Capítulo 76 - O repasse do plano

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NOTAS INICIAIS

HEY, Batatinhas Ambulantes o/

O fim se aproxima, Batatinhas... O fim se aproxima ;-;

No capítulo de hoje - uma pequena reunião...

Tenham uma boa leitura o/

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Apesar dali ser a divisa entre Mariah e Mateh, nuvens negras começaram a encher o céu. Só percebi esse fato quando me aproximei suficiente do muro e, de maneira quase mágica, as árvores não cresciam próximas a ele. Apesar disso, um rio corria naquele ponto específico e passava por grades de ferro grosas até o outro lado. Um vento pouco aconchegante passou por mim, mexendo nos meus cabelos negros.

Minha garganta arranhava levemente por causa dos grasnados dados em luto ao príncipe. Espero podermos nos encontrar no nosso outro destino, pensei por um momento, mexendo no seu anel em meu dedo. Tinha voltado apenas para pegá-lo. Outra lembrança dele que estava levando comigo. Isso me ajudaria a não me esquecer da promessa que havia feito a ele.

A princesa Marilene chegou um tempinho depois, saindo da forma animal e se transformando em uma humana sombria bem na minha frente.

— Vamos subir.

Ela volta ao formato de corvo e faço o que ela pede, alcançando voo e a seguindo durante ele. Logo nós duas estávamos em cima do muro, observando a paisagem. Ali em cima, o vento parecia mais bravo. Provavelmente até o céu estava de luto pelo príncipe.

— Matthew já deveria ter chegado — ela murmura, parecendo inquieta.

Encolho os ombros, mesmo estando com meu peito pesado. Escondo as mãos disfarçadamente nas minhas costas, sentindo o anel dele entre meus dedos cinzentos. Ele logo parece se fundir a mim como as demais coisas. Às vezes sentia meu corpo como um buraco negro.

— Viu ele enquanto estava vindo?

Nego com a cabeça, embora a imagem dele morrendo não quisesse deixar os meus pensamentos. Agradecia pela princesa não possuir poderes envolvendo a mente ou ela já saberia. Perguntava-me o que ela faria comigo caso descobrisse sobre ele antes de eu mata-la.

Seus olhos focaram nos pontos brilhantes longínquos — cidades! Permaneci calada, voltando meu olhar para o mesmo lugar que ela.

— Vamos esperar um pouco mais — declarou a princesa. — Se ele não aparecer, repassamos o plano juntas e conto a ele numa outra oportunidade.

Concordei e entramos num silêncio mortal. Não sabia se eram as batidas inquietas do meu coração ou meus pensamentos eram mais perturbadores naquele momento. O vento mexeu nos meus cabelos, fazendo fios acariciarem minha face. Olhei para baixo e vi a grama do outro lado.

Ninguém nunca tinha passado para o outro lado para saber o que tem e como se vive realmente lá, embora a Alexia tivesse tentado me explicar brevemente naquele sonho e tivesse me mostrado algumas pessoas desconhecidas.

O tempo pareceu se arrastar lentamente enquanto ambas continuavam perdidas em seus próprios pensamentos. Torcia para ela não criar desconfianças cedo demais contra mim. Já era uma dificuldade fingir sem precisar dizer nada, imagina se realmente precisasse me defender enquanto lidava internamente com o luto.

— Bem, parece que Matthew não vai poder vir — conclui ela, balançando a própria cabeça levemente antes dos seus olhos encontrarem os meus. — Então vamos repassar as nossas partes.

A princesa parecia mais distante do que o normal, como se sua alma estivesse em outro lugar e apenas o corpo estivesse conversando comigo. Era esquisito pensar dessa forma, mas seu olhar estava vazio. Provavelmente isso se devia ao cansaço de estar executando um plano tão extenso.

A Guardiã da Noite - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora