Amor de droga

Capítulo 9

Mariana

Eu estava naquela sala, sentada num cantinho mexendo no celular fazia muito tempo.Direto o Gustavo saía e entrava na sala, mexia num computador que tinha na mesa e conversava com diversos homens.

Já passava das nove da noite e eu sentia o tédio tomar conta de mim.O GN tinha saído pra falar com uns homens.Não muito tempo depois, consegui ouvir gritos vindos de fora.Gustavo discutia com alguém, aparentemente muito nervoso.

Logo ouvi a porta sendo aberta com força e ele puxou meu braço, me fazendo levantar.

— Vamo embora — ele segurava o meu braço com certa força me puxando pra fora, andando rápido.Eu tropeçava nos meus próprios pés.

— O que aconteceu? — perguntei assustada, ele só abriu o carro e eu entrei rapidamente.Não estava entendendo absolutamente nada.

GN acelerou o carro, e estávamos andando tão rápido que o meu coração quase saía pela boca.

— Vai com calma — pedi.Ele me ignorou completamente.

Finalmente chegamos em casa, ele estava vermelho de tanta raiva então preferi não me meter.Assim que entramos ele bateu a porta com uma força assustadora.

— Caralho... — ele passava a mão pelos cabelos nervoso, andava pela casa incessantemente.Deu um soco forte na parede usando todo o tipo de palavreado possível.

— Gustavo — me aproximei — O que aconteceu? Por quê você tá assim?

Ignorada, novamente.

Subiu com rapidez e eu logo ouvi um barulho de chuveiro.Ele estava tomando banho, então eu decidi fazer o mesmo.

Fui até meu banheiro e tomei um banho bem relaxante, lavei meu cabelo e hidratei minha pele.Coloquei apenas uma calcinha e uma camisa do Bruno. Penteei meu cabelo e resolvi deixar ele secar naturalmente.

Desci as escadas até a sala e, pra minha surpresa, o GN estava sentado no sofá, de cabelo molhado assim como eu, mas só com uma bermuda.

Ele me encarou e, pra minha surpresa novamente, seu olhar não transmitia raiva.Muito pelo contrário.Ele parecia um pouco tristonho e admito que me deu uma peninha.Terminei de descer as escadas e sentei do lado dele, sem dizer nada.

— Foi mal — Ele falou baixo — Acho que eu te assustei, né?

— Um pouquinho — admiti — Mas o que aconteceu? Por quê ficou daquele jeito? — olhei pra ele, que ficou me encarando.Parecia decidir entre contar ou não.

— Se eu te contar, tu fica de bico fechado?Não conta pra ninguém depois?

Eu só assenti com a cabeça.Claro que eu não contaria pra ninguém.

Gustavo mordeu o lábio, parecendo pensativo, talvez decidindo se contaria ou não aquilo pra mim.

— Tinha um nóia devendo uma boa grana em droga pra boca — ele finalmente disse — Os muleques tavam estressados pra caralho, porque a dívida é muito alta.E me pediram pra matar.Matar, tá ligada? — ele me olhou, desabafando.Achei esquisito ver o GN daquele jeito, meio vulnerável.Nem parecia a mesma pessoa de algumas horas atrás.

— E por que ficou tão incomodado com isso? — estranhei.Não que eu achasse normal sair matando gente por aí, longe disso.Eu só pensei que aquilo fosse normal pra ele.

— É que eu não mato. — fez uma grande pausa, antes de continuar — Quando eu era pivete, minha mãe era viciada.E mataram ela na minha frente por que tava devendo uma grana preta pra boca.Eu já dei tiro em perna, braço, mas nunca matei.É tipo um trauma meu, tá ligada? — ele parecia falar mais pra si mesmo do que pra mim.Eu só concordei com a cabeça.

— O negócio — ele continuava falando, olhando pra frente —É que eu não consigo chegar e sentar o dedo. Me sinto um merda filha da puta por isso, sou fraco.Onde já se viu dono de morro não ter coragem de matar? Comédia. —ele cruzou os braços.

Não parou de falar.

— Já torturei muita gente Mariana, vou mentir não — continuou, me deixando um pouco apreensiva — Já deixei muleque cego, homem sem poder andar mais, tá ligado? — me olhou, e eu só assenti com a cabeça num movimento automático.Óbvio que eu não estava ligada.

Porém, sim.Aquilo era realmente estranho e eu não conseguia entender o porquê do seu desabafo cair sob mim.Parecia ser algo poderoso, como uma fragilidade ou ponto fraco dele.E bem, foi impossível não estranhar.Mentiria se dissesse que a informação não me deu um alívio no peito.

— Você não é fraco só porque tem um inconveniente — finalmente me pronunciei e ele olhou pra mim —Apesar de eu achar que não conseguir meter um tiro na testa dos outros não é necessariamente algo ruim, né? — forcei uma risada e ele abriu um leve sorriso.

— E, olha — eu continuei falando, enquanto ele me olhava — Acha que é o dono de tudo porquê? Você é muito inteligente — supus, e no fundo, eu realmente achava isso.Só acreditava que ele não explorava da sua inteligência da forma correta, pra coisas de bem — Não conseguiu esse cargo por acaso.Não é algo que eu concorde, claro.Mas é de grande porte — gesticulei com as mãos, enquanto Gustavo me fitava com atenção — Você tem que pensar que,  apesar do inconveniente, você ainda é bom o bastante pra ser escolhido como chefe.

GN

Ouvir a Mariana falar aquelas coisas me aliviou pra caralho, e desabafar com ela também tirou um peso dos meus ombros.

Tava ligado que no fundo ela tava certa, e fiquei impressionado em como ela conseguia não ser tão chata quando queria.

Fiquei analisando a Mariana e pensando no que ela disse por um tempo.Ela tava quieta também.

Passeei meus olhos pelo teu corpo.Ela usava só uma camisa e tava com as pernas à mostra.Juro que me concentrei ao máximo pra não olhar e não cair em tentação, o Bruno não ficaria feliz se descobrisse minhas intenções com a irmã dele.

— Que foi? — ela perguntou baixinho me olhando.Só olhei pro seu rosto e tua boca avermelhada me fazia um convite.Que se foda o Bruno.

Segurei na nuca dela puxando pra um beijo, que retribuiu na mesma hora.Segurei com força no cabelo dela e puxei de leve, fazendo ela soltar um suspiro.Suas mãos já estavam no meu abdômen arranhando devagar, me fazendo arfar.Segurei ela nos meus braços puxando a garota pro meu colo, segurando em seu quadril.O beijo ficava cada vez melhor e eu puxava ela pra cada vez mais perto segurando em seu quadril, fazendo ela rebolar vez ou outra no meu colo.Aquilo tava bom demais.