Your world is my world | Drugs and Love (Quinta Temporada)

Acabei Unindo Feridas

Estava sentada em um dos bares da minha boate, tive duas reuniões com o papai por aqui e assim que ele foi embora disseque precisava ficar para acertar algumas coisas a mais, menti e apenas me sentei na banqueta do bar para beber até eu conseguir me concentrar em alguma coisa.

Eu fugi do olhar do meu pai a manhã e a tarde toda, eu estava devastada e sentindo que eu iria gritar assim que eu encontrasse mais um momento difícil de encarar.

Nos últimos dias eu não estou conseguindo aguentar. Desde que eu sai daquele hospital e cheguei no meu apartamento eu somente senti que todos os problemas do mundo caíram nos meus braços.

- Madison e Christian me convidaram para almoçar, você não quer vim? - Gamora disse se aproximando de mim e se debruçando na bancada do bar.

- Eu não estou com fome - Respondi baixo enquanto olhava para o copo de whisky na minha frente e passava o dedo por ele - Pode ir, as reuniões de funcionários já acabou e pode ficar dispensada, volte apenas para abrir amanhã e se preparar para o final de semana.

- Tem certeza? - Gamora perguntou desconfiada - Nos últimos dias você anda tão para baixo, não come e eu só te vejo bebendo, você nem deu risada da minha última palhaçada - Ela diz baixinho - Eu já respondi que o Christian não quebrou o seu braço quando eram crianças - Ela estava mesmo preocupada - Você está evitando tantas pessoas . Está tudo bem, Care?

- Eu só preciso de um tempo para conseguir ficar sozinha e me sentir melhor outra vez, Gamora - Respondi baixo e dei mais um gole na minha bebida.

- Care, se você estiver assim pelo Wesley... - Gamora disse pegando em minha mão e suspirando enquanto olhava nos meus olhos - Apesar de todos os erros que eu soube da parte dele, eu sempre enxerguei nos seus olhos que ele é completamente apaixonado por você e está na mesma situação. Eu não sei se você precisa dele mas se o seu coração gritar ainda mais, a vida tende a ser mais dolorida.

Respirei fundo e as lágrimas já estavam começando a surgir.

Gamora me fez se sentir ainda pior.

- Eu não preciso do Wesley - Menti duramente e fechei meus olhos - E mesmo se eu precisasse, eu não voltaria. Além do mais, ele jamais iria me querer de volta - Sussurro - Eu já sei que realmente colocamos um fim em tudo o que construímos ou pensamos em construir.

- O que você está falando? - Gamora perguntou confusa - Eu não entendi. Aconteceu mais alguma coisa, Care?

- Nada - Respondi seriamente abrindo meus olhos e a encarando - Saía com o Christian e a Madison, quem sabe em uma próxima eu esteja com vocês.

Gamora balançou a cabeça assentindo carregada de desconfiança e pena de mim mas se obedeceu. Eu terminei meu terceiro copo de whisky e senti todo o meu corpo fraco. Eu não aguentaria dirigir. Dispensei alguns seguranças e outros funcionários, Drake ficou de fechar a boate para mim e eu fui até o estacionamento me sentindo um pouco tonta.

Respirei fundo diversas vezes enquanto destrancava o meu carro e tentei abrir a porta. Assim que consegui, entrei no carro e me joguei no banco, coloquei minha bolsa no banco do passageiro e coloquei a chave no contato. Suspirei e liguei o carro.

Dirigi para nenhum destino me afastando cada vez mais para longe do centro da cidade, apertava as mãos no volante e meus olhos estavam inchados de tão pesados ao passar mais algumas noites chorando. Eu acelerei ainda mais, corri e não olhei para mais nada que não seja a estrada na minha frente.

Reduzi assim que estava próxima da fronteira, joguei o carro no acostamento e desci do mesmo em seguida puxando minha bolsa comigo.

Só tinha árvores altas e uma estrada sem visão nenhuma, algumas pedras e no meu lado direito encontrava uma vista para o mar. Eu lembro de ter passado por aqui com o último carregamento de drogas e ando até uma das pedras me sentando pegando o meu celular da bolsa, fechei os olhos e senti a brisa forte dos ventos.

Abri meus olhos e desbloqueio meu celular, entro na minha agenda e procuro pelo número do Michael. Era impossível ele me atender. Mas, eu tinha que tentar.

Assim que começou a chamar eu senti meu coração batendo cada vez mais rápido e em seguida caiu na caixa de mensagens.

- Você provavelmente não acreditaria em mais nenhuma palavra que saísse de mim - Murmurei gravando uma mensagem para ele - Mas, tudo bem Michael. Me encontre de uma vez por todas e acabe com isso. Eu não aguento mais. Eu sei que você está por perto, você acha que eu não percebo os seus homens circulando cada vez mais perto do meu apartamento e dos caminhos que eu faço no dia. Apareça e acabe com isso.

Enviei a mensagem e guardei o celular no bolso, olhei para a paisagem na minha frente e meus pensamentos se perderam novamente.

Eu passe uma semana inteira tentando tirar isso de dentro de mim. Eu não conseguiria falar com o médico na próxima semana. Eu sou uma covarde. Que tipo de mãe eu seria? A pior de todos. Esse bebê não merece.

Eu gostaria de acabar com isso.

Senti uma mão no meu ombro e eu rapidamente gritei me assustando, me levantei e encontrei o Wesley assim que me virei.

- O que? O que está fazendo aqui? - Perguntei confusa o encarando perdida.

- Eu vi o estado em que você saiu da sua boate e fiquei com medo de você sofrer um acidente - Ele respondeu com a voz baixa me olhando ainda mais perdido para mim - Eu te segui. Meu carro está estacionado em poucos quilômetros daqui.

Dei dois passos me afastando dele.

- Pare! Pare com isso! - Gritei sentindo as lágrimas molharem o meu rosto - Pare de querer cuidar de mim! Eu não preciso de você. Eu quero te esquecer, Wesley. Me esqueça também!

Quando Wesley pensou em me responder, nós escutamos o barulho forte de motores e pneus derrapando na pista próxima de nós. Me virei rapidamente passando as mãos pelo meu rosto e uma BMW preta estacionou perto do meu carro, Michael saiu do carro e em seguida seus homens também.

Seus olhos estavam em fúria e ele sacou o revólver caminhando até a minha direção.

Eu não sabia ao certo como respirar.