Capítulo 52 - Quem é que está falando a verdade?

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NOTAS INICIAIS

HEY, Batatinhas Ambulantes o/

No capítulo de hoje - uma visitinha do príncipe HEHE

Tenham uma boa leitura o/

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Passei o dia com o Edwin como de costume. Para fingir estar doente, tinha de me privar de andar pelo castelo livremente. Pelo menos os guardas tinham parado de vigiar minha porta depois daquele jantar. Estava liberada para vagar por aí, mas agora precisava manter meu disfarce para o príncipe se manter longe de mim.

Todavia, o meu disfarce foi posto em xeque quando alguém bateu na porta do meu quarto. Meus olhos se arregalaram e eu e meu mordomo trocamos olhares significativos. Corri para cama e me enfiei nos cobertores. Ele puxou um pedaço de pano no bolso e colocou na minha testa. Uma bandeja com água e alguns aperitivos já estava no criado-mudo e ele logo passou a mão no cabelo para penteá-los antes de abrir a porta para a visita.

— Ah, Vossa Alteza... — o Edwin disse de mal jeito.

Meu coração deu um pulo no peito ao ouvir o pronome de tratamento. O único nesse castelo chamado dessa forma era o príncipe. Isso me deixou agitada, mas virei o rosto de lado e fingi estar tirando um cochilo. Esperava assim conseguir despistar o príncipe. Não lhe daria o luxo de me enganar como havia feito com a tal Larissa.

— Como ela está? — ouvi o príncipe perguntar.

— Acordou mal, Alteza. Estou deixando ela descansar ao máximo.

— Tem previsão de ela estar bem até o jantar?

— Vou ficar observando-a durante toda a manhã. Mais tarde posso lhe dar o retorno.

Um momento curto de silêncio.

— Senhor Ward, se importaria se eu a acordasse?

As batidas estavam tão agitadas no peito que podia ouvi-las com eco pelos ouvidos. Mantive os olhos fechados e com o corpo imóvel. Agora torcia para o meu disfarce não ser quebrado. Quando eu queria que viesse me ver, não aparecia, agora que quero me livrar de você, não consegue me deixar em paz, pensei, praticamente brava.

— Não recomendo, Alteza.

— Só por um instante. Então libero ela do almoço e do jantar comigo.

Era uma proposta tentadora, contudo, minha escolha estava nas mãos do Edwin e agora ele era responsável por escolher qual seria a melhor opção. Particularmente, talvez conversar com ele agora e acabar com tudo de vez parecia ser algo bem mais fácil.

— Certo. Seja breve. Não quero Vossa Alteza resfriado também.

Teve mais um momento de silêncio antes de eu sentir mais alguém na minha cama. Ele devia ter apenas assentido com a cabeça eu suponho.

— Pode nos dar licença, senhor Ward?

Então a porta do meu quarto é aberta e fechada e eu só consigo imaginar na enorme possibilidade de estarmos sozinhos novamente. Um frio percorre minha espinha de nervosismo.

Uma mão cutuca meu ombro e teatralmente eu me mexo um pouco, mas finjo não acordar. Essa mão cutuca meu ombro novamente e depois de um curto tempo de insistência, abro os olhos devagar, fingindo estar acordando naquela hora. Pisco e esfrego os olhos, fazendo uma expressão cansada. Esfrego o nariz para deixá-lo vermelho, querendo parecer genuína quanto ao resfriado.

— Sinto te acordar — ele diz. — Mas precisamos conversar.

— De novo? — forço uma voz rouca.

A Guardiã da Noite - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora