X Cap. 257, Aretha X

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Aretha: Pronto! -ele se joga no sofá.
Luan: Obrigada,Aretha! -se ajeita,recostando no encosto do sofá- Eu pensei que você era só uma patricinha mimada,mas tu é gente boa! -ri cansado.
Aretha: E posso ser ainda melhor. -sento em seu colo,com uma perna em cada lado de seu corpo- Basta você deixar. -raspo meu nariz na lateral de seu rosto.
Luan: Aretha...
Aretha: Relaxa e curte o momento,Santana. -tento beijá-lo,mas ele vira o rosto.
Luan: Você está confundindo as coisas,Aretha! -levanta com dificuldade- Eu sou grato pela ajuda,mas não vai rolar. Sou casado e amo a minha mulher. -cerro os punhos,tentando dissipar toda minha raiva.
Ninguém diz não a Aretha Duarte Molina e o Luan já fez isso duas vezes. Não posso deixar barato e já até sei o que fazer,para arruinar essa vidinha de comecial de margarina que ele e a sonsa da Malena gostam de exibir.
Aretha: Desculpa. -forço um riso e ele assente.
Luan: 'Vô' subir,quando sair bate a porta. -dá as costas e sobe as escadas cambaleando.
Olhei em volta,procurando o escritório,e não foi difícil achar.
Recolhi os papéis espalhados pela mesa e chão e ri,enquanto algumas lágrimas de raiva molhavam minhas bochechas.
Aretha: Você pode até não me querer,mas cortarei pela raiz todas as chances de você voltar para sua amada esposa. -dobrei os papéis,colocando na bolsa.
Bati a porta do carro,sentindo o sangue fervilhar na veia e disquei o número de Guilherme,o maior fofoqueiro que eu conheço.
Aretha: Querendo um furo de reportagem,que vai abalar as estruturas de São Paulo?
Guilherme: Sempre! -ri do outro lado da linha.
Aretha: Me encontra lá em casa,em vinte minutos. Temos uma denúncia para fazer! -ri,antes de desligar.

X Cap. 258, Luan X

Acordei com toques nada educados na campanhia e senti,imediatamente,os efeitos da ressaca.
Luan: JÁ VAI! -grito descendo as escadas e me arrependo,ao sentir a cabeça latejar.
Abri a porta e me surpreendi ao ver três agentes da Polícia Civil.
Agente: Senhor Luan Rafael Domingos Santana?
Luan: Sim. Em que posso ajudar?
Agente: Queira,por favor,nos acompanhar até a delegacia.
Luan: Posso saber pelo quê? -franzi a testa.
Ele assente e me entrega o mandado. Engoli seco,sentindo o coração acelerar. Não acredito que a Malena teve coragem de me denunciar. Agora mesmo que a minha vida acabou!
Luan: Vou ligar para a minha advogada.
Agente: Na delegacia. -indica para que eu saia.
Abaixei a cabeça e enquanto eles me conduziam até a viatura,senti os olhares dos vizinhos queimando sobre mim.
Nem essa humilhação,conseguiu me afetar mais do que pensar na rejeição da minha família.
Na chegada da Delegacia,a quantidade de repórteres me assustou e só consegui entrar com a ajuda dos policiais.
Deus,isso não pode estar acontecendo! Eu já posso acordar desse pesadelo.
Luan: Posso fazer minha ligação agora?
Agente: O delegado quer conversar com você.
Luan: Não vou falar nada sem a presença da minha advogada. -assente.
Agente: Ok,você pode usar aquele telefone. -aponta para o "orelhão" atrás de mim.
No segundo toque ela já me atendeu.
Luan: Mah,eu 'tô' n..
Mariá: Que merda você fez da sua vida,Rafael?
Luan: Como você sabe?
Mariá: Está em todos os sites,Luan. As ações da empresa estão caindo e seus pais já me ligaram. Em que delegacia você está?
Luan: Na décima quinta. -engulo o nó formado em minha garganta.
Mariá: Em vinte minutos eu chego aí,não fala nada com ninguém. -me despedi e desliguei.
Luan: Não acredito que a Malena foi capaz de fazer isso comigo. -sussurro,sentindo o amargo da decepção.

X Cap. 259, Malena X

Kiara ter passado a noite aqui ajudou muito,mas foi devastador acordar e não ter Luan do meu lado,ou encontrá-lo fazendo nosso café na cozinha.
Senti saudades de reclamar por ele ter deixado o chuveiro no modo de água fria,ou de estar me atrapalhando enquanto tento fazer o deliniado sem deixar torto. A falta é tão assustadoramente grande e não faz nem vinte e quatro horas que estamos separados.
Malena: Você vai superar isso. Foca nos seus bebês e no trabalho. -digo ao reflexo abatido no espelho do banheiro.
Voltei para o quarto e revirei os olhos ao ver minha amiga ainda deitada.
Malena: Acorda,Pretinha! Temos que chegar no hospital em trinta minutos. -bato em sua bunda.
Kiara: Daqui a pouco,Malena! -resmunga.
Malena: Vou tomar café,não demora. -pego a bolsa,o jaleco e saio.
Nas escadas,já ouvi meus pais cochichando algo e só entendi que eles estavam discutindo,quando entrei na cozinha e vi meu pai vermelho como um pimentão,andando de um lado para o outro,enquanto mamãe parecia decepcionada.
Cairo: Foi por isso que você chegou naquele estado ontem,não foi? -me entrega o tablete e meu coração dispara ao ler a manchete.
"Empresário da construção civil é preso por incendiar hospital do sogro."
Malena: Ele está preso? -minha voz sai embargada- Como?
Cairo: Não sei,mas quando ele sair de lá terei o prazer de arrancá-lo o fígado com as próprias mãos. -esmurra a mesa.
Consuelo: Pelo amor de Deus,Cairo! Ele é o pai dos nossos netos. -me abraça e eu só consigo deixar as lágrimas caírem em silêncio,completamente paralisada.
Cairo: Eu prefiro ter netos órfãos,a filhos de um criminoso.
Malena: Não fala assim! -meu tom sai mais alto do que eu queria e ele me olha surpreso.
Cairo: Você vai defender esse patife? Fique sabendo que terá que escolher entre ele e eu,não vou tolerar esse homem na nossa família. -diz com ódio.
Consuelo: CALA A BOCA,CAIRO! -me aperta mais em seus braços.
Malena: Ai,não! -gemi ao sentir uma pontada no ventre e o líquido viscoso descer por minha coxa- Meus filhos,mãe.

X Cap. 260, Malena X

Cairo: Me desculpa,princesa! -corre para me segurar,enquanto sinto minhas forças esvairem e a dor aumentar.
Consuelo: Vai ligar o carro. Agora! -ele sai apressado.
Malena: Eu não quero perder meus bebês,mãe. -choramingo.
Consuelo: Não vai,meu amor. Eu prometo! Mas agora tenta ficar calma,nós já vamos para o hospital.
Kiara: Meu Deus! O que está acontecendo aqui? -se espanta ao ver o sangue manchando minha roupa.
Malena: O Luan 'tá' preso,Ki! Liga para o Nonato ir lá ajudar ele. -peço chorando.
Kiara: Não pensa nisso agora. -alisa meu cabelo.
Consuelo: Me ajuda a levar ela para o carro. -elas me ajudam a levantar,mas logo papai volta e me leva até o automóvel.
Meu pai fez o caminho inteiro em alta velocidade e em menos de dez minutos,estávamos entrando na emergência da Santa Casa.
Malena: Bipa a Eslaine,ela tá de plantão hoje. -gemi e a enfermeira assentiu.
Cairo: Me perdoa por ter dito aquelas coisas,princesa. -beija minha testa- Esquece tudo! Eu te apoio no que decicidir.
Malena: O que importa agora é meus filhos ficarem bem,pai. -fungo.
Eslaine: O que houve?
Malena: Acho que eu 'tô' perdendo meus filhos,Lane.
Eslaine: Eu vou levá-la para fazer alguns exames. Quem vai acompanhar?
Consuelo: Eu!
Eslaine: Assim que tivermos alguns resultado,venho falar com vocês. -arrasta minha cadeira até a sala de exames da maternidade.
Com dificuldade,deitei na maca e mamãe apertou minha mão.
Eslaine: Prepara o soro com os estabilizadores e conecta ela. -diz a enfermeira- Malê,as dores são de cólicas ou contração?
Malena: Eu não sei! -volto a chorar.
Eslaine: Respira,amiga. Sei que é difícil,mas tenta pensar tecnicamente. -respiro fundo.
Malena: A dor é constante,então é colica.
Eslaine: Isso é ótimo. Vamos ver como eles estão. -liga o aparelho de ultrassom e meu coração dispara.

Linha Tênue.Onde histórias criam vida. Descubra agora