Capítulo 62

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Gustavo

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Gustavo

Deitei na cama, a seringa ainda enfiada no braço, uma sensação de paz e euforia simultâneas, o alívio de me sentir bem pra caralho por algumas horas.

Tirei ela do braço e joguei embaixo da cama quando ouvi os muleques entrando em casa.A gente ia colar num baile essa noite, e eu não poderia estar num estado melhor.Toda a heroína e coca me salvavam em momentos desses.

Eu tinha aprendido a disfarçar, moderadamente, pros muleques, quando tava doido ou chapado demais.

— Bora? — Coutinho deu um tapa na minha perna, me fazendo levantar.

— Vamo — levantei, me olhei uma última vez no espelho e parti.

                                     • • •

Cheguei no baile com um sorrisão no rosto.

— Hoje GN tá animadão, alá — Coutinho comentou, me analisando

— Tem que tá, né, pô — bati a mão no peito e cumprimentei uns vapores e seguranças conhecidos.

Chamei um muleque baixinho de lado, magrelo, o que sempre levava droga pra baile.Eu não era filha da puta de monopolizar meu trampo, mas sempre tirava vantagem pra ganhar um desconto.Principalmente agora.

— Que que tu tem pra mim aí, filhote?

— Só coisa boa, patrão — tirou do bolso saquinho de pó, maconha prensada e pedra de crack.

— Coisa boa — ri, ironicamente — Tu acha que eu não reconheço essa maconha prensada com perna de barata não, mulecote?

O garoto ficou acuado, fingi não perceber.

— E o pó?Tu dá desconto pro chefe, não dá? — perguntei.

— Dou desconto pro senhor sim patrão, só não posso sair no prejuízo, cê tá ligado!

Mandei o muleque agilizar, Coutinho, Zé e Zureta poderiam estar dando falta de mim.

Enfiei dois saquinhos de pó branco no bolso e andei até eles.

— Vou subir — apontei pro camarote improvisado e torci mentalmente pra que nenhum deles inventasse de me seguir.

Zureta só fez um sinal afirmativo com a cabeça, os outros dois não deram muita moral.Fui.

— Porra, que gata... — sussurrei no ouvido de uma loira que se esfregava no meu corpo com avidez.

— Só pra você, chefe — me ofereceu seu sorriso mais sacana e sentou no meu colo, rebolando.Seu corpo era grande e eu foquei minhas carícias na sua bunda.

A mulher me encarou por um instante e passou o dedo indicador pela minha testa suada.Então soltou uma risada bem alta e aguda.

— Sua pupila tá tipo, enorme pra cacete.Quero dessa droga que tu tomou! — disse, o sorriso ocupando metade do rosto.

Amor de drogaOnde histórias criam vida. Descubra agora