis que temos um plano para virarmos a mesa a nosso favor.

—Eu sabia que não era de confiança.

—Harry estava de olho nele há muito tempo, e viu quando entregou a carta para o mensageiro que de imediato o abordou antes de colocar o pé fora do palácio.

—Se essa carta chegasse nas mãos de Francis, tudo ia por água abaixo.

—Exatamente.

—E o que pretende fazer?

—Mandar para a forca. Esquartejar o corpo e espalhar os pedaços em praça pública.

Falou me olhando sério. Meus olhos arregalaram espantados.

—Está brincando né?

Depois de uns instantes, ele sorriu.

—Claro. Eu disse que não tomaria nenhuma decisão sem antes ouvi-la. Mas estou pensando na forca.

—Por Deus, não! Condená-lo à forca levantara suspeitas em Francis. Ele certamente vai querer saber o motivo. E o que explicaria?

—Traição.

—A quem? A França ou Inglaterra?

Ele ficou pensativo entendendo o meu raciocínio.
—Meu senhor. Sei que o que Grã-duque planejava é imperdoável. Mas a forca não é a solução. Isso só causaria mais complicações e Francis é esperto. Não sossegará enquanto não descobrir a verdade.

—E o que devo fazer, Alana?

—Onde está grã-duque?

—Na prisão.

—Então é melhor que permaneça lá. Sendo vigiado vinte e quatro horas por dia. Bem de perto. Pelo menos até a invasão se concretizar.

Ele estreitou os olhos e logo em seguida sorriu. Deu uns passos para frente se aproximando mais de mim e pegou em minhas mãos.

—Sempre tão sábia. Não sei o que seria de mim sem você. Certamente estragaria tudo.

Eu retribuí o sorriso encantada com seus elogios.
—Mas confesso que minha vontade é de condenar o traidor.