Posso entrar?

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Eu amo vcs e desculpa os erros.



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- Adrien...? – A mulher insistiu em chamar seu nome enquanto foi se aproximando, fazendo com que o casal que havia se virado para vê-la, se afastasse.

O rosto de Marinette logo sentiu falta do calor da mão de Adrien, assim como os lábios dele que se quer sentiram a textura dos dela, em uma saudade traduzida em expectativas. Em sonhos.

Em nada.

- Kyoko... – disse Adrien ao ver a japonesa se aproximar com um sorriso.

- Tava demorando cabeção! Tentei te ligar lá do seu carro, mas você não me atendia! – ela lhe disse animada, mas quando se virou para a mestiça sua expressão mudou. – O que houve?

Os dois se entreolharam e Marinette ajeitou o cabelo para trás da orelha.

- Não é nada senhorita...

- Nada...? Mas você esta com o rostinho tão abatido, esta passando mal?

A mestiça fechou os olhos negando com a cabeça enquanto que Adrien a observava apático, com as duas mãos na cintura.

Kyoko olhou na sua direção apreensiva. – É isso mesmo?

Ele confirmou em silencio.

- Eu preciso ir agora... Com licença. – murmurou Marinette, mas antes que pudesse se afastar, sentiu seu braço sendo segurado pela mão de Adrien que a olhava suplicante.

- Marinette, por favor, eu não terminei de falar com você...

Kyoko logo entendeu que os dois deveriam estar conversando e se afastou. – Adrien, se você quiser eu-

- Kyoko por favor, me espere lá no carro, eu já vou.

Ela assentiu e olhou para Marinette com um meio sorriso. – Melhoras.

- Obrigada senhorita... – respondeu baixinho ao mesmo tempo que a outra se afastava virando o corredor.

Por fim, quando ficaram sozinhos, trocaram olhares naquele silencio que na verdade, dizia muitas coisas.

Coisas que suas bocas deveriam dizer, mas que não se resumiam em palavras.

Adrien limpou os lábios, aproximando-se de Marinette que o fitava no rosto. Se fosse possível, se houvesse uma forma de quebrarem a parede que existia entre seus corpos, poderiam se abraçar, se sentir... se perderem em um toque, um no outro, começando por um beijo, mas...

- Marinette, eu só... queria te pedir para que pense melhor sobre sair da empresa, sobre esse pedido de demissão.

Ela não o respondeu, mantendo-se atenta aquele olhar lindo... aquele rosto que povoava seus sonhos com tantas imagens bonitas, tanto amor...

O amava tanto...

- O que me diz...?

Esboçou sorriso enfraquecido como resposta. – Eu irei pensar senhor...

Adrien sorriu também balançando a cabeça em concordância. - Certo. Tudo bem... vai pra casa, descansa e volte mais tranquila.

- Uhum. – ela respondeu, começando a caminhar para longe, ainda que seu corpo quisesse ficar perto. – O senhor também, tenha um bom... um bom descanso.

Adrien não conseguia parar de olhar na sua direção. – E... se caso você não queira ficar mesmo, pelo menos,venha conversar comigo amanhã, o meu escritório vai estar aberto pra você... e eu te prometo, que não irei te falar nada de ruim.

Marinette fungou, afirmando ao colocar duas mexas de cabelo atrás das orelhas. – Muito obrigada...! Obrigada! Tchau.

Então ela se virou ajeitando a mochila nas costas ao contornar o corredor, o deixando para trás.

Aflito e com o coração apertado no peito, Adrien fechou os olhos e reclinou a cabeça na parede, soltando o ar lentamente.

Pela primeira vez na sua vida inteira, nunca sentiu tanto medo de perder alguém, de não ver alguém de novo.

Se houvesse uma forma de fazê-la ficar sem ter que se perder por isso...O faria, mas esse tempo já tinha passado.

Ele já estava perdido.

[...]

No dia seguinte, chegou a empresa um pouco mais cedo do que o normal pois não havia dormido nada noite passada.

Saiu com Kyoko para conversar e tomar um vinho, mas não aproveitou se quer um momento da noite e muito menos da companhia da japonesa.

Sua mente, sua percepção, sua vontade se encontravam num lugar muito distante dos restaurantes chiques de Paris.

Sabe-se lá onde Marinette morava, ou onde ela dormia... era com ela que passou a noite inteira, sonhando acordando, pedindo em silencio para que reconsiderasse sua decisão de se afastar e ir embora.

Estava abatido, com os olhos cansados e bem tristes. As pessoas que o viam, inclusive Rose que havia chegado depois, podiam notar que alguma coisa não estava certa.

Ele porém, mantinha-se focado em pensar em Marinette e assim que a secretaria chegou, a chamou na sua sala.

- Rose, você sabe me dizer... se a Marinette já chegou?

Lavillant pensou um pouco, e negou. – Ainda não senhor, pelo menos não a vi.

Adrien olhou no relógio de pulso, respirando fundo. Já se passara a hora dela entrar.

Quem sabe, tinha desistido mesmo...

- Certo. - Fez uma pausa -  Quando ela chegar... você pode pedir para que venha na minha sala?

- Com o seu café?

- Não. – ele sorriu balançando a cabeça. – Dessa vez não.

- Tudo bem senhor. Eu aviso sim.

- Obrigado Rose.

A secretária saiu o deixando sozinho mais uma vez.

Respirando fundo, olhou sério para a tela do computador ligada e então, resolveu começar a trabalhar.

Se Marinette não aparecesse, teria que ver uma forma de ir atrás dela para pelo menos, pedir desculpas pelas suas grosserias, pelo jeito que a tratou da última vez, mais uma vez.

A sua condição agora era apenas um resultado, um produto do que tinha feito com ela. Estava colhendo o que havia plantado, ponto final.

Sabia disso, mas também sabia, que  aquela espera, aquela aflição de não saber o que iria acontecer, se ela iria relevar tudo o que tinha feito... O incomodava demais.

"E se fosse você... Voce relevaria? A perdoaria...?"

- Não. – respondeu a si mesmo, digitando um email. – De forma alguma...

E por isso, rezava para que o coração de Marinette fosse diferente do seu.

Muito melhor, muito superior e que o desse mais uma chance. Uma única chance.

De tentar refazer as coisas.

De mostrar que poderia ser um pouco melhor, um homem melhor...

Ele a mostraria, e a si mesmo também.

De repente, rompendo o silêncio da sala e as tristezas dos seus pensamentos a porta se abriu, o que o fez parar de digitar e olhar na mesma hora.

Um rostinho mestiço apareceu um pouco escondido, como se fosse uma criancinha que queria entrar no quarto do seu pai no meio da noite.

- Senhor Agreste...? – ela sorriu encolhendo os ombros e segurando uma bandeja de café. – Posso entrar?

Sweet PopcornOnde histórias criam vida. Descubra agora