Julia
Acordei esfregando os olhos e quando abri, estava Bruno dormindo, na minha frente.
Noite passada eu aceitei seu convite pra dormir com ele.Só dormir.Não que eu tenha problemas em avançar de nível, eu nem sou virgem mais, só que a gente só tinha se beijado algumas vezes, não é como se eu gostasse dele ou algo do tipo.Sei lá.
Fiquei encarando ele algum tempo.Peguei meu celular pra verificar o horário.Já se passavam das 9 horas da manhã .
— Bruno — falei baixo, cutucando ele — Acorda.
Ele resmungou alguma cosia, virando pro outro lado.Ri da sua tamanha preguiça.
— A gente vai dar sorte se ninguém tiver acordado ainda.Melhor a gente levantar logo — cutuquei ele de novo, mas sem sinal de vida.Decidi levantar.Prendi meu cabelo num coque mal feito e desci as escadas até a cozinha, ouvindo vozes.Pelo jeito já tinham acordado.Merda.
Mariana
— Gustavo, quem fez essa panqueca fui EU, então EU tenho o direito de comer! — tentava explicar pro GN pela milésima vez o óbvio, enquanto ele ficava com uma cara de emburrado segurando meu café da manhã, enquanto os meninos riam da situação sentados no balcão.
— Porra Mariana mas tu é gulosa memo em, é meu sonho comer panqueca dessa vei, que tu vê em filme tá ligada? Cê é muito usurenta— ele falava parecendo uma criancinha enquanto tentava fugir com meu prato.
— Volta aqui, seu... — parei no meio da frase ao ver a Julia encostada no batente da porta.Ela tinha dormido aqui?
Todo mundo olhou pra ela, de imediato.
— Você dormiu aqui? - cruzei os braços, confusa
— Ihhh que o Bruninho aproveitou pra afogar o ganso — Gustavo riu, mordendo um pedaço da minha comida, enquanto fazia uma dancinha ridícula.
Julia soltou uma risada, assim como Zé, Zureta e Coutinho.Eu estava em choque demais pra ter qualquer reação.
Bruno chegou por trás da Julia e pareceu surpreso ao nos ver também.
— Eaí... — falou andando até a geladeira e pegando uma maçã, evitando contato visual comigo.
— Alguém me explica o que tá acontecendo aqui? — peguei minha panqueca da mão do Gustavo, o que fez ele murmurar uns palavrões — Tipo, vocês dormiram juntos? — os olhei
— Aham.A gente dormiu —Julia deu ênfase na palavra.
Eu e os meninos nos entreolhamos, duvidando de que nada tivesse acontecido.
— Valeu pela panqueca — Gustavo ironizou, piscando pra mim enquanto saía da cozinha.Eu fui atrás, seguindo.
— Hoje você vai me levar pra conhecer tudo por aqui, lembra? — olhei pra ele, enquanto ele colocava sua arma na cintura.Eu tinha comentado sobre isso ontem.
— Sonha mais — riu debochado, saindo de casa.Fui atrás.
— Se você não me levar eu vou sozinha — avisei, fazendo ele parar e revirar os olhos.
— Tu é um saco, sabia? — ele faz uma pausa, parecendo pensativo — Entra no carro.
Sorri e corri até o carro, entrando enquanto ele sentava no banco de motorista.Durante o caminho,ele falava no telefone com várias pessoas das quais eu não tinha ideia de quem eram.
Ele parou o carro, saindo dele rapidamente e eu fiz o mesmo, seguindo seus passos, novamente.
— Tão planejando invasão pro nosso lado, chefe — um homem alto se aproxima de nós, já jogando a bomba no colo.
Gustavo semicerrou os olhos, parecendo não acreditar no que ouvia.
— Como assim, caralho? Não mandei cercar tudo com os seguranças? — ele pareceu ficar nervoso do nada, o que me deu certo medo.
—Culpa nossa não chefia, os vapor que ficaram encarregado desse esquema aí — O outro homem se pronunciou, em sinal de rendição.
— Eu não quero saber, porra! — ele gritou — Tão querendo isso pra quando?
— Boato de que era hoje memo —respondeu, nervoso.
— Tu tá de tiração com a minha cara velho? —seu rosto já estava vermelho de raiva — Espero que cês estejam ligados que se der ruim pro nosso lado cês tão fudidos na minha mão! — ele puxou meu braço com certa força, me puxando pra perto.Doeu.
— Eu vou subir com ela, preparar pro tumulto.Convoca geral, e é pra agora! — GN mandou, enquanto subia, ainda me puxando.
— O que tá acontecendo? — minha voz entregava meu medo enquanto eu tentava não tropeçar nos meus próprios pés.Como assim do nada iam invadir tudo?
Andamos mais um pouco, e eu só conseguia ouvir os palavrões que Gustavo sussurrava.
— Olha pra mim — ele segurou no meu rosto — Tu vai ficar no meu escritório, quietinha, e tu não vai sair de lá até eu mandar.Tá me entendendo? — ele me olhava sério — Não é pra sair de lá, porra.
Eu só assenti com a cabeça.Estava tremendo.Não entendia absolutamente nada.
Ele me levou até sua sala e abriu uma espécie de cofre enorme, cheio de armas.Pegou algo que me parecia um fuzil e grudou mais uma pistola na cintura.
Antes de sair, ele olhou pra mim.Eu parecia uma criancinha assustada.
— Vai ficar tudo bem — ele disse, mais pra ele do que pra mim, e saiu, trancando a porta.
Minutos depois, eu só conseguia ouvir barulhos muito altos de tiro.Eles pareciam cada vez mais perto de mim, e isso me afligia muito.Eu só queria sair correndo dali.Que merda.
Gustavo
A pior parte dessas invasões é o negócio de eu ter na cabeça que não vou conseguir matar ninguém.Esse bloqueio do caralho me amedronta toda vez que a quadrilha rival vem com essas ameaças.
Eu seguia atirando nas pernas, braços, desviando de vários tiros e me protegendo atrás de qualquer coisa.Os muleques matavam sem dó qualquer um que ameaçasse tirar nossa vida.
Me sentia fraco por saber que eu era o chefe deles e tudo que eu conseguia fazer era esquivar pra não morrer e fazer alguns machucadinhos.Eu era um fodido mesmo.
Enquanto ouvia gritos de desespero e atirava fazendo alguns homens caírem no chão, pareci ver um corpo conhecido correndo por entre toda aquela confusão.
— Tão pegando gente gente nossa, caralho! —um dos meus homens gritava
— Tá foda cercar tudo! — ouvi mais gritos
Virei de costas me atentando nos tiros que vinham sem parar, até ouvir um grito alto e três tiros seguidos.
— Gustavo, cuidado! — senti uma perna em choque com a minha, me fazendo tropeçar e cair.Senti um peso no meu corpo.
Só levantei a cabeça a fim de ver a direção daqueles tiros.Eles pararam certeiros no carro que estava atrás de mim.E teriam parado no meio da minha testa, se eu não tivesse ido pro chão naquele segundo.Caralho.
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Amor de droga
أدب الهواة"Tava ligado que o fato da Mariana estar comigo poderia ser muito perigoso pra ela." © Copyright 2019 Todos os direitos reservados. Não autorizo repostagem de qualquer conteúdo presente na obra. PLÁGIO É CRIME. #1 ranking "romance" Wattpad 2019. #...