Capítulo 57

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Arya Cavalcante

Coloquei uma calça preta justa e uma blusa da mesma cor, meu cabelo já tinha secado então o prendi em um rabo de cavalo. Calcei meu tênis branco de sempre e desci para me encontrar com Bianca.

Entramos em uma espécie de salão imenso, vi uma enorme arena, diversos equipamentos para treinamento pesado, entre eles esteiras, pesos e outras coisas. Me virei e vi um arsenal gigantesco, não tenho conhecimento sobre armas mas não havia dúvidas de que eles tinham um enorme poder de fogo. Vi armas de todos os tamanhos e tipos, e ao lado um local com alguns alvos suspensos na parede, Bianca foi andando até lá, separou uma arma e pediu para que eu me aproximasse.

- Essa é uma pistola Glock 17, a famosa 9 milímetros. Ela é uma das minhas prediletas por um acessório muito específico, o pente dela comporta 100 balas, transformando essa belezura em algo parecido com uma submetralhadora.- seus olhos brilhavam enquanto ela me dava informações sobre a arma.- pegue e se acostume com o peso.- ela estendeu a mão e eu peguei.

Não tinha a menor ideia de como segurar e ela me ajudou com isso, levou um tempo até que eu me acostumasse com o peso e então ela me orientou com a empunhadura, postura, visada, respiração, controle do gatilho, e muitas outras técnicas de utilização. Para uma primeira aula eu estava me saindo bem, consegui dar alguns tiros certeiros e já me sentia vitoriosa.

Bianca era profissional, seu talento não passava despercebido. Eu aprenderia muito com ela. Ficamos lá por horas e fomos interrompidas por Serafina, nos chamando para comer.

[...]

Já era a noite quando subi para tomar outro banho, fiz minhas higienes e troquei de roupa rapidamente, Bianca me esperava para irmos buscar mamãe.

Meu olhos se arregalaram ao ver o carro que ela iria me levar, era um Porsche branco. Estendi meu braço pedindo pelas Chaves.

- Me deixa dirigir, Bia. É meu sonho inalcançável pilotar um carro veloz e seu irmão ainda não me deixou dirigir o dele.- fiz um olhar de cachorro abandonado.
- Esse é o meu bebe, ninguém dirige ele além de mim, vai precisar fazer mais do que me olhar com esse seu olhar caído para eu deixá-la dirigir.
- Sua vaca!

Eu ia entrar no banco do passageiro quando ela jogou as chaves em minha direção, alcancei no ar e abri um sorrisão me sentindo realizada.

- Pega leve em, nada de correria.

Nem respondi de tanta empolgação que estava sentindo. Entramos e eu logo dei partida saboreando a sensação de pilotar um carro potente como aquele, nem nos meus melhores sonhos isso acontecia!

[...]

Fui o caminho todo me sentindo em êxtase, mas a medida que fui chegando próximo à minha casa senti um aperto em meu peito.

Estacionei em frente e já pude sentir que algo estava errado, Bianca estava alerta ao meu lado, tirou o cinto e pegou uma de suas pistolas a deixando em posição para atirar, abriu a porta com sua outra mão e olhou para mim antes de sair.

- Não saia até que eu diga que é seguro.- assenti e ela desceu do carro.

O portão estava escancarado e não havia nenhum soldado fazendo vigilância. Senti um aperto em meu peito e algumas lágrimas já ameaçavam cair em meu rosto. Minhas mãos tremiam e abri a porta saindo do carro, eu precisava saber se minha mãe estava bem.

Assim que entrei no portão já me senti em choque com a cena, havia sangue por toda a garagem e os soldados estavam mortos com um tiro na testa. Minhas pernas fraquejaram, senti meu mundo girar mas continuei andando enquanto desviava dos corpos, eu nunca esqueceria aquela cena.

Eu parei de sentir qualquer coisa assim que pisei meus pés na sala, mamãe estava presa a uma cadeira, seu cabelo tinha sido raspado, suas mãos cortadas e seu rosto estava irreconhecível. Não consegui nem me virar e vomitei ali mesmo tudo o que eu havia comido durante o dia. Bianca quando me viu correu em minha direção e eu apaguei.

Seu olhar - Série Os Mafiosos - Livro 01- (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora