X Cap. 72, Malena X

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Malena: Já comemos,bebemos,agora vamos acabar logo com isso. -ele assente,levando a xícara com café até a boca.
Luan: Primeiro,vamos dar indícios de uma possível volta. Jantares como esse,programinhas bregas e chatos de casal,até que na festa de aniversário do meu pai,que será em duas semanas,anunciaremos nossa volta,já como noivos. -engulo seco.
Malena: Não acha muito corrido,ainda mais para um noivado?
Luan: Se alguém questionar,justificamos que não queremos perder tempo,ou que simplesmente ninguém tem nada a ver com a nossa vida. -assinto.
Tenho alguma escolha?
Malena: E o contrato?
Luan: Já mandei providenciar,mas como a Mariá ficou puta comigo,pode ser que ela demore só de pirraça. Então assinaremos semana que vem,na minha casa.
Malena: Quem mais sabe disso?
Luan: Só nos dois,Mariá e Nonato,um funcionário em quem confio. Você precisará de um advogado também,é de praxe nessas situações. Tem que ser alguém da sua confiança.
Malena: Já tenho alguém em mente.
Luan: Posso saber quem?
Malena: Se eu te contar tudo perde a graça,Luanzinho. -debocho usando as mesmas palavras que ele e sua expressão endurece.
Luan: Que seja. Só para lembrar que isso não pode vazar em hipótese alguma. Não ficaria bem para minha imagem,muitos menos para sua. O pensariam se soubessem que a dra. Malena Poncino precisou se vender,para que a família não perdesse sua fonte de renda? -engulo o nó da garganta.
Doeu ouvi-lo falar isso. Não sei se por saber que ele me vê como uma vendida,ou por concordar. Mas que escolha eu tinha?
Respiro fundo e não deixo ele perceber que me abati,se for para chorar,será embaixo do cobertor,com o travesseiro como única testemunha.
Malena: E o casamento?
Luan: Anunciaremos no noivado da Bruna. E logo que os papéis ficarem prontos,assinamos,no cartório mesmo. Não quero correr o risco de ser deixado de novo. -diz amargo.

X Cap. 73, Luan X

Malena: Meu pai vai querer saber mais sobre a obra e as outras questões.
Luan: Tudo começa semana que vem. Um dia após assinarmos o pré-nupcial. Depois,quando o Cairo começar a me pagar,eu te passo o dinheiro e você arruma um jeito de devolver. -ela nega,me fuzilando.
Malena: Você vai aceitar cada centavo e,se eu tiver sorte,vai se engasar para nunca mais me chamar de vendida. -diz amarga.
Luan: Se você quer me deixar mais rico,eu agradeço! -rio com deboche,sabendo que vou irritá-la.
Malena: Isso é tudo?
Luan: Por enquanto,sim.
Malena: Ótimo! -levanta o braço,chamando o garçom.
Luan: O que está fazendo?
Malena: Vou pagar a conta. Embora você tenha me comprado,eu tenho o meu próprio dinheiro. -ironiza.
Vale ressaltar que essa petulância é excitante demais,são poucos os que tem  coragem de me enfrentar. Mal sabe ela que essa atitude só torna tudo mais instigante.
Porra de mulher sexy do caralho.
Garçom: Pois não,senhora?
Malena: Senhorita. -corrige educadamente- A conta,por favor.
O homem me olha e eu aceno,fazendo-o sair.
Malena: Que merda você fez agora?
Luan: Eu sou sócio,eles não cobrar nada do dono de metade disso aqui.
Malena: Chega! Já tive uma dose muito grande desse novo Luan por hoje. -ela levanta,revirando os olhos e sai.
Embora caminhe muito rápido,para quem está com um salto enorme,consigo alcançá-la,praguejando ao lado do carro.
Malena: Hoje,definitivamente,não é o meu dia. -chuta o pneu furado e eu seguro o riso.
Sei o quanto essa baixinha fica perigosa quando está tomada pela raiva.
Luan: Te dou uma carona,vem? Amanhã mando meu motorista vir trocar o pneu e depois levar na sua casa. -ela me olha atravessado.
Malena: Prefiro ir de uber. -diz pegando o celular na bolsa.
Luan: Nunca que eu vou deixar você se expor a um perigo desses. -me encara com um misto de dor e esperança nos olhos.

X Cap. 74, Malena X

Malena: Como se você se importasse. -digo,louca para ouvir que sim.
Sou idiota,né? Eu sei! Mas sei também que meu menino pode estar aí dentro,perdido em algum lugar. E tenho a esperança de,um dia,reencontrá-lo.
Luan: Se não querer que você seja raptada,abusada e depois morta,for me importar,talvez eu me importe sim. -controlo o riso bobo,que tenta nascer em meu lábios.
Luan se aproxima mais e acaricia minha cintura. Seu toque é tão bom,tão íntimo e familiar.
Luan: Entra no meu carro,vai. Por favor! -busco seu olhar e quando eles se encontram,a vontade de beijar sua boca é enorme,mas antes que eu possa tentar ele se afasta e entra no veículo.
Faço o mesmo e vamos o caminho sem trocar nenhuma palavra.
A noite estrelada não me representa,aqui dentro está tudo nublado e frio.
Luan: Amanhã eu mando o Nonato trazer seu carro. -diz quando estaciona na porta da minha casa.
Malena: Obrigada! Nos vemos no sábado.
Luan: Um casal apaixonado deveria se ver mais vezes na semana. -debocha.
Malena: Acontece que não passamos de desconhecidos que não se gostam muito. E sim,eu estou usando de eufemismo. -rio sem humor- Só me pergunto,o que você fez com o cara sensacional que eu amava? Ele jamais me trataria assim. -meus olhos marejam e eu abaixo a cabeça.
Ele segura a ponta do meu queixo,fazendo-me encará-lo. Mais uma vez,ficamos na nossa intensa troca de olhares. Sua mão entra em meu cabelo e paro de respirar,quando seus lábios tocam os meus.
O coração bate tão rápido e forte,a ponto de doer.
Sua língua atrevida pede passagem e eu prontamente concedo,me rendendo ao nossos beijo lento e gostoso. Suspiro,quando ele aperta minha nuca,acelerando o ritmo.
Um calor gostoso percorre meu corpo,onde suas mãos passeiam e as minha entram por baixo da camisa,arranhando seu abdômen definido.
Ele resmunga quando,com uma mordinha no lábio inferior,finaliza nosso contato.

X Cap. 75, Malena X

Abro os olhos e analiso o homem em minha frente. Ainda estamos perigosamente perto,com as respirações ofegantes conectadas e as mãos no corpo um do outro.
Luan está corado,com os lábios vermelhos e inchados e cabelo um pouco bangunçado. Incrivelmente lindo e sexy!
Tento grudar nossas bocas novamente,mas ele se afasta.
Luan: Só te beijei,porque sua mãe estava olhando,na varanda. Tem que ser convincente,lembra? -diz sem me olhar,arrumando a camisa.
Malena: Claro! -passo a língua nos lábios- Até sábado! -sem esperar resposta,saio do carro.
Foi tão bom,tão familiar. O mesmo gosto,a mesma forma de conduzir,a mesma sensação de estar flutuando.
Encosto a cabeça na porta,após fechá-la.
Ele parecia tão entregue,como pode fingir tão bem?
Consuelo: Como foi o jantar? -me assusto,quando vejo-a vir da cozinha.
Espera! Ela não estava na varanda há menos de dois minutos?
Malena: A senhora estava na varanda do seu quarto? -ela faz careta.
Consuelo: Não viu que eu vim da cozinha? -ri.
Malena: Isso é serio,mãe. Não mente para mim.
Consuelo: Me respeita,menina! Estava fazendo um chá para o seu pai. A azia dele atacou de novo,tadinho. -não controlo o sorriso bobo.
"Então,parece que um senhor Durão queria mesmo era te beijar,mas deu uma desculpa esfarrapada para não perder a pose. Que feio,Luanzinho!" -minha consciência ironiza.
Malena: O Luan aceitou seu convite. -ela não esconde a felicidade.
Consuelo: Vou fazer aquele suflê de queijo com legumes,que ele adora. -assinto.
Malena: Ele vai gostar muito! Vou dormir. Boa noite. -beijo sua testa.
Consuelo: Vocês estão se acertando?
Malena: Nos conhecendo de novo. -subo as escadas e quando entro no quarto,me jogo na cama.
Malena: Ah,branquelo! Eu ainda vou te achar embaixo daquela casca dura e,quem sabe,Deus ainda tenha algo bom reservado para nós dois. -sussurro,passando a ponta dos dedos nos lábios.

X Cap. 76, Luan X

Completamente perdido. É como eu me sinto depois desse beijo.
Vê-la tão vulnerável,me fez abaixar a guarda de uma forma imprudente,que eu não posso mais deixar acontecer!
Dirigi sem rumo por um tempo e depois liguei para o Nonato,chamando ele para beber na casa de Madame Lurthom. Tudo que eu preciso agora é de uma distração para dissipar as emoções dessa noite.
{...}
Luan: ...E ela saiu do carro praticamente correndo. -termino de contar o ocorrido.
Nonato: E foi bom? -bebe seu drink,enquanto me analisa.
Luan: Melhor do que eu lembrava. -rimos.
Nonato: Você 'tá' muito animadinho para quem acabou de beijar uma pessoa que odeia. -ri malicioso.
Luan: Nem começa,negão. A Malena estava a tentação em pessoa e eu não sou de ferro. -dou de ombros- Afinal,na faculdade do ódio,tesão é componente curricular do primeiro ao último semestre. E foi puro tesão. Apenas. -bebo o resto de whisky em um só gole.
Nonato: Se é nisso que quer acreditar. -dá de ombros.
Madame: Meus clientes preferidos! -nos cumprimenta com um beijo- Nunca mais vieram aqui.
Luan: Muito trabalho!
Madame: Tem uma menina nova,no perfil que você gosta. -diz empolgada.
Luan: Hoje vou ficar só olhando o show e bebendo.
Madame: Se mudar de ideia,é só me falar. -assinto e ela volta a circular pelo salão.
Nonato: Beija a ex,recusa sexo profissional. Quem é você e o que fez com meu amigo?
Luan: Cala a boca! -soco seu ombro de leve- Não estou com vontade,qual o problema?
Nonato: Aposto que se fosse com a Malena,a vontade aparecia rapidinho. -reviro os olhos.
Luan: Vai se foder,cacete! A única coisa que eu sinto por Malena é sede de vingança,entendeu? -ele assente,segurando o riso.
Era madrugada quando cheguei em casa. Foi difícil dormir. A cada vez que fechava os olhos,ainda conseguia sentir seu gosto em minha boca,seu toque leve e quente em minha pele e o cheiro bom grudado em meu corpo.
Inferno!

Linha Tênue.Onde histórias criam vida. Descubra agora