X Cap. 63, Luan X

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Malena: Você é quem está completamente perturbado! Acha mesmo que eu vou me submeter a isso? -ri nervosa.
Seus olhos já estão marejados e o pele de meu rosto queima,no lugar do tapa.
Luan: Quais outras opções você tem? -dou de ombros,sentando em minha poltrona.
Malena: Foda-se as minhas opções! O que importa é que eu não vou ceder a esse seu joguinho nojento e sádico. -pega a bolsa e vai em direção a porta.
Luan: Malena?
Malena: O que é,cacete? -me olha irritada.
Luan: Vou te dar um tempo para pensar. Você tem até amanhã,às 11h,para me dar uma resposta. Tudo tem que acontecer em absoluto sigilo,então se não quiser estragar a única chance de reerguer seu patrimônio,não conte a ninguém. -balanço a caneta entre os dedos.
Malena: Vai para o inferno! -sai,batendo a porta com toda força.
Rio,quase sentindo o gostinho da vitória.
Nonato: Como foi? -entra sem bater e nem me importo.
Hoje,nada será capaz de estragar meu estado de satisfação.
Luan: Como eu esperava. Ela ficou raivosa. Está assustada,óbvio,mas vai voltar. E,então,a terei em minhas mãos e garantirei que sofra tudo o que me fez passar. -levanto e fito a Santa Casa.
Nonato: E se ela não aceitar? -senta relaxado na cadeira.
Luan: A Malena está encurralada,sem muitas opções e,de longe,aceitar minha proposta é o mais vantajoso. Eu a conheço,pelo legado da família e o amor pela medicina,ela vai concordar. -rio e ele nega com a cabeça.
Nonato: Essa mulher deve ter feito um estrago grande,para você odia-la tanto assim.
Luan: Eu a amei mais que tudo,Nonato. Fui o melhor dos homens e,na primeira oportunidade,ela não hesitou em me apunhalar pelas costas. Ela acabou comigo,negão. Tirou de mim o que um homem tem de mais precioso,a capacidade de amar. -respiro fundo,sentindo o coração apertar.
Nonato: E a de perdoar? Dizem que o perdão traz paz.
Luan: Ser o cara bonzinho só me trouxe dor,mágoa e decepção. Malena merece isso.

X Cap. 64, Malena X

Saí da construtora completamente desnorteada. Sentindo um misto de dor,culpa e muita decepção.
Como um homem tão bom,doce,gentil,justo e honrado pode ter se tornado um ser humano tão desprezível?
Capaz de usar um acidente,que pode ser a ruína da minha família,para por em prática um joguinho de vingança.
Passei horas dirigindo pela cidade,tentando achar alguma solução,que não seja entregar minha cabeça em uma bandeja a Luan.
Sabe? Eu não sei o que está doendo mais agora. Se é amá-lo tanto ainda,ou ter a consciência de que tenho uma enorme parcela de culpa em sua transformação.
Estocionei na garagem de casa e depois de passar uma base,para disfarçar a cara de choro,entrei.
Consuelo: Meu Deus,Malena! O que deu em você para sair tão cedo sem avisar e ainda não atender o celular? -reclama,vindo da cozinha.
Malena: Desculpa,mãezinha. Eu precisava de tempo sozinha e desconectada,para tentar achar alguma solução. -suspiro,deixando a bolsa sobre o sofá- Cadê o pai?
Consuelo: No escritório,Amarildo veio trazer os documentos com o valor da indenização que teremos que pagar ao funcionário acidentado e ele se trancou lá.
Malena: Vou falar com ele. -ela assente.
Bati na porta do escritório,ouvindo meu pai falar um "entra". Foi o que eu fiz.
Papai está atrás de sua mesa,com os olhos vermelhos e um copo de whisky na mão. A garrafa pela metade,faz eu acreditar que ele não começou a beber agora e meu coração aperta só de imaginar os motivos.
Malena: Posso saber o que te levou a quase secar uma garrafa de Bourbon antes do almoço? -tento ser engraçada,mas ele não ri.
Cairo: A indenização que a justiça estipulou foi muito maior do que eu imaginava.
Malena: Meu Deus! -me sirvo também e o acompanho na bebida.
Cairo: Calma,que ainda piora. -ri sem humor- A companhia médica ainda quer comprar o hospital,mas devido aos enormes gastos que terão,eles querem 99% das ações. É o nosso fim. -nego com a cabeça.
Malena: Não vou deixar isso acontecer. A Santa Casa de Misericórdia Evaristo Poncino,não deixará de ser nossa e muito menos nosso legado será entregue a abutres que só visam lucro. Prometo! -beijo sua testa.

X Cap. 65, Luan X

Mariá: Mandou me chamar? -entra,depois de bater na porta.
Luan: Mandei sim. Preciso que faça contrato pré-nupcial,vou mandar os termos para o seu email,está tudo bem explicado. Só preciso que você faças os trâmites legais e transcreva para o "juridiquês". -Nonato escuta tudo em silêncio.
Mariá: Pensei que a Bru e o Tales iam querer fazer o contrato deles juntos. -ri,pegando um chocolate dentro do frigobar.
Luan: Não é para eles,é para mim! -rio,ao ver sua cara de espanto.
Mariá: Oi? O que perdi? -faz careta.
Luan: Quando ler o email vai entender. -digo,antes que ela comece a me encher de perguntas.
Mariá: Se for alguma brincadeira,vou dar na cara dos dois. -rimos.
Depois de pegar mais um chocolate,Mariá sai praticamente correndo.
Nonato: Ela vai pirar! Você sabe,né? -assinto.
Luan: Já estou preparado para a explosão.
Nonato: Deveria ter contratado um advogado fora da empresa,envolver uma amiga da Malena nisso,talvez não tenha sido algo inteligente. -alerta.
Luan: Ela minha melhor amiga e eu não confio em mais ninguém além de vocês dois. Se isso vazar,não será bom para minha imagem,consequentemente para empresa.
Nonato: E se a sua futura esposa te expor?
Luan: Ela tem muito mais a perder que eu,negão! -jogo a caneta na mesa,terminando de assinar a planilha de cálculos e desenhos do resort no Nordeste.
Esse é um dos maiores projetos da construtora e eu estou fazendo questão de acompanhar todas as fases.
Luan: Tem alguma notícia do homem que se feriu na explosão? -engulo seco.
Apesar de tudo,essa culpa pesará em coração até que eu tenha certeza de que tudo ficou bem com ele. Embora a minha sede de vingança seja quase incontrolável,todas as coisas nesse mundo precisam de limites.
Nunca me perdoaria se tivesse o sangue dele nas mãos.
Nonato: Saiu do CTI e já respira sem a ajuda de aparelhos.
Luan: Graças a Deus! -solto o ar dos pulmões.

X Cap. 66, Luan X

Luan: Já providenciou para que o dinheiro chegasse até a família? -ele assente.
Nonato: Muito discretamente,eles receberão uma gorda doação anônima ainda hoje.
Luan: Ótimo! O cara é arrimo de família e eu não quero que falte nada para a eles.
Mariá: Luan Rafael Domingos Santana,qual a doença mental que você tem e ainda não foi diagnosticada? -invade minha sala,vermelha de raiva.
Luan: Maíra,deixa eu explic..
Mariá: Isso é doentio! Meu Deus! Aquelas cenas de "ex civilizado" era tudo encenação? Que tipo de pessoa é você? -esmurra minha mesa,com os punhos cerrados.
Nonato: Se controla,Maíra.
Mariá: Fica quieto,Nonato! Aposto que você é conivente com tudo isso. -anda de um lado para outro- Não sei se é inocência ou idiotice achar que a Malê vai aceitar,ou que eu compactuarei com isso. -ri debochada.
Levanto,decidido a acabar com o showzinho da minha amiga.
Luan: Ela vai aceitar,porque não tem uma opção melhor e você vai redigir o contrato,porque é minha funcionária e eu te dei uma ordem. -ela me olha boquiaberta.
Mariá: Então vai ser assim? Nossa relação vai se reduzir a patrão e empregada?
Luan: Você é minha melhor amiga,mas não tem o direito de me julgar. Fui eu que tive o coração partido,fui humilhado e sofri o pão que o diabo amassou por ter perdido o meu amor. Ninguém sabe como eu me sinto. -ela nega com a cabeça.
Mariá: Eu tenho pena de você. Está claro que ainda ama a Malê,mas prefere perder tudo de bom que poderiam viver,se escondendo atrás dessa sujeira,por medo de se entregar novamente. -suas palavras me desestabilizam- Amanhã o contrato estará pronto na sua mesa. Mais alguma coisa,vossa majestade? -ironiza.
Luan: Não debocha,Mariá!
Mariá: A partir de hoje,é doutora Mariá para você. Com licença. -sai batendo a porta.
Luan: INFERNO! Ela não podia ficar do meu lado,como você?
Nonato: Ela é amiga da Malena,dá um desconto. Depois vocês fazem as pazes.

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