Não É Só Do Seu Jeito

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- Caroline - Sinto as mãos do Wesley tocando os meus ombros - Amanheceu, já estamos chegando no aeroporto.

Abri meus olhos lentamente encontrando ele com a mão esquerda no volante e com a livre tocando em mim para conseguir me acordar.

- Você dormiu? - Perguntei baixinho me arrumando no banco e tirando um pouco o cinto que me incomodava.

- Não - Ele respondeu - Dei algumas voltas com o carro e em seguida parei um lugar seguro, vi que já estava prestes a amanhecer e voltei a dirigir para o aeroporto - Ele completa - Está com fome?

- Um pouco - Respondi e tento me espreguiçar, me viro para trás e pego a minha mochila no banco.

Abro a mesma, pego a minha cartela de vitaminas e uma garrafinha de água que deixei no bolso ao lado, tomo as mesmas e em seguida guardo tudo e retiro minha pomada, pego o meu celular e desligo para ficar fora de área, Wesley já deve ter feito o mesmo e eu encosto a cabeça na janela esperando para ele parar em algum lugar.

- Compramos café no aeroporto enquanto esperamos o embarque - Ele diz e eu balanço a cabeça assentindo - Você não vai passar a sua pomada?

- Quando nós chegarmos e você descer do carro - Disse me referindo ao fato que eu não quero que ele olhe para o meu corpo e para as minhas cicatrizes.

Ele balançou a cabeça assentindo, em menos de uma hora enquanto estávamos ouvindo musicas em uma rádio qualquer chegamos no aeroporto e Wesley levou o seu carro até um dos estacionamentos particulares de sempre que eles deixavam o carro guardado, Wesley desceu do carro primeiro me dando espaço e assim eu pude tirar meu moletom, levantar a minha camiseta e passar minha pomada de cicatrização em minhas feridas que deixaram marcas.

Wesley me esperou pacientemente, assim que eu abri a porta do carro segurando meu moletom e minha mochila, ele já estava com uma mochila nas costas também, trancou o carro e por um segundo pegou a minha mão assim que saímos do estacionamento.

Mas, soltamos nossas mãos rapidamente ao perceber esse ato involuntário. Caminhamos para o aeroporto, Wesley pegou meus documentos e eu fui para um lanchonete qualquer pedir dois cafés enquanto ele fazia Check-in, pedi dois cappuccinos e biscoitinhos amanteigados, caminhei de encontro ao Wesley novamente, passei o pequeno copo de café para o mesmo que pegou e deu um gole.

Caminhamos para o nosso portão de embarque e nos sentamos em uma das cadeiras para aguardar sermos chamados, dividimos os biscoitos e eu quando terminei o meu café, peguei meus remédios que eu precisava tomar pela manhã da minha bolsa e bebi o resto de água que sobrou da minha garrafinha de melancias.

Wesley bocejou com sono e eu me encostei nele como apoio, eu ainda estava com sono e sentia meu pescoço doer por não dormir tão bem assim no carro.

- Eu pensei por tantas vezes que eu não teria mais contato com o seu corpo - Ouvi a voz baixa do Wesley e sentindo o seu braço rodear o meu corpo.

- Eu vou pisar no seu pé - Murmurei e ouvi a risada baixa preguiçosa do mesmo que me fez sorrir - Pare de ficar falando essas coisas, eu já disse Wesley. Não tem mais nada para ser discutido ou declarado, eu só estou te usando para descansar.

- Aham, é claro - Ouvi sua reclamação em sussurro e ficamos juntinhos até escutarmos a chamada do nosso voo.

Vesti meu moletom já que sentia muito frio no avião, caminhamos juntos novamente pelos portões de embarque e Wesley andou na minha frente ao andar no corredor do avião, ele me deixou ficar na janela como sempre fez e nos sentamos em nossas poltronas.

Assim que o avião decolou, eu retirei meu cinto e encostei a cabeça na janela olhando para as nuvens, olhando para o lindo amanhecer e respirei fundo. Eu amava Atlanta com todo o meu coração, essa é minha casa e o meu lar, minha base está aqui e as pessoas mais importantes da minha vida.

O que eu construí em Ottawa no Canadá faz parte de mim agora, eu irei lutar pelo meu espaço e não nunca irei deixar de estar presente em Atlanta. Canadá me trouxe vivências, boas experiências e amadurecimento, é aqui aonde eu dei frutos e aonde irei lutar por muito tempo. Eu me sinto feliz assim e me sinto feliz me encontrando em Ottawa mas eu nunca, por nada desse mundo, abandonaria Atlanta e manteria minhas raizes.

Fui ensinada a conquistar o mundo, podemos ter todos os lugares possíveis mas sabemos aonde está o nosso início e para onde voltar, para sempre Atlanta.

Olho para o lado e Wesley já estava dormindo, dou um sorriso e minha mão por impulso toca o seu rosto cansado, acaricio o mesmo e Wesley parece respirar profundamente, ele se ajeita na poltrona e eu retiro a minha mão não querendo que ele desperte.

Alguns minutos eu já sinto o seu corpo próximo ao meu, sua mão pousa na minha coxa e eu coloco minha mão por cima da sua, sua cabeça encosta no meu pescoço e eu suspiro deixando ele descansar em mim enquanto eu acaricio sua mão.

Não tenha nada nesse mundo que mude os nossos planos. Não sobre como eu quero ou como ele quer, é sobre como estamos destinados a estar na presença um do outro e não importa como, estamos juntos.

Eu prometo não esquecer disso.

(...)

- Wes - Murmuro tocando seu rosto - Chegamos!

Ele despertou e confesso que eu também cai no sono durante o voo em seguida quando parei de me preocupar com o nosso contato físico.

Sua cabeça ainda estava deitada no meu ombro e ele virou o rosto para a curva do meu pescoço, senti o arrepio por todo o meu corpo assim que senti ele inalar a minha pele e eu quase o empurrei para longe rapidamente mas não resisti.

- Hum - Wesley sussurrou e senti sua boca na minha pele - Esqueci o quanto acordar assim é gostoso.

Meu Deus.

- Gostoso vai ser quando eu der na sua cara - Murmurei apertando os lábios com força e colocando as mãos em seguida nos seus ombros o empurrando para longe de mim - Pare de me torturar.

- Quem está fazendo isso é você - Ele murmura dando um sorriso preguiçoso - Não eu.

Nos levantamos e pegamos nossas mochilas, revirei os olhos e saímos desembarcando do avião, ligamos os nossos celulares e os mesmos começaram a vibrar com muitas notificações, apenas conferimos as horas e em seguida desligamos novamente ao rir em ver tantas ligações perdidas.

- Com fome? - Wesley perguntou e eu balancei a cabeça assentindo - Não sei porque eu ainda pergunto. Vamos chamar um táxi e depois vamos para o apartamento do Jaxon, para eu pegar o meu carro e ver se área está livre, qualquer coisa vamos para o seu apartamento.

- Certo - Murmurei dando um sorriso para ele - Que os jogos comecem.

Ele me abraçou de lado e o empurrei fazendo o mesmo bufar enquanto procurávamos por um táxi.

Ottawa eu voltei e dessa vez, para ficar.

Your world is my world | Drugs and Love (Quinta Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora