Capítulo 75 - A vida fora de um corpo

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NOTAS INICIAIS

HEY, Batatinhas Ambulantes o/

No capítulo de hoje - o uso da adaga T-T

Tenham uma boa leitura o/

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Despertei num susto quando alguém parece tocar o meu ombro. Meu coração chegou a acelerar um pouco por causa desse sobressalto e levo alguns segundos para me dar conta de que quem estava tentando me acordar era a princesa Marilene.

Já havíamos completado quatro dias de viagem e estávamos chegando ao quinto dia. Tinha parado para cochilar após o almoço e antes dele, ela já havia me avisado de estarmos próximos de chegar no local onde tudo ocorreria.

Porém, tinha tido um pesadelo na noite anterior, em contraste com o sonho pacífico tido com a deusa Asteria. O pesadelo me fez lembrar da cabeça pálida da minha mãe, separada do corpo; a mãe de Karen morta de maneira brutal e várias outras mulheres sendo mortas por nós. Meu pesadelo girou em torno de atrocidades e sangue.

A preocupação em ter de tirar a vida de alguém sem ser por pura defesa estava me consumindo por dentro.

— Chegamos — diz a princesa, algo já suspeitado por mim.

— Certo — digo por fim.

Saímos juntas da carruagem e vejo a agitação das Guerreiras por ali. Tinham montado um enorme acampamento, bem ajustado por sinal. Barracas estavam alinhadas em paralelo e provavelmente já tinham sido divididas em equipes. No centro de tudo isso, ainda havia uma fogueira enorme em que outras mulheres assavam vários tipos de carne para alimentar todas elas.

Enquanto eu me perdia naquela imensidão de gente, a princesa já estava a vários passos de distância de mim, juntamente com a oficial Abbott e mais algumas Guerreiras importantes.

Apressei o passo para ficar mais próxima delas e continuei observando como tudo estava sendo organizado. Logo vejo a oficial Intringer ditando ordens de organização. Como ela era acostumada a cuidar do treinamento de Iniciandas, ditar ordens para tudo ficar organizado não deve ser um problema para ela.

Passamos vários e vários minutos caminhando até conseguir chegar num acampamento mais elaborado onde a princesa possivelmente ficaria e eu também — assim esperava. Ela dispensa as Guerreiras, agradecendo pela companhia e elas fazem reverência para a princesa antes de se retirar. Mais delas passam por nós, carregando baldes cheios de água. Isso aumenta as chances de haver um rio por aqui perto.

— Teremos uma reunião hoje a noite. Eu, você e Matthew perto do muro ao escurecer. Não se atrase — diz ela numa expressão séria.

— Como eu chego no muro?

Apesar da minha pergunta, conseguia avista-lo ao longe. Uma linha infindável nos separando do restante dos humanos. Presos aqui para sermos devorados pelos monstros que os deuses não conseguiram destruir, penso por um momento. Em partes o ódio da princesa Marilene era compreensível.

— Siga em frente. Voando de preferência. Vai saber quando chegar nele. — Ela aponta para uma barraca não muito distante da sua. — Você dormirá ali. Nos vemos hoje a noite.

Ela se despede com uma mesura e adentra a própria barraca. Eu suspiro e faço o mesmo. Era uma honra poder estar numa das melhores barracas. Qualquer Guerreira se sentiria bastante lisonjeada. Porém, acho que esses presentes devem ser para me manter de bom humor e não ter motivos para fazer algo dar errado no plano de invasão de amanhã.

De repente, sinto uma leve pinicada no estômago antes de notar a presença da deusa Asteria do meu lado. Ultimamente ela vinha me visitando com frequência como se esses fossem os últimos instantes da minha vida e ela quisesse aproveita-los.

A Guardiã da Noite - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora