Capítulo 76

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Mariana

— O porteiro interfonou avisando que tem gente lá embaixo, confere os nomes e libera a subida, Mari — meu irmão pediu, enquanto conversava com outros convidados.

Fiz um sinal afirmativo com a cabeça e fiz exatamente o que meu irmão pediu, liberando a subida.

Eu estava com a Julia em um canto da festa enquanto Bruno conversava com um grupo de amigos da escola e faculdade. Em poucos minutos uma garota, ruiva, alta e bonita entrou no salão, recebendo olhares por cada um dos seus passos.

— Camila! — Bruno abriu um sorriso, pedindo licença aos seus amigos e indo direção a garota, na intenção de cumprimentá-la.

Os dois deram um abraço caloroso e a garota sorriu, desejando um feliz aniversário ao meu irmão e revelando seus dentes impressionantemente brancos.

Eles estavam relativamente perto de mim e da Julia, então era possível escutar um pouco da conversa despretensiosamente.

— Como cê tá, ruiva? — Bruno perguntou, depois de oferecer um pouco da bebida do seu copo.

— Na minha melhor fase! — Camila respondeu, simpática — Tô trabalhando numa empresa familiar, na parte administrativa. O trampo paga bem — tomou um gole do copo do meu irmão, descontraídamente.

— Caraca, que irado! — Bruno sorriu, acenando com a cabeça.

Não demorou muito pra que meu irmão percebesse que eu e Julia estávamos perto. Assim que ele notou, os dois se aproximaram e Bruno fez as devidas apresentações.

Foi impossível não notar o jeito que minha melhor amoga se remexia, desconfortavelmente, do meu lado. Apostei comigo mesma, com convicção, de que Julia estava enciumada com a proximidade de Bruno e Camila.

Minha amiga achou a oportunidade perfeita pra fugir quando o interfone tocou mais uma vez. Não me dei o trabalho de fazer leitura labial pra adivinhar quem tinha chegado, então continuei apenas sorrindo educadamente enquanto Camila e Bruno tentavam me entrosar numa conversa sobre administração e tempos de faculdade.

Meu coração deu um pulo quando desviei o olhar dos dois e avistei Gustavo chegando.Ele estava com a cara fechada, como das últimas vezes que eu o-vi.

Sua expressão mudou discretamente quando me viu, e um único sorriso de lado fez meu coração bater em descompasso. Era impossível disfarçar o efeito que ele tinha sobre mim.

Ele se aproximou devagar, acenando com a cabeça em um gesto discreto e sublime. Senti a lateral do meu corpo dormente, numa sensação incessante de formigamento.

Agora que eu estava oficialmente solteira, era como se, dentro de mim, as coisas tivessem mudado. Como se uma faísca de esperança tivesse surgido, brilhando no meu peito e sinalizando que ainda tínhamos uma chance.

Mas esse era um pensamento fantasioso. Por algum motivo desconhecido, Gustavo parecia não querer reatar comigo, e isso deixava meu coração completamente confuso. A única coisa que soa na minha cabeça são as palavras que ele me disse na última vez que nos vimos.

"Tu é o que eu mais amo no mundo, Mariana"

Desperto do meu transe quando ouço a voz do Coutinho ecoando alta, cumprimentando todos nós de uma vez só.

— Fala aí! — se aproximou, juntamente de Zé, Zureta e Gustavo — Fala tu, muleque! — abraçou Bruno.

— Eaí! — meu irmão respondeu, animado — Que bom que cês vieram! Tão na casa de vocês, fiquem à vontade pra pegar o que quiserem, bebida, comida... — apontou pra mesa com os aperitivos e salgadinhos, localizada ao lado do freezer enorme que continha todas as bebidas. Ele nem precisou falar muito, Coutinho seguiu a direção apontada.

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⏰ Última atualização: May 07 ⏰

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