Seu olhar - Série Os Mafiosos - Livro 01- (CONCLUÍDO)

Capítulo 4

Luca Toretto

Acordei com uma puta dor de cabeça. Ontem estive na inauguração de um dos meus clubes e bebi mais do que deveria. Acordei cedo para resolver algumas coisas, mesmo sendo sábado, minha agenda era corrida até nos finais de semana.

Levantei e tomei um banho, coloquei uma roupa rapidamente e chequei minha arma a colocando novamente no coldre. Não andava desarmado, o mundo em que vivia não me permitia isso, era preciso estar sempre alerta.

Desci, tomei um suco de laranja que Dona Serafina deixou pronto na geladeira, e me encaminhei para garagem. Precisava ver Bianca hoje, ela ficou encarregada de organizar a festa que teria aqui em casa mais tarde.

Alguns minutos depois estava parado em frente à casa dela, entrei sem avisar e a vi mexendo no celular esparramada no sofá.

- Bianca, como estão os preparativos?.- indaguei.

- Aqui virou a casa da mãe Joana? Pq não anunciou sua entrada? - falou irritada. Preferi ignorar seu comentário, afinal tínhamos o mesmo temperamento.

- Não brinque comigo garota. Alguma novidade sobre o carregamento dessa semana?

- Sobre sua primeira pergunta, já está tudo certo para a festa, e o carregamento eu irei supervisionar a chegada essa tarde. - Falou seca, uma das razões de nos darmos tão bem é o fato de sermos parecidos, entendíamos um ao outro.

- Como você está? Não conversamos depois do que aconteceu semana passada. - Bianca tinha perdido o noivo mas não a vi derramar uma única lágrima.

- Nunca mais me pergunte sobre ele. Eu estou bem, Luca. - Ela não demonstrava absolutamente nada, aprendemos a guardar as emoções desde sempre e em alguns momentos isso me preocupava.

- Não há nada de errado em se abrir as vezes, não te acharia fraca por isso. Estou aqui, independente de qualquer coisa. - Nesse momento pude ver lágrimas em seus olhos, ela piscou lentamente e virou o rosto para tentar esconder.

- Obrigada, você é meu anjo protetor. - veio até mim e me abraçou. Essas demonstrações de afeto não ocorriam muito, então apreciei o seu gesto e retribui o abraço.

Sai logo em seguida e fui para uma das minhas academias, precisava extravasar. Sabia que havia algo errado com Bianca, mas a teimosia dela não permitia que eu me aproximasse e tentasse ajudar de alguma forma. Eu odiava com todas as forças me sentir inútil, sem poder ajudá-la. Para que tanto poder se em momentos como aquele eu não tinha controle da situação ? Não podia simplesmente obrigar ela a se abrir. Aquilo iria explodir em algum momento e eu só torcia para estar por perto quando acontecesse e assim poder pelo menos controlar os danos.

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