Te ver bem, querer o seu bem

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Oii meus amores ♥

Desculpa os erros.

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O silencio da sala era rompido apenas pelos soluços de Marinette que continuava chorando compulsivamente nos braços de Adrien.

A cada soluço, a cada murmúrio que ela deixava escapar, ele a abraçava mais, traduzindo sem palavras pelo gesto de carinho uma simples frase - "não se preocupe, eu estou aqui.".

Era necessário que ela soubesse, mas ele não conseguia dizer, pois sua fala foi roubada, toda a sua atenção e a sua respiração se encontravam focadas em acalma-la, concentrando-se em cuidar dela ao acariciar seus cabelos com uma das mãos enquanto que a outra percorria suas costas.

Marinette era tão baixinha, tão pequena, a cabeça dela batia no seu queixo e ele sentia que o corpo dela, se encaixava perfeitamente com o seu.

Tudo nela fazia sentido, o cheiro dela o fazia entorpecer de amor, muito mais amor e adoração por aquela mulher em seus braços.

Poderia estar mais apaixonado?

Poderia se apaixonar mais?

- Senhor... Agre-agreste....!!

Aaah poderia sim, poderia com certeza. Todas as vezes que ela o chamasse, suplicasse seu nome seja em meio a um choro, ou a uma risada ou até mesmo, por gemidos quando pudessem estar fazendo amor.

Ele não tinha direito a isso. Não, ela... estava chorando por algum outro motivo, outro sentimento, oura pessoa. Enquanto que ele, de olhos fechados, sofria em silencio por ela, junto com o seu pranto e já sentia saudades de quando ela o pedisse para se soltar, para ir embora.

- Calma... - sussurrou, a apertando mais contra si. - Vai ficar tudo bem.

- Não senhor... não vai... eu... sei, porque dói... dói demais...!

Ele franziu a testa, resmungando um murmúrio junto ao dela. - Dói aonde meu... Marinette...?

Ela tentou dizer alguma coisa, mas ao invés disso, elevou a cabeça para olhar os olhos verdes de Adrien que havia se direcionado aos seus..

O sentiu tocar seu semblante com o encosto da mão e fechou os olhos, pela suavidade daquele toque terno que acalmou sua pele, seu coração, sua alma.

O toque do amor-perfeito, do amor impossível.

- Não gosto de te ver chorando assim... - Adrien suspirou a analisando. - O que esta te fazendo chorar tanto?

Que prova era aquela meu Deus? Por que o criador estava impondo tantas dificuldades para amar aquele homem?

Ela sabia que não poderia lhe pedir mais do que já estava tendo.

Olhando nos seus olhos agora e suplicar - " Não quero só um abraço do senhor, quero mais... quero um beijo! Quero seu beijo de amor. Algo verdadeiro... um sorriso verdadeiro que seja só para mim... e que você seja só meu, meu amor, só tenha olhos para mim...!!"

- Senhor...

Finalmente, dando-se conta do rumo dos seus pensamentos e do que poderia acabar fazendo, se afastou colocando as duas mãos sobre o peito de Adrien que se demonstrou confuso. Ele não permitiu que se afastasse demais, mantendo suas mãos sobre os braços dela.

- O que foi? - perguntou baixinho.

- É que... - ela riu enxugando uma lágrima, tentando virar os olhos para o outro lado.

- O que...?

- Não é nada senhor. - Após inspirar o ar, conseguiu sair dos braços dele.

Adrien se recostou na porta a observando recuar com os olhos tristes virados para um lado enquanto que se abraçava.

- Você não esta bem. - afirmou ele mantendo os olhos fixos em Marinette que apertou o abraço que se dava - Me conta o que aconteceu.

- Não.. senhor. - ela sorriu fraco elevando os ombros. - Não é nada, só foi um momento... uma lembrança... uma... angústia aqui no peito, entende?

- Não. - ele sorriu fechado. - Não entendo... Não consigo entender, porque você não esta sendo clara comigo.

- Não há nada para ser dito senhor, só é uma bobagem de uma... pessoa que só sabe chorar... como o senhor mesmo me disse uma vez, não sei se lembra... no dia que me ofereceu o emprego aqui...

"Para com esse drama... Que saco. Você é sempre assim, melindrosa? Fica chorando por aí...".

Adrien se amaldiçoou por isso. Ele conseguia se lembrar de cada palavra, cada merda que tinha feito e falado para ela como se fosse um filme guardado em sua memória.

Era por esse motivo que Marinette nunca iria se interessar por ele, ela pensava que ele a achava apenas uma mulher incapaz e que chorava o tempo todo. Até alguns dias, semanas atrás pensava assim... era exatamente assim que a via e que a fazia entender sua visão, mas não agora.

As coisas tinham mudado.

Ele havia se apaixonado.

- Não fale isso... não lembre disso...

Marinette sorriu balançando a cabeça. - Eu só falei por falar, me desculpe.

Inspirou o ar tentando mudar sua expressão para que pudesse tranquilizar Adrien, mas ele não conseguia se desvincular da sua preocupação e estava claro que Marinette, não se encontrava bem.

Aquele sorriso era falso e doía ao seu coração.

Pelo jeito o motivo no qual a fazia chorar e sofrer era muito forte. Algo que havia devastado seu coração...

"Ela deve estar muito apaixonada por esse homem... quem sabe... ele não a ama... ou a traiu... e ela acabou descobrindo...".

- E-eu tenho que ir... - ela murmurou renovando o ar no peito. - Tenho muita coisa pra fazer ainda... e... ah, quero dizer...eu.. agradeço muito pelo abraço senhor! Que vergonha ter pedido uma coisa dessas para o senhor... imagina, que cabeça! - deu um tapinha na testa rindo.

Adrien riu também reclinando os olhos com um sorrio abatido no rosto. - Não se preocupe.

- Ta bom...

Sendo assim, ele se afastou e abriu a porta para que ela passasse.

No meio tempo que cruzou seu caminho, seus olhos se encontraram até Marinette colocar a mão na porta para fecha-la.

Ela teve que parar pois o sentiu tocando seus dedos.

- Eu quero te agradecer pelo girassol... ficou muito bom nessa sala escura.

Ela então sorriu fechado. - Por nada senhor... eu comprei porque... me lembrei do senhor.

- Se lembrou de mim?

- Sim... por causa... dos seus cabelos loiros, do seu rosto...

Os dois se olhavam tão diretamente que podiam sentir... ouvir a batida dos seus corações em pura sincronia.

Adrien foi aproximando seu rosto ao dela. Era para ser agora, não teria outra chance, outro momento, outra hora!

- Senhor... seu telefone esta tocando.

Ele se afastou franzindo a testa ao se virar para o maldito barulho da sua mesa.

- O senhor tem que fazer suas coisas, desculpa por tomar seu tempo... com licença.

De um modo desajeitado, pegou todas as coisas do chão e saiu às pressas pelo corredor enquanto que Adrien a via se distanciar. Ele friccionou o maxilar irritado, batendo a porta logo em seguida.

Deixou a porcaria do telefone tocar ao se recostar novamente sobre a madeira atrás de si e afrouxar o nó da gravata, com os olhos turvos, direcionados ao nada.

- Eu não posso mais me enganar... eu não posso mais esconder...

Respirou profundamente buscando um foco até olhar para o girassol na sua mesa e sorrir deixando uma lagrima solitária escorrer do canto dos olhos.

- Eu a amo...

Sweet PopcornOnde histórias criam vida. Descubra agora