Capítulo 73 - Tudo é uma questão de sobrevivência

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NOTAS INICIAIS

HEY, Batatinhas Ambulantes o/

No capítulo de hoje - uma reunião com a princesa o.o

Tenham uma boa leitura o/

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Convencer a oficial Abbott de que eu deveria ver a princesa Marilene custou muitos, muitos argumentos e bastante insistência. Ela se recusava a me deixar ver a princesa, mesmo sabendo o meu grau de importância. Internamente me perguntava se isso era uma insegurança sua de perder seu importante cargo para mim por eu ter sido a primeira auxiliar nisso tudo.

— Eu preciso mesmo falar com a princesa Marilene uma última vez — insisto.

— Está bem. — Ela suspira, parecendo furiosa em ter de ficar discutindo comigo sobre isso. — Mas será por um curto tempo. A princesa deixou claro não querer ser incomodada por ninguém. Se eu receber qualquer advertência, vou transferi-la para você.

Assenti, só querendo uma desculpa para ver a princesa e fiquei satisfeita quando a oficial decidiu finalmente me dar ouvidos e permitir ter minha última conversa. Na porta do escritório, a oficial dá três batidas cuidadosamente pausadas e abre a porta, anunciando minha presença e pedindo desculpas pelo incômodo.

Dali de fora, ouço a princesa me dando permissão para entrar e com essa deixa, a oficial se afasta da porta e a abre um pouco mais para eu poder passar. Não vejo felicidade em seus olhos, contudo, também não me importo. Conversar com a princesa agora era a parte mais importante do meu plano improvisado.

Entrei no escritório e fiz mesura numa forma de educação. Trajava um vestido à minha escolha de cor amarelada. Era o suficiente para estar na presença da princesa. Ajeitei os cabelos curtos e ela fez um gesto para eu me sentar numa poltrona no cômodo.

Fiz o que ela me pediu, sentando no lugar indicado e esperei ela se sentar na outra poltrona, próxima da minha. Um pouco à frente, tinha uma mesinha de centro com chá dentro de uma jarra fumegante. Ela despeja um pouco dele numa xícara e a pega com um pratinho, levando-o suavemente à boca.

A princesa parecia esperar eu iniciar a conversa.

— Sinto muito interromper seus afazeres — começo. — Mas eu precisava mesmo conversar com você.

Seus olhos me incitavam para eu continuar falando:

— É sobre o plano de expansão. — Respiro fundo. — Não acho que devemos continuar com essa loucura. Alguma vez você já se perguntou o que tem do outro lado dos muros? Bom, eu já e várias vezes, e muitos humanos como nós vivem lá. Talvez fosse injusto acabar com eles dessa forma, sem um motivo prévio. Tem certeza de que não podemos rever essa ideia?

Falei tudo tão rápido que me perguntei se a princesa tinha entendido. Algumas palavras tinham até se embolado na minha língua, mas me esforcei para pôr tudo para fora antes dela me interromper de alguma maneira. Felizmente ela não o fez. Apenas me deixou falar tudo.

Educadamente a princesa pousa o pratinho e a xícara na pequena mesa de centro e enfim me encara. Trocamos olhares silenciosos antes dela finalmente dizer algo:

— Acácia, eu sei bem o que há do outro lado. Moro aqui antes mesmo desses muros existirem. Esse plano demorou quase um milênio para poder ser executado e não pretendo voltar atrás.

— E os outros humanos?

— Eles estão tomando nosso espaço há muitos anos. São protegidos pelos deuses maiores. Os mesmos que jogaram nosso povo nesse país minúsculo para sermos devorados pelos monstros restantes na Terra.

A Guardiã da Noite - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora