Me encostei em uma das janelas do galpão e observei o dia indo embora, as pontas das folhas das árvores brancas e tudo alertava o início do inverno no Canadá.
Meu celular estava nas minhas mãos e disquei o número da Barbara, eu precisava ter todas as alternativas e respostas possíveis para agora. Não tinha o que pensar.
- Oi Care, eu não sei alguém comentou sobre o fuso horário mas que ótimo poder ter o contato da minha amiga! - Barbara disse assim que me atendeu na sexta ou sétima chamada o que me fez rir.
- Oi Barbara, saudades e espero que esteja se divertindo em Bali, aproveita cada dia dessas férias - Murmurei em resposta sorrindo - Gostaria de fazer o mesmo. Só estou trabalhando ainda mais e com outras preocupações.
- Imagino - Ela deu uma risadinha cansada - Está tudo bem por aí? Como está o Wesley?
- Acordado - Murmurei novamente e escutei sua respiração como um suspiro de alívio - Estou feliz, Barbara. Wesley acordou e está bem.
- Meu Deus, Care! - Ela exclamou e eu sorri fraco - Vocês estão bem? Eu sei por tudo o que passaram antes do acidente mas... Você está feliz com ele? Eu sabia que você encontraria uma forma certa de resolver as coisas com cuidado, o importante é saber que você está confortável com toda essa situação.
- Estamos tentando - Sussurro e olho para o lado aonde encontro os meus pais trabalhando com o Chaz e Pascal - Por incrível que pareça, eu não quero mais falar de passado. Eu quero olhar o que eu tenho hoje e chega de se redimir, Wesley não precisa provar mas nada para mim e eu não tenho que escutar mais nenhuma palavra - Volto a olhar através da janela - Não quero mais viver com as amarras do passado, não é possível olhar para frente e manter os mesmos problemas. Eu só quero continuar vendo ele se recuperar a cada dia e se for... - Murmuro passando uma das mãos pelo meu rosto - Será. A gente acaba encontrando um jeitinho de se encontrar.
- Eu estou feliz por você - Barbara diz com sinceridade e dou outro sorriso - Quase três meses? - Ela murmura - Foi uma loucura. Eu fico feliz em apenas perceber que até mesmo a sua voz está diferente, você merece essa tranquilidade Care.
- Obrigada - Sussurrei novamente e respirei fundo - Eu não só te liguei somente para isso Palvin, eu gostaria de saber um pouco mais do seu relacionamento com o Dylan. Vocês estão juntos ainda ou mantém contato?
- Ah amiga - Ela suspirou - Ele é possessivo. Essa viagem com os meus pais foi ótima para quebrar o contato. Ele ainda ficava atrás de mim mas eu não posso me aprisionar em um relacionamento com ele, mas está acontecendo alguma coisa por aí? - Ela estranhou a minha pergunta - É sobre boates?
- Sim - Murmuro em resposta - Eu preciso encontrar o Dylan e resolver assuntos de boates, eu precisava que você passasse alguma luz para mim.
- Eu posso te mandar o endereço do apartamento dele, se ainda for o mesmo mas acredito que sim - Ela respondeu preocupada - Care, eu não tem a mínima ideia do porquê você tem uma boate mas se o Dylan entrou no seu caminho... Só toma cuidado, por favor.
- Fique despreocupada - Sussurro dando um sorriso - Já conheci caras piores. Fique bem, Palvin.
- Você também! - Ela respondeu um pouco mais tranquila - Estou feliz pelo bem estar do Wes e que vocês possam se encontrar, quero ver que você está ainda melhor. Você merece.
- Obrigada - Respondi suspirando - Saudades, até o próximo semestre.
- Até, Bieber - Ela deu uma risadinha - Continue me ligando, estou com saudades de todos vocês e logo estaremos junto aí em Ottawa.
Desliguei em seguida sorrindo assim que me despedi de volta, em poucos segundos meu celular acendeu novamente alertando a mensagem da Palvin com o endereço do Dylan e me aproximei novamente da mesa em que o Chaz trabalhava.
- Confirma esse endereço, pode nos levar ao Dylan - Murmurei virando a tela do meu celular para o Chaz e ele balançou a cabeça assentindo ao pegar meu celular - Eu quero encontrar ele ainda hoje.
- Ele tem muitas passagens pela polícia - Pascal disse sem tirar os olhos do notebook - Estou pensando em fraudar mais algumas informações.
- Seria uma ótima ideia o culpar pelo incêndio na delegacia - Mamãe disse em seguida - Se caso não terminar como um acidente.
- Pensei nisso - Pascal olhou rapidamente para ela - É uma boa. Posso fazer isso, trabalharemos nisso Somers.
- Confirme o endereço e mantenha o possível para rastrear seus passos - Papai disse tocando no ombro do Chaz e ele assentiu.
Minha mãe se levantou da cadeira e andou até a porta do escritório, saiu em seguida e não disse mais nada. Harry, Ryan e Luke estavam trabalhando, desde a pesquisa para fazer o mapeamento como preparando alguns homens para trabalharem na missão, Christian acompanhou Jaxon indo para a Boate e Pascal daqui a pouco deverá voltar para a delegacia em que ele trabalha.
Meu pai estava ajudando o Chaz a tirar as ideias do papel, estávamos separando equipamentos com a mamãe e ela ficou um pouco distante em alguns momentos. Papai também parecia ficar um pouco perdido ao pensar demais mas até então, para mim o plano já parecia que iria sair ainda melhor.
O esquema mais fácil de qualquer problema, uma explosão.
- Está tudo bem? - Pergunto baixo para o meu pai assim que Chaz e Pascal se levantaram da mesa para usarem o outro espaço do escritório.
- Está - Meu pai respondeu sério e seus olhos encontraram os meus - Por que não estaria?
- Mamãe está tensa - Murmurei observando a porta em que ela bateu há alguns minutos atrás e voltei meu olhar para o seu - Você também.
Ele engoliu em seco e eu mantive meu olhar no seu em forma de o encorajar para qualquer assunto que ele queira desviar.
- A última explosão que fizemos em uma delegacia não acabou tão bem - Papai respondeu baixo ao juntar os papéis que estavam na minha mesa e olhou brevemente para mim - Só quero que tudo acabe logo e que tudo acabe bem, para todos.
- Relaxa - Murmurei e ele ergueu a sobrancelha - Acabará bem ou não nos chamamos Bieber.
Ele me deu um sorriso fechado, passou por mim para voltar a trabalhar ao lado do Chaz e do Pascal.
Cruzei os braços e respirei fundo. Conheço essa história, foi assim que perdemos o meu avô mas trouxe outros significados e eu aprendi o peso do que as nossas ações podem conter.
Dar a vida, sem se importar... Cada pessoa, cada um de nós estamos dando a vida um pelo outro e todos pelo o nosso império.
Eu não sei como pode terminar. Eu sei que eu posso fazer escolhas e eu ainda não desisti do Canadá, assim como eu nunca vou desistir de Atlanta e nem dos nossos planos, eu não largo os negócios e não escolho estar longe da minha família.
A vida é feita de tentativas. Pisamos para acertar e não erramos, se acontecer erros... Até o último que ficar em pé. Lutamos até custar a nossa vida, permaneceremos em pé e se for preciso, lutar por aqueles que estiverem no chão. Mas, desistir e correr, jamais.
- Care - Chaz me chamou e eu rapidamente me virei para ele - Confirmado. Dylan mora nesse endereço.
- Já temos um lugar para passar assim que sairmos da delegacia - Dei um meio sorriso e ele sorriu para mim animado - Agora eu acho que vou precisar de um advogado?
- Relaxa gatinha, vocês só precisam transparecer que estão despreparados e o policial vai adorar - Chaz respondeu ainda sorrindo - Até agora, tudo certo.
Até agora.
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Your world is my world | Drugs and Love (Quinta Temporada)
FanfictionSou filha. Sou herdeira. Somos todos uma vida. Somos a continuidade de um Império e não vamos parar, eu não vou parar. Entre algumas drogas e amor, vivemos e investimos nisso, dando toda a nossa força. Entrego a minha vida para um bem maior, o sobre...