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Bruno
— Bom dia, apressada! — beijei o rosto da Julia assim que ela passou pela cozinha, pegando uma garrafa de água que repousava na mesa.
— Bom dia! — respondeu alto, saindo como um furacão da cozinha.
Ri do seu atraso matinal e me virei pra me servir um copo de suco, quando ela voltou tão rápido quanto saiu.Se escorou no batente da porta, com a respiração ofegante.
— Me dá uma carona? — deu um sorriso cúmplice.
Suspirei, afirmando com a cabeça.Ainda tinha alguns minutos antes de ir pro trabalho, o gerenciamento da loja.
— Bora! — andei até a mesa central da sala, pegando a chave do carro.Peguei também minha carteira e minha bolsa com planilhas, cadernos e canetas que seriam necessários no trabalho.Passei pela porta, seguido pela Julia.
— Você e a Mari conversaram depois do encontro no shopping? — Julia perguntou assim que entramos no carro.
Dei partida e fiz que "sim" com a cabeça.
— Nós trocamos mensagens as vezes — respondi, tentando prestar atenção ao trânsito — Mas só o básico, sabe? — olhei pra ela por um segundo, que acenou com a cabeça.
— É melhor do que nada — concluiu, balançando os ombros, e eu só concordei.
Um silêncio se seguiu à isso, mas foi quebrado por uma pergunta de Julia.
— Você contou pra ela sobre a gente? — questionou, parecendo um pouco inquieta.
— A gente? — franzi as sobrancelhas, intercalando o olhar entre o asfalto e Julia.
— Sim — foi só o que ela respondeu, sem tirar os olhos de mim.
— Não contei — batuquei o volante com o polegar.
Outro momento de silêncio.
— Você queria que eu tivesse contado? — perguntei, parando no semáforo vermelho.
— Não sei — ela escorou a cabeça no banco — É que eu acho que não quero continuar a esconder isso dela, principalmente agora que vocês já estão se entendendo...
— Entendi — disse firmemente e em seguida uma longa pausa — Eu vou conversar com a Mari, então.
