Capítulo 26

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Mariana

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Mariana

Foi impossível esconder minha expressão apavorada quando aquele homem gritou de dor.Mesmo assim, o GN pareceu não se importar, atirando mais ainda nas duas mãos.Os barulhos dos tiros atraíram a atenção do baile inteiro, fazendo com que os curiosos olhassem a cena.

— Tu não gosta de passar a mão nos outros, caralho? — Gustavo gritou, dando em seguida um chute nas costas do homem, ainda deitado no chão, que se contorceu de dor.

As mãos dele estavam destruídas, e com toda certeza teriam que ser amputadas.Apesar de tudo, aquela cena foi demais pra mim.Eu só virei o rosto, tentando conter as lágrimas e o medo.

— Eu não ia fazer nada com a mina... — o idiota fez a maior tolice da sua vida em tentar se defender, levando então um chute na boca.Meu Deus.

— É pra ficar quieto, filho da puta —Gustavo só mantia o olhar fixo no corpo em sua frente, parecendo não se importar com a plateia que já tinha se formado.

Eu estava em choque.Minhas mãos não saíam da minha boca e eu nem conseguia olhar no rosto do Gustavo.Apesar de ter achado merecido, nunca tinha visto alguém ser baleado na minha frente.E por minha causa.

Mas o negócio era que o GN estava muito irritado e isso tava me dando certo receio.

— Gustavo... — tentei me aproximar, segurando em seu braço, enquanto ele continuava intacto — Já tá bom, volta comigo pra casa, por favor — sussurrei perto dele, com a voz embargada por conta do choro preso na garganta.

Ele só puxou o seu braço, me fazendo soltar dele, sem me olhar.Logo vi o Zé no meio daquela gente e o chamei com um aceno de cabeça, que veio até mim.

— O que tá rolando aí, Mari? — ele perguntou com certa calmaria, como se as mãos ensanguentadas na sua frente não fossem nada muito chocante.

Até minha dicção falhou, fazendo com que eu não conseguisse explicar direito a situação.

— Leva ela pra minha casa — Gustavo mandou, olhando de relance pro Zé — E depois pode voltar pra tua. —acrescentou, com firmeza.

— Vem comigo — choraminguei pro Gustavo, tentando acabar com a confusão que tinha se formado ali, enquanto aproximava meu rosto da sua nuca.

— Dá pra tu fazer o que eu tô pedindo, caralho? — ele se referiu a mim pela primeira vez, grosseiro, sem tirar a arma da mira.

— Vamo Mari, melhor tu não ficar aqui mesmo não — Zé me alertou, colocando a mão nas minhas costas em sinal de apoio.Enquanto andávamos pra fora do baile, muito pessoas me olhavam com certa curiosidade, algumas faziam comentários sobre o que tinha acontecido e algumas mulheres me olhavam com cara de poucos amigos.

Assim que pisamos fora do baile, ouvi mais uma sequência de tiros, me fazendo arrepiar.Senti meus olhos lacrimejando.

Zé me entregou um capacete e eu coloquei rapidamente, querendo fugir dali.Ele acelerou a moto e eu me segurei em seu corpo.O caminho todo foi num silêncio ensurdecedor.

Amor de drogaOnde histórias criam vida. Descubra agora