Capítulo 13

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Mariana

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Mariana

Todos continuavam me olhando com expressões curiosas e minha única reação foi tentar enrolar meu irmão com uma história qualquer.

— Eu fiquei com um cara, lá na boate —brinquei com as batatas fritas na minha frente, tentando não demonstrar nervosismo nenhum.

— Que cara?Nem vi você com ninguém, amiga — Julia comentou e eu olhei pra ela, a repreendendo, de imediato.Ela entendeu e ficou quieta no mesmo instante.

— Também não vi — Bruno se pronunciou — E ele deixou essa marca no teu pescoço aí?Que abusado, carai — me olhou, fingindo descontração.

Dei de ombros e olhei Gustavo pelo canto do olho.Ele achava graça da situação toda.

— E vocês?Não ficaram com ninguém? — pensei rápido, afim de mudar de assunto logo.Não queria que meu irmão desconfiasse de nada.

— Eu fiquei — Gustavo se apressou em responder, rindo, enquanto esfregava suas mãos, com uma expressão pervertida.

Fuzilei GN com o olhar.

— Eu também — Zureta disse animado, de um jeito engraçado — Uma loirinha que ó...

— Peguei mina nenhuma não —Coutinho disse emburrado, parecendo uma criancinha — Essas minas são muito difíceis, cheguei junto numas três e elas nem tchum.Prefiro as da favela que colam comigo sempre.

Rimos dele.

— Eu nem conheço a favela de vocês direito.Só fico enfurnada nessa casa.Eu queria sair, conhecer, ver gente.Sério. — bufo

— Tá querendo pagar de turista na favela, é? — Gustavo ri debochado,me fazendo revirar os olhos automaticamente.

Ele conseguia ser irritante às vezes, e meu corpo estava tão tomado pelo cansaço que me sentia preguiçosa até em relação a uma discussão besta com o engraçadinho na minha frente.

— Eu vou dormir — decido, terminando meu lanche e colocando as caixinhas dentro do saco de papel, levando pro lixo da cozinha — Boa noite pra vocês — grito, mandando beijo pros que ficaram na sala.

Subi, tomei um banho e coloquei um pijama confortável.

Julia

Bruno e eu tínhamos ficado aquela noite.O negócio é que ninguém sabia, e nem poderia, muito menos a Mariana.Sei que é errado esconder algo assim da minha melhor amiga, mas não queria que ela criasse expectativas em cima de algo que não existe.

A questão é que eu não consegui me controlar ao perceber que a Mari tinha ido no banheiro e o Bruno não parava de me encarar.Mesmo não admitindo, eu adoro a sensação que a companhia dele me trás e nosso beijo não é de se jogar fora mesmo.

Depois de irmos pra um canto qualquer daquela boate enorme, trocamos alguns beijos rápidos, só pra matar a vontade mesmo.

E agora lá estávamos nós, sentados no sofá com os meninos fingindo que nada aconteceu.

— Eu saio com ela amanhã po, mas cê tá ligado que ela vai odiar o lugar né? —despertei dos meus pensamentos quando ouvi Coutinho falando.

— Ela só quer se familiarizar com o morro, mano. — Bruno explicou.Acho que eles estavam falando sobre a Mariana conhecer a favela.

— Acho uma boa ideia que vocês mostrem pra ela como tudo funciona aqui — me intrometi no assunto —Curiosa do jeito que a Mari é, se vocês não apresentarem ela vai fazer questão de conhecer tudo sozinha — opinei

Continuamos conversando sobre aquilo e quando nos demos conta, já se passavam das quatro da manhã.Os meninos tinham ido embora e Gustavo tinha subido pro seu quarto, pra dormir.

— Tá tarde, né — Bruno comentou, e logo após coçou a nuca, virando um pouco a cabeça pro lado pra me olhar — Cê quer dormir aqui?

Amor de drogaOnde histórias criam vida. Descubra agora