Capítulo 54

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Gustavo

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Gustavo

Decidi não almoçar em casa pra ter tempo de arrumar um lance pra mim e pra Mariana, de noite.Eu tava querendo seguir à risca o conselho do Zé de aproveitar nossos momentos juntos.

Saí da boca num pulo e passei direto no melhor restaurante que eu conhecia do morro.

— Fala pra mim dona Maria, qual é o prato mais chique que tu tem aí? — bati no balcão, fazendo o sininho ecoar alto pra caralho no meu ouvido.

— Coisa chique eu não tô tendo não, meu filho — ela saiu de trás de uma portinha de madeira com uma bandeja farta na mão.

Tava cheirando bem pra cecete.Passou por mim e serviu na mesa de uns mulecotes.Os bixin pareciam cachorro doido comendo, de tão rápido.

— A larica tá braba ali, hein? — apontei com a cabeça pra mesa, e ela assentiu.

— Eles sempre vem aqui pedindo um pouquinho de comida, morro de pena — dona Maria disse, escorando cansada no balcão.

— Tô ligado — espalmei a nuca, olhando pra trás mais uma vez.

Mexi no bolso da bermuda e tirei uma nota de cem da carteira.

— Se liga dona Maria, pra tu não ter prejuízo — entreguei o dinheiro pra ela — Usa de saldo pro almoço dos muleques.

— Obrigada, meu filho — ela agradeceu, ainda segura a nota — Mas isso é muito.

— Dá nada não, pô — guardei a carteira — Mas e aí, dá pra tu desenrolar uma janta mais especial pra mim?

— Por que tá querendo comida chique?Você sempre foi do simples, meu filho — finalmente guardou o dinheiro em uma caixinha do lado do balcão.

— É que Mariana gosta dessas coisas meio metido à besta, tava querendo fazer um agrado — assumi, meio envergonhado — Cê tá ligada como é... — cocei a nuca e inclinei a cabeça pro lado.

Ela me lançou um sorriso doce e disse que faria a melhor massa possível, que não ia nem me cobrar.Fiquei envergonhado pra cacete, dona Maria ficou toda animada pro meu tal jantar romântico, mas eu só dei um sorriso amarelo, fingindo prestar atenção na falação dela.

Deixei sessenta reais na sua caixinha de dinheiro antes de sair e voltei pra boca, tava zero fome e precisava cuidar do meu corre, tratar com uns clientes sobre atraso de pagamento de droga.

Aquilo me deixava puto num nível absurdo, mas tentei ficar de boa pra não acabar descontando na Mariana depois.

Acabei saindo de lá quando tava ficando escuro já.Dei uma ligada pra dona Maria e ela avisou que minha encomenda já tava pronta.Era um puta de um pacote gigante, Mariana ia se amarrar.

O único problema era entrar com aquilo em casa e preparar a mesa sem que ela visse, a mina provavelmente já estava em casa há horas.

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Amor de drogaOnde histórias criam vida. Descubra agora