Capítulo 17

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Gustavo

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Gustavo

— Tu tá me olhando com essa cara porquê? — falei e terminei de comer.Levantei pra lavar meu prato.

— Eu te pedi pra deixar a Mariana afastada dos caras do morro.Aí eu chego e em casa e ela tá no teu colo dormindo.Namoral... Não fode né— Bruno colocou o prato dele na pia, esperando que eu lavasse.

— É impossível deixar ela afastada dos caras do morro, ela mora no morro agora.Tu tem que deixar ela viver a vida dela do jeito que ela quiser, ela tá crescidinha já pra isso — disse, enquanto lavava meu prato.

— Eu não quero que tu se envolva com a Mariana.Tô falando na moral Gustavo — Bruno me encarou e eu revirei os olhos, bufando baixo.

— Eu não quero nada com a tua irmã — coloquei meu prato no seca louças, e apontei pro dele — E eu não vou lavar o teu — subi até o meu quarto, indo pro banheiro tomar uma ducha.

Tomei meu banho e saí do banheiro colocando uma cueca.Esfreguei a toalha na minha cabeça secando mal o meu cabelo, e me joguei na cama pegando meu celular.

Tinham três mensagens do Coutinho e uma do Zé.Decidi abrir a conversa do Coutinho primeiro.

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Coutinho: Mlk, tá por aí?
Coutinho: Preciso falar contigo
Coutinho: É sobre a Vanessa
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Vanessa é uma mina daqui do morro.Já comi ela várias vezes e até tivemos um lancinho, sem sentimento envolvido, obviamente.Pelo menos da minha parte.O negócio é que nós nos afastamos completamente depois de eu não aceitar assumir ela como minha fiel, e a gente nunca mais se trombou.Ouvi uns boatos dela, de que tava meio pirada, meio maluca, mas nunca tive a chance de tirar à prova.

Abri a mensagem do Zé.
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:Call
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Entendi o recado e liguei pra ele na hora, que depois de alguns toques me atendeu.

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Zé: Fala tu
GN:Fala aí.Tu mandou ligar?
:Mandei.Tu lembra da Vanessa?
GN:Lembro.Coutinho mandou mensagem dizendo que queria falar sobre ela.Que aconteceu?
Zé:Ela mandou mensagem pra nós dois ontem.Tá dizendo que vai te caçar.
GN:Então ela tá pirada mesmo?Bem que avisaram...
Zé:O negócio é isso.Não sei se ela tá maluca ou só com saudade, mas confirmou que vai te procurar amanhã pra conversar contigo.Beleza?
GN:Certo.Amanhã eu resolvo isso aí.Valeu avisar, irmão.
Zé: Certo.Falou!

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Desliguei o celular e encostei minha cabeça na cabeceira da cama.Tenho nem ideia do que Vanessa quer falar comigo, a gente não fala faz tanto tempo que isso me deixa inquieto.

Mandei uma mensagem pra ela marcando o encontro,torcendo pra que o número ainda fosse o mesmo.Deitei na cama, virando de lado pra finalmente dormir.

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Mariana

Acordei com meu alarme gritando.Hoje tem aula.Droga.Levantei, notando que ainda estava com a mesma roupa do dia anterior.

Fui até o banheiro, tomei um bom banho, lavei meu rosto e escovei os dentes.Me vesti, penteei o cabelo e coloquei meu tênis.Sem paciência pra maquiagem hoje.

Desci as escadas indo até a cozinha, mas parei abruptamente ao ver a silhueta de uma garota virada de costas pra mim, enquanto conversava algo que eu não consegui entender com o Gustavo.Ao notar minha presença, os dois olharam pra mim.A garota me encarou de cima a baixo.

— Quem é essa? — falou mais pra mim do que pro GN, sem desviar o olhar .

— Oi — sorri ao tentar ser simpática — Eu sou a Mariana, e só vim pegar uma fruta — desviei dela ao pegar uma maçã que estava no balcão, e fiz menção de logo sair da cozinha.

— Garota — ela me chamou, me fazendo virar — A maçã.Devolve, é minha — sorriu com puro cinismo ao apontar pra fruta na minha mão.

— Ah, foi mal. — sorri torto, devolvendo a maçã pra ela.

— Você é de luxo?— ela me fitou com um olhar divertido, me subtendendo numa prostituta.

Aquilo era sério? Tipo, eu só apareci na cozinha.Não fiz absolutamente nada e uma completa desconhecida vem querer me atacar.Eu, hein.

— Para de criancice, Vanessa — Gustavo se posicionou entre nós duas, virado pra ela — Já chega querendo armar confusão, namoral, dá não — ele tombou a cabeça pra trás, jogando depois ela pro lado e virando pra mim.

— Quer o quê? — Gustavo me olhou, de cima a baixo também, com seu olhar pervertido que não desmascarava nunca.

— Quero comer — sorri sem mostrar os dentes — Seria possível?— olhei pra ele, que foi até a geladeira pegando uma maçã pra mim.

— Obrigada — agradeci com um sorriso.

— Vai pra escola agora? — Gustavo perguntou.

— Uhum — assenti com a cabeça, colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha.

— Quer que eu te leve? — Gustavo me fitou — Daqui a pouco eu tava indo pra boca mesmo, não é trabalho.

— Eu tô aqui, viu? — a voz esganiçada da tal Vanessa sobressaiu nossa curta conversa.

—Não precisa, relaxa — ajeitei minha mochila nas costas, falando com o Gustavo — Eu vou de ônibus mesmo — andei até a porta, acenando — Tchau pra vocês!

Amor de drogaOnde histórias criam vida. Descubra agora