Capítulo 70

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Luca Toretto

Já havia anoitecido e esperei Arya adormecer para sair. Me levantei com cuidado da cama para não acorda-lá, troquei de roupa e coloquei um colete à prova de balas, desci até o meu arsenal e me armei até os dentes.
Hoje eu não estava nada discreto, além das armas me assegurei de ter algumas facas escondidas por todo meu corpo.

Me encaminhei até à garagem e escolhi meu jipe, também a prova de balas, para maior proteção. Bianca me aguardava em sua residência, a peguei e fomos em direção ao galpão , onde meus homens já estavam reunidos.

O local estava fortemente vigiado, e em alguns minutos meu fornecedor chegaria com a carga. Analisei tudo com cautela e dei algumas ordens para melhorar a posição dos meus homens, caso surgisse algum imprevisto estaríamos preparados. Matteo estava presente em um dos furgões protegendo a frente do galpão, e todos possuíam em sua mãos metralhadoras prontas para atirar em qualquer filho da puta que ousasse tocar em minha mercadoria.

Peguei um dos rádios para me comunicar com meus atiradores que estavam posicionados nas redondezas, observando tudo atentamente do alto dos prédios, nos dando uma visão privilegiada de todo o movimento a nossa volta.

- Qualquer sinal de encrenca, mete bala.- falei sem excitar.

Eu amava adrenalina, a segurança que eu tinha no que fazia, os anos de treinamento e a vida que eu levava não me permitia sentir medo, em meu corpo passava uma onde de excitação. Eu queria ação, ela fazia parte do meu dia a dia. Meus sentidos estavam em alerta para qualquer movimento suspeito, eu tinha controle sob minha respiração e meus olhos vasculhavam em volta com um binóculo à procura de alguma irregularidade.

No momento em que avistei uma caminhonete branca, dobrando a esquina que dava acesso ao galpão, eu sabia que havia algo errado. Acenei para Matteo e dei sinal no rádio, eu procurava por diversão e esperava tirar alguma informação de um dos indivíduos, não dei ordem para que os atiradores fizessem o trabalho, eu mesmo o faria.

Esperei o carro se aproximar um pouco mais, meus homens já estavam protegidos, os furgões serviam de proteção caso eles abrissem fogo contra nós, me agachei próximo à Bianca e fiquei à espera do que estava por vir.

- Não saia daqui.- ordenei a minha irmã.

Alguns segundos se passaram e escutei o som dos primeiros tiros.

- Toretto, não vamos revidar?- Matteo se dirigiu a mim.
- Ainda não.

As balas perfuraram os furgões que estavam na frente e os deixei descarregar toda sua munição, sem piedade. Aquilo estava muito mal executado, era serviço de amador.

Respirei fundo e assim que tive folga das balas me levantei e mirei nos pneus. Descarreguei toda minha munição na parte inferior do veículo, que perdeu o controle e capotou repetidas vezes.

Dei sinal a Matteo para que se aproximasse do veículo com alguns dos meus homens enquanto observava o perímetro à procura de outro ataque.

- Eu os quero vivo.- gritei para Matteo.

Bianca veio em minha direção, e a observei sem paciência.

- Isso não foi coisa da Bratva.
- Não, muito fácil. Tem algo errado.- disparei grosseiramente.

Peguei meu celular e disquei o número do meu fornecedor, como era esperado ele não atendeu.

- Ligue para o delegado, Bianca. Ele deve saber mais sobre isso, o filho da puta deveria cuidar dessa merda até que chegasse a mim.

Ela assentiu e se afastou.

Vi Matteo retirar um dos corpos do carro e caminhei em sua direção.

- Tá vivo?
- Sim, senhor.
- Leve ele para dentro do galpão.- ordenei.

Bianca veio em minha direção e parecia apreensiva.

- O delegado não atende.
- Pegue alguns homens e vá lhe fazer uma visita.

Olhei para alguns dos meus soldados e dei a ordem para que se livrassem do carro e dos demais corpos mortos que estavam dentro do veículo. Respirei fundo e entrei no galpão, eu faria aquele filho da puta falar, ele se arrependeria de ter nascido e principalmente de ter me desafiado.

Seu olhar - Série Os Mafiosos - Livro 01- (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora